quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Ptah - O Gênesis na cosmologia egípcia

 Cristiano De Mari 

A antiguidade do monoteísmo, a verdadeira crença !!!

"Deus disse: Faça-se a luz. E a luz foi feita.Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas.Deus chamou dia à luz e às trevas noite.Assim, surgiu a tarde, e em seguida, a manhã; foi o primeiro dia."  (Gênesis 1, 3 - 5).

      Para o escritor bíblico a atividade criadora do demiurgo (Deus) ocorre num momento determinado, " No princípio", em hebraico "Bereshit" , "Zep Tepi" em egípcio. Este é portanto, o começo formal do cosmos, a ordenação do mesmo em detrimento ao "caos" primordial.

     A ação direta da divindade além de revelar uma intencional e consequente auto-vontade criativa, põe termo a uma situação mítica original, em que tudo estaria na mais completa desordem. A partir disso, a ação criativa divina começa a separar os elementos primordiais e os organiza, dando assim origem as coisas conhecidas, nomeando-as. 

     Este processo é descrito com a divisão de várias tarefas distribuídas em 7 dias, ou em 7 grandiosos períodos de tempo, lembrando aqui também a simbologia da perfeição do número 7 , o fechamento de um ciclo perfeito.

Tudo o que existia antes do processo de criação estava informe e vazio numa vastidão sem fim, cobrindo tudo em absoluta escuridão, vindo a aparecer depois e por primeiro a separação da Luz das trevas pelo Espírito de Deus, a terra sólida e mar , flora, sol , lua e estrelas, fauna, homem e mulher.



     Nos diferentes tipos de mitos das origens espalhados pela Terra encontraremos diversas situações semelhantes ou parcialmente semelhantes. Nos relatos sumérios, babilônicos, assírios, hindus, gregos , egípcios existem muitos elementos idôneos.Os povos antigos dentro do seu paganismo deixaram registrados eventos cosmológicos nos seus mitos das origens , nas quais os próprios deuses também vem a existir.

     E todos eles surgiram a partir da narrativa inicial que está puramente registrada no livro de Gênesis, que não é de inspiração suméria nem babilônica, embora alguns elementos textuais pareçam similares devido a influência e aproximação destes povos. O fato é que foi um registro provavelmente de um clã que manteve essa narrativa sendo transmitida por milênios de forma oral e fidedigna, antes mesmo que a Torá e Bíblia existissem, este foi o clã dos semitas " Hapirus"  ou Hebreus que de Abraão descenderam.

    Não foi o monoteísmo que derivou do politeísmo ou que veio depois do mesmo. Foi o monoteísmo que primeiro surgiu como crença e foi sendo deturpado pelos milênios vindouros por erros e adição de elementos míticos e semi divinos os quais seriam nomeados. Os epítetos do Deus único , suas qualidades , seus atributos , poderes e até mesmo elementos da própria natureza por Ele criada foram sendo com o tempo nomeados como "deuses" , isso acontecendo praticamente em todos locais da Terra, do velho ao novo mundo.

     Foi preciso a fé e o empenho de Abraão para resgatar o monoteísmo que havia sido esquecido.


O Gênesis no Egito e os Neteru

     Todos sabemos que o Egito possuía uma religião politeísta e antropozoomorfa , com milhares de deuses, cultos, rituais, porém ao analisar cuidadosamente a cosmogonia de Hermópolis e de Mênfis encontramos parâmetros muito comuns com o Gênesis.


    Conhecida como Hermópolis ( cidade de Hermes), a antiga  Khememu,  " cidade dos oito" foi assim nomeada pois acreditava-se que oito deuses primordiais foram os antepassados dos primeiros deuses. Foram os criadores da luz e de todas as outras coisas, sendo eles, Heh e Hehet ( o infinito e o espaço), Kek e Keket (trevas, a obscuridade), Nun e Nunet ( o abismo, o caos líquido, a massa aquosa, lodosa e inerte), e Amon e Amonet (o ar, o dinamismo oculto das origens). Quatro deuses masculinos e quatro deusas femininas.

    Quando se fala aqui em "deuses" , foi um erro teológico que os antigos sacerdotes cometeram ao longo de milênios que acabou originando por si o erro do politeísmo. Ao colocarem nomes divinos aos atributos (neteru) do Deus único, Javeh, acabaram criando toda essa confusão e variedade de nomes de deuses.Isso foi uma falha na transmissão da teologia original (os politeísmos surgiram desse erro) que está composta verdadeiramente em Gênesis. 

       Os antigos egípcios, muito antes de existir seu próprio país mudaram a narrativa ao longo dos anos , e pela sua forma de transmissão oral acabaram criando seu tipo de paganismo.

      Curiosamente em Mênfis, todos os deuses dependiam teológica e existencialmente de Ptah. Aqui temos o caso egípcio onde mais se aproxima verdadeiramente do Gênesis, embora com muitos elementos pagãos.

    Ptah era a Matriz de todos os seres , o divino oleiro, o deus único do início do tempo que tudo criara, o Senhor da eternidade, o Antigo por excelência, como narra este hino egípcio de louvor:


" Eu louvo a tua perfeição,

Ptah , o Grande,

Deus venerável da primeira vez,

Que fez a humanidade e criou os deuses,

Ser primevo que deu vida aos humanos,

O que disse no seu coração;

Viu-se vir a existência, 

Ele que enunciou o que nunca existira

E que renovou o que existe,

Nada existe sem ti."


