RESUMO
O continente africano caracteriza-se pela diversidade cultural na imensidão de seu território. A História desse continente é rica e está
intimamente ligada à História do Brasil. Os africanos, trazidos para nosso país
como escravos, entre os séculos XVI e XIX, foram a mão-de-obra de sustento de uma economia basicamente
agrária.Enriqueceram também a cultura brasileira com seus costumes, rituais
religiosos, culinária, danças e muito mais. Somente no século XIX, com o
movimento abolicionista, os negros ganharam a liberdade com a assinatura da Lei
Áurea (1888).Importante também é resgatar a história e a cultura dos povos que
habitaram o continente africano.
Palavras-chave: Cultura; África ; Brasil.
1 INTRODUÇÃO
A cultura africana chegou ao Brasil com os
povos escravizados
trazidos da África
durante o longo período em que durou o tráfico negreiro. A diversidade cultural da África
refletiu-se na diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que falavam idiomas diferentes
e trouxeram tradições distintas. Os africanos trazidos ao Brasil incluíram bantos, nagôs e jejes, cujas crenças
religiosas deram origem às religiões afro-brasileiras, e os hauçás e malês, de religião
islâmica e
alfabetizados em árabe. Assim como a indígena, a cultura africana foi
geralmente suprimida pelos colonizadores. Na colônia, os escravos aprendiam o português, eram batizados com nomes portugueses e
obrigados a se converter ao catolicismo.
Nos tempos pré-coloniais,
os povos da África estavam divididos em centenas de nacionalidades e grupos
étnicos, com grande variedade no que se refere às dimensões e tipos de culturas
e crenças.Em alguns casos, estados multiétnicos
- como a Etiópia no fim do século XIX e o império do Mali durante o
século XIV - reuniam vários povos sob
uma única autoridade política central.Noutros casos , o étnico estava circunscrito à unidade política, como
o reino dos zulus, no sul da África durante o século XIX, e ainda haviam
minorias étnicas onde muitas não passavam de aldeias e comunidades
independentes.
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3 CULTURAS , LÍNGUAS E POVOS
Uma maneira conseqüente e válida de classificar as sociedades consiste em
diferenciá-las de acordo com a língua que falam.Na África são faladas mais de
mil línguas; algumas delas utilizadas por milhões de pessoas, como o mandinga, o igbo, o iorubá e o hauçá no oeste; o suali no leste; o amhárico
e o orono no chifre da África
(Etiópia e Somália); o zulu e o sotha no sul; e predominantemente o árabe no
norte.Todas estas são pertencentes a quatro grandes famílias lingüísticas: a níger-kordofaniana, a Khoisan, a afro-asiática(camito-semítica) e a nilo-sahariana.Dentre as minorias temos algumas línguas tribais de
menor expressão, e também as línguas indo-européias usadas como segundo idioma
em vários países africanos.
Durante milhares de anos vivem na África
pessoas de três tipos físicos originais:na faixa norte, viviam homens de
pele escura ou amorenada, de estirpe semelhante aos estabelecidos junto ao
mediterrâneo como os fenícios , líbios , numidas , egípcios, coptas, cartagineses
e posteriormente mouros muçulmanos.Na África central e oriental, dominava o
grupo dos “negróides”, ou seja, de pele tostada e negra e com cabelo crespo
como os bantos, sudaneses, etíopes, núbios, quenianos, entre outros.Em boa
parte do restante do continente encontravam-se os caçadores-coletores,
conhecidos como bosquímanos e haviam também os pigmeus considerados os homens
mais baixos do mundo.Com os conseqüentes deslocamentos essas etnias acabaram
por se mesclar aumentando ainda mais a variedade étnica e cultural no
continente.
A África é o berço de um leque diverso de culturas humanas.Freqüentemente se consideram genuinamente africanas a música
polirrítmica e a dança, acompanhadas sobretudo pelo som do tambor.Na verdade,
mais parece se tratar de um traço cultural particularmente associado aos povos
do Níger- Congo.Sua difusão está submetida ao fato de que os povos citados, de
maneira especial os bantos, se estenderam por grande parte do continente, sem
contar que sua influência na música e nos bailes populares do ocidente é
resultado do tráfico de escravos africanos , a maioria procedente da região
Níger-Congo, por obra dos europeus.Deixando de lado as regiões africanas onde
são faladas línguas do ramo nigero-congolês, predominam também outros estilos
musicais, com freqüência acompanhados por instrumentos de corda, assim como
estilos de dança completamente diferentes.(MURRAY, 2007, pág. 28)
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A arte africana é comunitária , de
modo que a forma que as esculturas adotam é própria de cada um dos povos que as
produziram.Vamos encontrar esculturas feitas de ferro, bronze, barro cozido,
pedra, junco coberto de couro, representando variadas formas, figuras, bonecos,
tamboretes, apoios de cabeça, bacias e principalmente as máscaras.
Os africanos contribuíram para a cultura
brasileira em uma enormidade de aspectos: dança, música, religião, culinária
e idioma.
Os bantos, nagôs e jejes no Brasil
colonial criaram o candomblé, religião afro-brasileira baseada no culto aos orixás
praticada atualmente em todo o território. Largamente distribuída também é a umbanda, uma religião sincrética que mistura elementos
africanos com o catolicismo e o espiritismo,
incluindo a associação de santos católicos com os orixás.
A influência da cultura africana é também
evidente na culinária regional, especialmente na Bahia, onde foi introduzido o dendezeiro,
uma palmeira africana da qual se extrai o azeite-de-dendê.
Este azeite é utilizado em vários pratos de influência africana como o vatapá, o caruru e o acarajé.
Na música a cultura africana contribuiu
com os ritmos que são a base de boa parte da música popular brasileira. Gêneros
musicais coloniais de influência africana, como o lundu, terminaram
dando origem à base rítmica do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros musicais atuais. Também há
alguns instrumentos musicais brasileiros, como o berimbau, o afoxé e o agogô, que são
de origem africana. O berimbau é o instrumento utilizado para criar o ritmo que
acompanha os passos da capoeira, mistura de dança e arte marcial criada pelos
escravos no Brasil colônial.
5 CONCLUSÃO
A África é um continente a
ser admirado e de grandes potencialidades. Cabe ao nativo africano resgatar
essas potencialidades e tentar construir uma nova história para o futuro; que
esta seja geradora de identidades na consciência da população africana e que
esteja focada em um objetivo comum: mostrar para o mundo o belo continente que
é, mesmo contrastando com a pobreza, miséria, fome e as lutas fratricidas que
denigrem sua imagem.
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A cultura brasileira
possui fortes traços da cultura africana.E não é por menos, foram quatro
séculos de escravidão que tornaram a cultura africana no Brasil saliente, como
podemos ver no nosso cotidiano.A presença marcante do africano ajudou na
composição étnica brasileira, onde em muitas regiões observa-se um povo
altamente miscigenado e culturalmente diferenciado.
Portanto é imprescindível
estudar a história da África, assim como estudamos a história européia por ter
nos dado legados importantes.Porém não devemos esquecê-la uma vez que
também junto com a história do indígena brasileiro somos parte da fusão
de três povos, três culturas diferentes; o típico povo brasileiro.
6 REFERÊNCIAS.
MURRAY, Jocelyn.África:
o despertar de um continente.Edição Brasil.Editora Folio, 2007.
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