"Ele que fez tudo e que criou os deuses , ele é na verdade Tatenen ( a terra emergida das águas primordiais) que fez brotar os deuses, pois tudo veio dele, o alimento , as provisões, as ofertas e toda a coisa boa.Assim foi descoberto e entendido que a sua força é a maior de todos os outros. Assim Ptah ficou satisfeito, depois de ter feito todas as coisas, pela palavra divina."

        No Gênesis de forma similar, Javeh Deus executa a criação por meio de ordenanças pela palavra, chamou a existência todas as coisas.

       Os propagadores da doutrina de Mênfis consideravam realmente a atividade criadora de seus deus como superior pois é a língua que anuncia o que o coração e a mente pensa.O ato de criação de Ptah consistiu na essência em proclamar nomes a tudo o que existe (poder mágico e ordenador da palavra).

        Os paralelismos da teologia menfita com o relato da criação em Gênesis são muitos, como  por exemplo: 

* Águas primordiais, 

* Uso da palavra divina, 

* Definição e diversificação de tudo a partir do nada e sem forma por meio da ordenança , 

* Criação da Luz e do Sol, 

* Emergência na criação, 

* Satisfação com a criação e por fim; 

* Descanso divino. 

·         Portanto,  Ptah é o deus egípcio que mais se aproxima do Deus bíblico por algumas questões similares já mencionadas.

        Antes disso, suspeita-se que as geraçãos mais antigas que deram origem aos nomos que originaram o Egito , os descendentes de Misraim , filho de Cam e neto de Noé acreditavam num Único Deus que criou e concebeu a si mesmo, e que era imortal, invisível, eterno, onisciente, todo-poderoso. 

       Este Único Deus geralmente nunca era representado, apenas suas funções e atributos de seu domínio eram representados. Estes atributos eram chamados de NETERU (plural de neter, no masculino e neteret, no feminino). O termo deuses é uma representação incorreta do termo egípcio neteru. Para eles, somente é possível definir Deus através da multiplicidade de "seus" atributos/qualidades. A confusão gerada pelos sacerdotes egípcios desde a época arcaica e pré-dinástica deu origem à diversificada religião egípcia que ficou politeísta , antropomórfica e antropozoomórfica ( diversificada, com características humanas e animais) tudo por acharem que os atributos ou características de Deus eram novas personificações ou seres divinos. Portanto os Neterus são atributos/características de um Deus ÚNICO , assim como chamamos nas religiões cristãs de Deus onisciente, onipresente e onipotente dentre outros. A noção de várias divindades foi um acontecimento histórico falho.Isto não aconteceu somente no Egito, mas também na Babilônia , Suméria, na Europa antiga em geral, na Índia, entre os povos americanos também Astecas, Maias e Incas até nos povos da Oceania e África.


Exemplos de Neteru egípcios primordiais(existem genealogia entre os deuses):

Ptah • Nun • Atum • Amon • Aton • Rá • Ka 

Neteru geradores:

Chu(calor, perfeição) • Tefnut( umidade, ar) • Geb (terra)• Nut( céu)


Neteru da primeira geração:

Osíris • Ísis • Seth • Néftis


Neteru da segunda geração:

Hórus • Hathor • Toth • Maat • Anúbis • Anuket • Bastet • Sokar


Outros neteru:

Mafdet • Nekhbet • Serket • Sobek • Meretseguer • Iah • Montu • Uadjit • Bes • Hapi


Animais sagrados:

Ápis • Ammit • Mnévis • Benu

Humanos deificados:

Amen-hotep • Imhotep

Conceitos e elementos:

Alma egípcia • Ankh


Referências:

https://curiosidadesmisteriosantigos.blogspot.com/2013/07/e-depois-veioo-monoteismo.html?m=1

A criação do mundo no Genesis, na cosmogonia Hermipolitana e na teologia Menfita - José das Candeias Sales

terça-feira, 13 de setembro de 2022

A Civilização Etrusca

Cristiano De Mari 

  " Conhecidos nos tempos antigos com os nomes de Tyrsenoi ou Tyrrhenoi em grego (daí o termo "Tirrênio" e também Mar Tirreno). Também : "Tusci ou Etruschi" em latim (daí o nome Toscana uma variação de Tusci).Os etruscos na sua língua, chamavam a si mesmos de 𐌀𐌍𐌍𐌄𐌔𐌀𐌓 Ràsenna, 𐌀𐌍𐌔𐌀𐌓 Rasna, ou 𐌀𐌍𐌑𐌀𐌓 Raśna)."


 
    A civilização romana começou na Península Itálica. Mas antes dos romanos dominarem a região, a Península também abrigou um povo chamado de Etruscos. Quando descoberto pelos gregos no século VIII a.C., impressionou pelo relativo desenvolvimento de sua sociedade. Os Etruscos habitavam as regiões da Itália central , correspondendo aproximadamente à Toscana, Úmbria ocidental e norte e centro do Lácio, com ramificações também ao norte no vale do rio Pó, atual Emilia-Romagna, sudeste da Lombardia e sul do Vêneto, até a ilha da Córsega e ao sul, em algumas áreas da Campânia. Segundo fontes bíblico-históricas são aparentados com os antigos trácios e troianos que viviam na Ásia Menor (Anatólia).Esse parentesco viria de Tiras , último filho de Jafet. Os próprios Etruscos no seu núcleo tribal original por meio da teoria orientalista teriam habitado originalmente na Anatólia. Estes, logo após, teriam migrado para o centro da Europa onde misturaram-se aos povos da Cultura Villanova que os teria precedido. Outras fontes os consideram como descendentes de Tubal , e os ligam diretamente com as antigas tribos dos Pelasgos ; Dionísio de Halicarnasso afirmava isso. Muitos pesquisadores também , já os consideraram como itálicos. Todos sabem que as terras originais destes patriarcas foram regiões do Cáucaso e Anatólia.



  Os gregos da época que habitavam o sul da Itália nos tempos da Magna Grécia consideravam os habitantes da Península como bárbaros, desprovidos de cultura, educação e desenvolvimento, por isso o espanto quando entraram em contato com o povo etrusco. Lembrando que os outros povos que ali viviam, os italiotas e mesmo os celtas ao norte da Península não haviam alcançado no momento o desenvolvimento que os Gregos já possuíam à séculos. Os únicos povos mais desenvolvidos da Península além dos Gregos ali entre 600 a 500 a.C. eram os Etruscos. Somente mais tarde , os romanos descendentes das tribos Itálicas principalmente a dos Latinos, alcançariam um desenvolvimento equiparado à Grécia, e por muitas vezes depois , superando-a.
Origens
    Estima-se que entre os anos 1200 a.C. e 1000 a.C. este povo já estava estabelecido em diversas vilas no local onde hoje é a região da Toscana. Com o contato com os gregos a partir do século VIII, estas diversas vilas tiveram uma evolução mais acentuada, até chegarem ao nível de ter uma organização semelhante às das cidades-estado gregas.Nesta época os etruscos fundaram as cidades de Arezzo, Cortona, Perugia, Chiusi, Volterra, Tarquinia, Fiesole, entre outras, e expandiram cada vez mais seu território. Com o tempo o povo etrusco começou a rivalizar diretamente com gregos, romanos e cartagineses pelo comércio no Mediterrâneo. Os três últimos reis romanos, dos sete chamados de “reis lendários”, antes da criação da República Romana em 509 a.C., eram etruscos. Por volta de 750 a.C. eles invadiram Roma, tomando a cidade e aumentando as defesas da mesma.

 





   Existem três teorias sobre as origens dos Etruscos: a Micrasiana ou Orientalista, A teoria autóctone de Halicarnasso e a de Tito Lívio.
Teoria orientalista : Esta teoria foi formulada pelo historiador Heródoto e diz que o povo etrusco era originário da região da Lídia, na Ásia Menor (onde hoje fica parte do território da Turquia) e eles teriam chegado na península itálica no século XIII a.C. Heródoto usa como justificativa desta teoria os costumes religiosos e culturais, que guardavam pequenas semelhanças com os costumes de alguns povos orientais. 
Teoria autóctone: Dionísio de Halicarnasso formulou esta teoria, exposta na sua obra “Antiguidades romanas”, baseado no fato de que no mundo conhecido da época não havia outra civilização semelhante à etrusca, e o estrato linguístico do povo é bem mais latino do que oriental, assim como em outros povos do Mediterrâneo. Ou seja: os etruscos não vieram desenvolvidos de outra região, mas seu avanço enquanto civilização deu-se dentro da própria Península Itálica. Hoje em dia, os estudiosos do passado etrusco acreditam que o que havia na época era uma cultura comum etrusca, antes mesmo do estabelecimento de uma nação. As diversas cidades etruscas tinham costumes, idioma e religião comuns, mas não havia uma unidade, assim como algumas cidades-estado gregas, fenícias, etc…
Tito Lívio
   Tito Lívio achava que os Etruscos vieram da Europa Central. A pesquisa histórica e arqueológica moderna agora prefere colocar a questão da etnogênese etrusca em uma base diferente. De fato, elementos de verdade são reconhecidos em todas as três tradições mencionadas: a influência micrasiana aparece inegável em muitas manifestações artísticas etruscas; a transformação dos povos antigos referidos como da " Cultura Villanova" parece muito provável; a descoberta em algumas ilhas do mar Egeu ao largo da costa da Trácia de inscrições muito antigas escritas em uma língua semelhante ao etrusco tornam possível a migração por terra.
   A solução proposta hoje não é mais a de uma simples migração, mas a de um complexo processo de aculturação, onde as influências orientais são melhores explicadas através de contatos comerciais já muito antigos, enquanto a faceta cultural etrusca seria fruto da transformação sofrida pelas culturas das populações locais, especialmente os de Villanova. Essa mistura primordial de diferentes culturas teria, portanto, dado origem a uma nova civilização, a etrusca, mutuamente influenciada pelo contato com populações vizinhas.

  Por que os etruscos simplesmente sumiram da Península Itálica?
  Pois bem, ao rivalizarem com os povos vizinhos, seria normal que mais cedo ou mais tarde esta disputa chegaria de forma mais enérgica provocando guerras e prejudicando o povo, mas o principal fator segundo a minha opinião é a assimilação e mistura desse povo com os itálicos e romanos que estavam crescendo e expandindo um império fazendo desaparecer a identidade desse povo. Aos poucos a cultura etrusca foi sendo assimilada na cultura romana. 

 Fontes:

Gli Etruschi: <https://www.treccani.it/enciclopedia/etruschi_%28Dizionario-di-Storia%29/#:~:text=Antica%20popolazione%20abitante%20le%20regioni,lingua%20essi%20si%20denominavano%20rasna.>

Página: <https://www.historiazine.com/2020/04/os-etruscos.html?m=1>

https://www.labrujulaverde.com/2013/02/los-etruscos-no-vinieron-de-anatolia

sábado, 3 de setembro de 2022

Os Haplogrupos genéticos e sua importância para a História e a Antropologia

 Cristiano De Mari


                                             

1-Introdução

          Os Haplogrupos são como grandes ramos da árvore genealógica de nossa espécie Homo Sapiens. Cada conjunto agrupa pessoas de perfil genético semelhante e que partilham um ancestral comum.

Um haplogrupo do cromossomo Y por exemplo, consiste em homens que têm um ancestral comum em uma linha puramente paterna. O cromossomo Y é sempre passado de pai para filho.
É possível identificar um ancestral comum masculino por meio desse método.A maior parte dos relatos sobre as origens dos povos vindas de fontes mitológicas, históricas e bíblicas antigas, em quase todas observa-se de forma unânime referências a um pai gerador, de comunidades consideradas patriarcais que tiveram suas origens em um ancestral masculino comum.
Já um haplogrupo de mtDNA ( DNA mitocondrial) consiste de homens e mulheres que têm um ancestral comum em uma linha puramente materna. O mtDNA é sempre passado da mãe para seus filhos.


                              Mapa da distribuição dos Haplogrupos de mtDNA  maternos.


  
 Mapa de distribuição dos Haplogrupos do cromossomo Y.

Estes ramos de haplogrupos mostram como os grupos populacionais se moveram na Terra. Os Haplogrupos também definem uma área geográfica. Os mais antigos são maiores e mais difundidos, e muitos subgrupos mais jovens têm origem deles.
Em colaboração com a pesquisa histórica, mitológica, antropológica, geográfica e até mesmo bíblica é possível tentar identificar e mapear as origens e migrações das antigas populações até nossos dias.

Para determinar um haplogrupo, os SNPs são analisados. SNPs (Single Nucleotide Polymorphism - em português : Polimorfismo de nucleotídeo único) que são variações de pares de bases simples em uma fita de DNA. Aproximadamente 90% de todas as variantes genéticas são baseadas em SNPs. O seu significado científico reside na sua ocorrência frequente e elevada variabilidade. Eles também são muito rápidos e fáceis de determinar por meio de testes SNP disponíveis para os cromossomas mtDNA e Y.

Estes testes feitos em laboratórios podem ser utilizados para confirmar que uma pessoa pertence a determinado haplogrupo. Este tipo de análise permite traçar a ramificação de haplogrupos e subgrupos desde origens africanas , indo para Europa, Ásia , Oceania e Américas.Os SNPs do cromossoma Y têm sempre uma letra e um número como identificação. As letras definem o laboratório que descobriu este SNP, o número da ordem.Métodos como o estudo de algoritmo de With Athey, o haplogrupo principal também pode ser examinado por marcadores DYS ( marcadores moleculares genéticos) comparando os alelos. Embora este método esteja correto em 99% dos casos, a análise SNP é necessária para uma determinação a 100%.




2- Breve histórico dos haplogrupos G, J-2 e R-1b e variantes usando a Expansão do Império Romano como parâmetro exemplo!!!

 

Haplogrupo G


Haplogrupo J


Haplogrupo G2a


Aos haplogrupos G e G-2a costuma-se relacionar às populações neolíticas que penetraram na Europa pelos Bálcãs, vale do Danúbio indo até além dos Alpes.Espalharam-se também pelas costas do Mediterrâneo.Estas populações trabalharam a pedra e os metais. Em torno de até 40% das populações modernas do sul da Europa portanto do Mediterrâneo tem estes marcadores genéticos de cromossomo Y.

Geralmente também são referendados como os marcadores genéticos das populações descendentes de Tubal, filho de Jafet neto de Noé, o qual teria segundo relatos bíblico-históricos povoado áreas mediterrâneas até o sul de Espanha e Portugal , desde as regiões do Cáucaso, na Geórgia e Cólquida, passando pela Ásia Menor, Creta, Grécia e Itália.

Tubal é considerado ancestral dos ibéricos, ilíricos, cretenses, pelasgos e itálicos.
Seus ancestrais no percurso da história teriam deixado como legado construções, trabalhos metalúrgicos, cultos à deusas maternas e animais sagrados como os touros.

O Haplogrupo J é também encontrado em povos Itálicos e ibéricos, mais esclusivamente a variante J2 e subgrupos.

Tanto os Haplogrupos G e J e suas variantes vieram do haplogrupo F originado no Oriente Médio há 60.000 anos.As populações destes haplogrupos migraram substabcialmente para o sul da Europa, navegando pelo Mar Mediterrâneo e também migrando por terra chegando ao centro da Europa nos Alpes , logo depois espalhando-se. Também são encontrados em partes da Ásia e Rússia.

2.1- Cultura Koura-Araxe

 

A civilização minoica surgiu a partir de 2.700 a.C e poderia ter sido fundada por colonos da cultura Koura-Araxe (chamada também de Kura-Araxes).Essa cultura teria trazido junto consigo técnicas de trabalho com o bronze.

A cultura Koura-Araxe é uma cultura arqueológica que se desenvolveu durante a Idade do Bronze , entre aproximadamente 3.400 e 2.000 a.C. , principalmente no sul do Cáucaso , no leste da Anatólia e no noroeste do Irã . Seu nome vem dos dois principais rios do sul do Cáucaso, o Koura e o Araxe . Difere das culturas que o precederam e sucederam, bem como das culturas vizinhas, por produções materiais muito específicas (cerâmica, objetos de metal, arquitetura) e práticas sociais originais (tradições funerárias e religiosas).

A cultura Koura-Araxe pode ser considerada em tese como um dos núcleos primordiais dos clãs tribais descendentes de Tubal, geograficamente falando , também de acordo com as regiões que habitaram essas populações nas suas migrações segundo registros bíblico-históricos.

As etapas de formação do complexo cultural Koura-Araxe, as datas e as circunstâncias do seu desenvolvimento são há muito debatidas. Foi sugerido que a cultura de Sioni , que se desenvolveu no leste da Geórgia por volta de 4000 a.C pode ter representado uma transição entre a cultura de Shomutepe-Shulaveri e a cultura Koura-Araxe.

Alguns pesquisadores propuseram que as manifestações mais antigas da cultura Koura-Araxe datam de pelo menos os últimos séculos do 5º milênio a.C.

Cretenses modernos têm a maior porcentagem de G2a (11%), J1 (8,5%), J2a (32%) e L + T (2,5% juntos) na Grécia (e a maior porcentagem de J1 e J2a em toda a Europa para isso matéria), os três haplogrupos associados à cultura Koura-Araxe. Nas partes da Itália que foram colonizadas por gregos jônicos e dóricos, notadamente nas regiões da Sicília, Calábria e Basilicata, possuem porcentagens substanciais de haplogrupos tipicamente caucasianos, como G2a-L297, J1-Z1828 e J2a-L581, bem como níveis consideráveis ​​de mistura autossômica do Oriente Médio e Caucasiano pelos padrões europeus. De fato, parece que muitos ramos do J2a (por exemplo, M319, Z7671, F3133, Z6046, L581) podem ter se expandido do Sul do Cáucaso a partir do Calcolítico. A presença desses haplogrupos e misturas no sul da Itália quase certamente representam a ascendência Koura-Araxe herdada dos gregos minóicos das ilhas do mar Egeu.

 

Obs: O DNA de dois indivíduos minoicos (ilha de Creta) do sexo masculino foi testado em 2020 e pertenciam a G2a-P303 e J2a1a-L26 > Z6055 > Y7010 > Y13128 > Z36834 (ramo encontrado em Portugal hoje).

 

Os fenícios, judeus, gregos e romanos contribuíram para a presença de J2a na Península Ibérica. A frequência particularmente forte de J2a e outros haplogrupos do Oriente Próximo (J1, E1b1b, T) no sul da Península Ibérica, sugere que os fenícios e os cartagineses desempenharam um papel mais decisivo do que outros povos. Isso faz sentido considerando que eles foram os primeiros a chegar, fundaram o maior número de cidades (incluindo Gadir/Cádiz, a cidade mais antiga da Península Ibérica), e seus assentamentos coincidem quase exatamente com a zona onde J2 é encontrado com maior frequência no sul da Andaluzia.

A alta incidência de J2a na Itália deve-se em grande parte à migração dos etruscos da Anatólia ocidental para o centro e norte da Itália e à colonização grega do sul da Itália. No entanto, tanto os etruscos quanto os gregos teriam carregado muitas outras linhagens de Y-DNA, incluindo G2a, J1, R1b-Z2103, T1a e provavelmente também E-M34. Os níveis de J2a teriam sido mais altos entre os gregos do que os etruscos, e particularmente entre os gregos insulares que colonizaram a Magna Grécia. A imigração do Mediterrâneo oriental para Roma durante o Império Romano, depois da Anatólia, Trácia e Grécia durante o período bizantino (particularmente no nordeste da Itália) aumentou ainda mais a incidência de J2 na península.

 

2.2-Haplogrupo R-1b (céltico-germânico)

 

As populações celtas foram caracterizadas por diferentes subgrupos do haplogrupo R1b introduzido na Europa pelas migrações indo-europeias. Sua origem remonta há 18.500 a.C na Ásia.
Os celtas segundo fontes bíblico-históricas são descendentes de Rifat filho de Gomer, neto de Jafet e bisneto de Noé. Por isso o haplogrupo R1b é grandemente encontrado nos europeus atuais devido a grande quantidade de migrações de povos célticos ( Gauleses, Gálatas, Hérnicos, Cenomanos,  Boios, Helvécios, Eburões, Sênones, e tantos outros, etc....) entre 4000 a 3000 a.C, um grande substrato genético deixado por descendentes de Gomer.

Em genética humana o haplogrupo R1b é o mais frequente haplogrupo do cromossomo Y na Europa Ocidental e em partes da África sub-saariana Central (por exemplo em torno de Chad e Camarões devido à colonização alemã nessas regiões africanas). R1b também está presente em frequências mais baixas em toda a Europa Oriental, Ásia Ocidental, Ásia Central e partes do norte da África, Sul da Ásia e Sibéria. Devido à emigração Europeia também atinge altas frequências nas Américas e na Austrália. Enquanto a Europa ocidental é dominada pela R1b1a2 ramo (R-M269) de R1b, a área de língua Chadic na África é dominada pelo ramo conhecido como R1b1c (R-V88). Estes representam dois "galhos" muito bem sucedidos em uma muito maior "árvore genealógica".


Haplogrupo I1
Haplogrupo I2a2



 






3-A expansão do Império Romano como exemplo parâmetro

 

Mapa do Império Romano e abrangência de J2, comparação.

Haplogrupo G

Conforme observa-se o mapa do Império Romano, nas áreas dentro destes limites e mais ao sul perto do Mediterrâneo encontramos os Haplogrupos greco-latinos J2 e G. Quanto mais à norte nos afastarmos , são recorrentes os Haplogrupos R1b, R1a , I, I2,dentre outros ou seja haplogrupos germânicos, originados em Gomer.

Por isso populações de países Latinos modernos como por exemplo a Itália, França, Espanha e Portugal carregam um grande percentual ainda de R1b.

Na Itália, devido a grande quantidade de povos céltico/gauleses que habitavam o norte da Península antes da chegada dos primeiros povos Itálicos o percentual de R1b é maior e à medida que descermos pelo centro até o sul da Itália essa ocorrência de R1b torna-se fraca e quase nula, devido uma maior ocorrência de G e J2 originados possivelmente das populações que descenderam de Tubal. Também pode-se observar que são encontrados percentuais menores de G e J2 em áreas que hoje estão países germânicos como partes da França (lembrando que os Francos eram germânicos apesar da forte romanização da região) Alemanha, Inglaterra, Holanda, Áustria , devido à migrações latinas para estes locais durante a expansão do Império Romano. Nestes locais a maioria das pessoas eram de origem germânica sendo governadas por um número pequeno de romanos através da colonização, dominação, controle pelas armas do exército, algo absolutamente normal numa potência como Roma, por isso explica as baixas frequências de J e G em terras germânicas.


4-Fontes:

https://www.google.com.br/amp/s/www.igenea.com/pt/haplogrupo

https://nebula.org/blog/pt-br/ancestry-cromossomo-y-mitocondrial-dna/

https://www.eupedia.com/europe/Haplogroup_G2a_Y-DNA.shtml https://thestrip.ru/pt/eyes/issledovanie-amerikanskih-genetikov-gaplogruppy-opisanie-drevnih/ https://www.eupedia.com/europe/Haplogroup_J2_Y-DNA.shtml#J2a_Mediterranean

https://www.eupedia.com/europe/Haplogroup_R1b_Y-DNA.shtml

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Os Itálicos

 Cristiano De Mari


Os itálicos ou italiotas (em grego clássico: Ἰταλιῶται; latinizado: Italiotai,  Italioti) foram grupos populacionais pré-românicos (que existiram antes da dominação romana) e que habitaram a Península Itálica até entre Napoli e a Sicília.  Esses povos dedicavam-se geralmente ao pastoreio e à agricultura e posteriormente também à metalurgia.

 São conhecidas atualmente 4 ondas de migrações de povos Itálicos.As primeiras tribos itálicas teriam aparecido no Vale do Rio Pó durante o III milênio a.C. e depois em ondas sucessivas. Dentre elas estavam os Sabinos, Úmbrios, Oscos, Volscos, Lucanos, Vestinos, Marsios, Marrucinos, Liburnos, Frentanos, Faliscos, Érnicos, Équos, Ausônios, Auruncos , Vênetos, Latinos, Apúlios, Messápios, etc... 

Os Itálicos, assim como os Ilíricos, Ibéricos, Cretenses, Bascos, Tessálios e os antigos Pelasgos segundo a hipótese histórico-bíblica, são descendentes em parte do patriarca Tubal, filho de Jafet e neto de Noé. Estes são portanto, os primeiros agricultores neolíticos que migraram da Anatólia para o sul da Europa , ao longo do Mediterrâneo durante a Revolução Neolítica ocorrida 9.000 anos atrás. Uma das primeiras contribuições genealógicas dos itálicos vieram destes povos que depois foram absorvidos pelas próximas ondas migratórias.Dentre estes primeiros povos estavam os Sículos que habitaram a Sicília , os Sardos da Sardenha, os Lígures na costa noroeste da Itália e os Picenos mais ao centro.

Existe um marcador genético de haplogrupo masculino Y que supõe-se estar relacionado às populações descendentes de Tubal. Este marcador genético é o G e variante G-2a. Ele pode ser encontrado ainda hoje no Cáucaso, em países como Armênia e Geórgia, inclusive tendo uma porcentagem bem alta nessas populações. É encontrado ao longo do Mar Mediterrâneo e manifesta o movimento migratório deste clã por via marítima e pelo sul da Europa. Algumas rotas migratórias de populações G-2a foram também feitas adentrando o continente europeu pelos Bálcãs, centro e depois descendo pela Península Itálica.

O Lácio , ou seja, a pátria latina no centro da Itália é um dos pontos mais fortes do haplogrupo G-2a na Europa hoje. O alto nível de G-2a no Lácio pode ser devido à dupla presença dos subclados indo-europeus L13, L1264 e Z1816 e de linhagens neolíticas depois  absorvidas pelo desenvolvimento da civilização romana.

As invasões dos Lombardos , Daneses, Hérulos e Ostrogodos na Península Itálica após a queda do Império Romano resultaram em algumas miscigenações. No sul da Península, alguma influência de origem árabe.No restante, ao que se refere a outros povos que também invadiram, não deixaram marcas tão significativas na genética dos italianos modernos. Visto que, seus dominadores que eram de outras origens étnicas aplicavam apenas um domínio político , com poucas invasões em massa ,  apenas a elite guerreira e seus líderes. Ao passo que, quando voltamos para trás no tempo até a formação do povo romano, aí sim podemos dizer que os itálicos foram resultado de muitas misturas genéticas , e  não somente do haplogrupo G. 

        Os itálicos, descendem também de antigas populações de pastores das Estepes da cultura Yamnaya,  que se expandiram para a Europa a partir da região onde hoje está a Ucrânia e do sul da Rússia no contexto das migrações indo-europeias há 5.000 anos. Portanto, os pastores que pertencem a cultura Yamnaya,  mudaram a população da Europa Central no período neolítico tardio, entre 3.600 a 3.000 a.C.

       Eles trouxeram outros marcadores genéticos que mais tarde desenvolveram variações e são atribuídos às etnias itálicas como variantes do R1b:  haplogrupos R1b-U152 e o R-S28. Eles podem ter se originado na parte central da Europa, quando existia certa proximidade entre os proto-celtas, proto-itálicos e proto-germânicos. 

O R1-b é típico em populações germânico-celtas, mas como no início as primeiras populações  viviam muito próximas e em clãs tribais menores, porém não tão distantes uns dos outros havendo a possibilidade de casamentos essa recorrência de R-1b passa também para povos itálicos.

Inicialmente e recuando mais ainda no tempo,  todos faziam parte de uma pré população chamada de Proto-Indo-Europeus. Com as migrações e distanciamentos , os haplogrupos foram modificando e se diversificando.

Acredita-se que os falantes do itálico, um ramo indo-europeu, tenham cruzado os Alpes e invadido a península italiana há cerca de 3.200 anos, estabelecendo a cultura Villanova e trazendo consigo principalmente linhagens R1b-U152 e R- S28 e substituindo ou deslocando grande parte das populações primevas . Os habitantes neolíticos da Itália procuraram refúgio nas montanhas dos Apeninos e na Sardenha. Hoje em dia, a maior concentração de haplogrupos G-2a e J1 fora do Oriente Médio  encontra-se nos Apeninos, Calábria, Sicília e Sardenha.         

Provavelmente então, existiu uma conexão genética itálica com a céltica criada na parte central da Europa que depois desceu para a Península italiana. Estes itálicos R1b-U152 e R-S28 eram diferentes das primeiras populações que teriam entrado pelo sul da Península navegando pelo Mediterrâneo e que eram puramente G-2a.

  Ou seja, existiram misturas raciais que foram transmitidas aos futuros itálicos, e essas misturas raciais vieram principalmente dos clãs de Tubal e de Rifat , filho de Gomer , ancestral do ramo céltico.

São conhecidas atualmente 4 ondas de migrações de povos Itálicos.As primeiras tribos itálicas teriam aparecido no Vale do Rio Pó durante o III milênio a.C. e depois em ondas sucessivas.Dentre elas estavam os Sabinos, Úmbrios, Oscos, Volscos, Picenos, Lucanos, Lígures, Vestinos, Marsios, Marrucinos, Liburnos, Frentanos, Faliscos, Érnicos, Équos, Ausônios, Auruncos , Sículos, Vênetos, Latinos, Apúlios, Iápiges, Messápios, etc...




Vindos de além dos Alpes, da planície danubiana e anteriormente da Ásia Menor, fixaram-se ao longo dos rios e dos lagos da Itália do nordeste, ali vivendo em aldeias de palafitas. Passam depois a terra firme, nas regiões a sul do Pó. Os restos das suas aldeias foram chamados “terramare” (dos termos latinos terra e mare; obtendo também o sentido de “terra gorda”, formada com os restos orgânicos desses povoados).

A técnica romana de construção dos acampamentos apresenta características comuns com a “planta” destas aldeias: o fosso, a cerca defensiva, a disposição perpendicular das ruas, segundo os pontos cardeais. Devido à cremação dos seus mortos, os Itálicos são considerados, por alguns, como antepassados distantes dos latinos (e dos Faliscos e Sículos, mas, quanto a estes dois últimos povos, apenas pelas afinidades dos respectivos idiomas com o latim).

Uma outra onda migratória de povos itálicos, etnicamente aparentados aos primeiros pela sua afinidade linguística, irá aparecer na península itálica no final do II milênio (por volta de 1200-1100 a.C.)São considerados pela maioria dos autores contemporâneos os antepassados dos povos que se estabeleceram em regiões montanhosas dos Apeninos (Úmbrios, Picenos do sul, Sabinos, Samnitas e Lucanos), e que depois costumou-se denominá-los por Sabélios (os Sabelos eram uma pequena tribo vizinha dos Sabinos. O termo latino Sabelli servia aos Romanos para designar quer ora os Sabinos, quer os Sabelos ou também Úmbrio-Oscos , quando o mais correto seria chamar-lhes Úmbrio-Samnitas.

É possível que parte dos antigos habitantes das regiões que ocuparam tenha se fundido com esta segunda onda de migrações. Outros terão sido repelidos para regiões menos hospitaleiras, sendo certo que os Lígures (região de Gênova-Ligúria) apenas se mantiveram na zona noroeste dos Apeninos e os Sículos apenas na Sicília.





A Itália esteve densamente povoada pelo menos desde os tempos neolíticos. A difusão das tecnologias metalúrgicas aparentemente ocorreu devido à migração de novas populações, que poderiam ter se organizado patriarcalmente e teriam falado línguas indo-europeias.

 Modernamente 4 ondas de migrações vindas dos Alpes ao norte são conhecidas:

Uma primeira onda migratória, provavelmente indo-europeia, ocorreu por volta do III milênio a.C. Características deste período são as estatuárias do tipo "menir", que frequentemente apresentavam signos solares gravados e signos indo-europeus aparentemente distintivos.

Uma segunda onda entre o final do terceiro milênio e o início do segundo milênio a.C. levou à disseminação de populações associadas à cultura do copo e do bronze na planície Padana, na Etrúria e nas áreas costeiras da Sardenha e da Sicília.

Para meados do II milênio a. C., uma terceira onda correspondente à cultura "terramare" e ao subgrupo de povos itálicos conhecidos como Latino-Faliscos que difundiram o uso do ferro e a incineração dos mortos.

No final do II milênio e na primeira metade do I milênio a. C., há uma quarta onda associada à cultura dos campos de urnas e ao subgrupo de povos itálicos conhecidos como Osco-Úmbrios e Vênetos.

Fontes:

*<https://curiosidadesmisteriosantigos.blogspot.com/2015/06/latinos-saga-de-um-povo.html?m=>
*Enciclopédia Britânica.

*<https://historicodigital.com/italia-antes-de-roma-las-culturas-prerromanas.html>
*<https://www.prin-italia-antica.unifi.it/sitemap.html>
*<https://www.treccani.it/enciclopedia/italici>
* < https://www.google.com.br/amp/s/www.studiarapido.it/popoli-italici/%3famp, L' italia prima di Roma.>
Livro: Gli antichi italici, Giacomo Devoto, Firenze, Vallecchi, 1951.
Livro: Gli indoeuropei e l'origine d'Europa , Francisco Villar, Bologna, il mulino, 1997.
<https://www.google.com.br/amp/s/www.storicang.it/a/i-popoli-italici-litalia-prima-di-roma_15064/amp>

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Tubal

 Cristiano De Mari

Tubal ( significado: " tu serás trazido" e ainda "artífice", aquele que maneja o ferro, etc... artesão no geral) é o quinto filho de Jafet, portanto neto de Noé.Seu clã foi o progenitor das tribos itálicas: Latinos, Enótrios, Úmbrios, Picenos, Faliscos, Marrucinos, Campânios, Lucanos, Volscos, Vênetos, Sabinos e etc...e também teria dado origem aos antigos Cretenses (minoicos), Ilíricos, Ibéricos (hispânicos e lusitanos), habitantes da Ibéria no Cáucaso (Geórgia), antiga região da Cólquida, antigos Pelasgos, povos ao longo do Mar Mediterrâneo.

 Os haplogrupos genéticos de DNA do cromossomo Y mais frequentes destas populações teriam sido identificados como o G e o G-2a. Estes marcadores comprovariam a ancestralidade genética por onde migraram os descendentes de Tubal.  Também encontra-se os haplogrupos J2, E-v13 e o T , pela proximidade com os gregos, devido às colonizações ao longo do Mediterrâneo que formaram a Magna Grécia.

Foram grandes artesãos e artífices em trabalhos na forja com metalurgia, também madeira e pedras além de agricultores, pastores e ceramistas.





Como todos os povos antigos do pós-dilúvio afastaram-se do monoteísmo na crença do Deus único. O monoteísmo seria retomado muito tempo depois graças a Abraão, Moisés, e tantos outros e o subsequente conjunto de fatos históricos posteriores como por exemplo, os ensinamentos de Jesus Cristo e as missões apostólicas que levariam a uma futura cristianização da Europa e do mundo até onde foi possível.
Para aquela época , no entanto, seus descendentes acreditavam em divindades maternas, como os cultos primitivos à grande mãe, às vezes relacionados com a terra. Também prestavam culto aos touros.

A esposa de Tubal chamava-se Tebas e um de seus filhos foi Aost, nome muito comum em antigas cidades da península balcânica e na Itália. Os filhos de Aost chamavam-se Italom e Ilirom.Segundo as Crônicas de Jeraamel outros de seus filhos foram: Fantonya e Atipa.Em outras fontes: Ariphi, Kesed e Taari, também Tarrahi e Iber nos relatos ibéricos.

* Não confundir Tubal filho de Jafet com Tubalcaim.Tubalcaim foi um personagem bíblico antediluviano da descendência degenerada de Caim filho de Adão e Eva, que havia matado o irmão Abel.

***Os filhos de Jafet são: Gomer, Magog, Madai, Javan, Tubal, Mosoc e Tiras. E os filhos de Gomer são: Asquenaz, Rifat e Togorma. E os filhos de Javan são: Elisah, Társis, Quitim e Dodanim. Por estes foram repartidas as ilhas dos gentios nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações.” Gênesis 10:2-5

***Todos estes, descendentes do clã de Jafet, deram origem aos povos indo-europeus, que a partir de 6000 a 5000 a.C iniciariam sua jornada de migrações pela Europa e Ásia, culminando nas etnias europeias , e colaborando geneticamente em parte na formação dos povos iranianos, turcos, mongóis e indianos.

Menções bíblicas de Tubal

* Ezequiel menciona Tubal junto com Gog e Mosoc (Ezequiel 39:1). Heródoto cita-os como "os Tibarenos".

O rei Tiglate-Pileser I da Assíria por volta de 1100 a.C., refere-se aos descendentes de Tubal como Tabali. Josefo registrou seu nome como Tobelitas, que mais tarde foram conhecidos como uma das suas tribos de Iberes.

*A terra antiga deles, conforme menciona Josefo se localizaria onde é agora a Cilícia na antiga Anatólia hoje Turquia. Alguns sugerem também que viveram também nas terras da Geórgia cuja capital até hoje leva o nome de Tubal como Tbilisi. A existência de minas de cobre nesta região concorda com o registro bíblico (Ezequiel 27:13).

Depois de cruzar as montanhas do Cáucaso, estes povos migraram para o nordeste, dando seu nome tribal ao rio Tobol e à famosa cidade de Tobolski nos arredores da Rússia.
O haplogrupo genético de Tubal é encontrado também em alguns habitantes de terras russas.
Posteriormente, migrariam ainda mais para o ocidente através do Mar Mediterrâneo, formando uma quantidade grande de tribos passando pela Itália suas ilhas e Península ibérica. Nos tempos dos romanos os habitantes de onde hoje é a Espanha eram chamados de Ibéricos e em Portugal de Lusitanos.

A tribo itálica mais famosa , os Latinos, foi a que fundou Roma e mais tarde deu origem aos antigos Romanos, que por sua vez, após a expansão do seu império, da cultura e língua latina originou os atuais países europeus de língua neo-latina: Itália, Espanha, Portugal, França e Romênia.




Referências:

 Flavio Josefo, História do Hebreus.

Tubal , o povo artesão, Observatório 7; https://www.youtube.com/watch?v=r3if9G5sN2Q