segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

As origens dos ameríndios

 Cristiano De Mari


        As origens dos povos indígenas das Américas têm sido um tema de debate acalorado durante séculos.Várias teorias foram propostas e das que mais encontram respaldo estão as que afirmam que os ancestrais dos ameríndios viviam em tempos remotos próximos ao corredor da Beríngia no estreito de Bering. Essas populações teriam se desenvolvido primariamente na Ásia Central ou também próximo aos Montes Altai, divisa entre Rússia, China , Mongólia e Casaquistão e também na Sibéria.

     Pela questão da Tabela das nações da Bíblia, que são as nações oriundas dos descendentes de Noé, nem sempre é tarefa fácil situar de qual clã tribal descendem os ameríndios, o certo é que são produto de miscigenação acontecida há muitos milênios e certamente ocorrida no centro asiático. Ainda assim podemos fazer alguma projeção.

       Quanto aos Haplogrupos paternos do cromossomo Y, os mais comuns entre os ameríndios são o  : Q, C e R1 com suas variações. Praticamente os ameríndios são produto de miscigenação genética de três pais, três clãs tribais primordiais e apresentam descendência materna de pelo menos 5 matriarcas originais , que são os haplogrupos genéticos de DNA mitocondrial ( passado somente de mãe para filhos) , os haplogrupos A, B, C , D e o X.


      Em genética humana, o haplogrupo Q (ADN-Y) é um haplogrupo do cromossoma Y humano, "irmão" do haplogrupo R mais frequente na Europa, e são descendentes do haplogrupo P. Acredita-se que tenha partido da Ásia e expandiu-se por todo o continente americano onde apresenta as frequências mais elevadas.

      O Haplogrupo R1 do cromossomo Y é o segundo haplótipo mais comum entre os ameríndios, depois do Q. Acredita-se que a distribuição deste haplogrupo está associada ao reassentamento da Eurásia após o último período glacial. Uma teoria é a de que este haplogrupo foi introduzido pelos europeus. R1 é muito comum em toda a região da Eurásia, com exceção da Ásia Oriental e do Sudeste Asiático. R1 (M173) é encontrado em grandes proporções em indígenas norte-americanos como os ojibwe (50-79%), seminolas (50%), sioux (50%), cherokee (47%), Tlicho (40%) e Tohono Oʼodham, um ramo dos Pimas (38%).

      As descobertas de um esqueleto de um menino do centro-sul da Sibéria carregando o Haplogrupo R (Menino de Mal'ta) " foi determinante para sequenciar o DNA dos  eurasiáticos ocidentais modernos que é geneticamente próximo aos ameríndios.Este por sua vez ,  não possuindo nenhuma afinidade próxima com os asiáticos orientais. Isso sugere que as populações relacionadas aos eurasiáticos ocidentais modernos tinham uma distribuição mais ao nordeste do que se pensava . O sequenciamento de outro sítio arqueológico do centro-sul da Sibéria (Afontova Gora) revelou que "as assinaturas genéticas da Eurásia Ocidental nos ameríndios modernos derivam não apenas da mistura após a chegada de Colombo, como comumente se pensa, mas também de uma ascendência mista dos primeiros paleoíndios". É ainda teorizado se "Mal'ta pode ser um elo perdido, um representante de uma população asiática que se misturou tanto aos europeus quanto aos ameríndios".  Será o haplogrupo R1 descendente de Magog ?  É muito possível também.

      O Haplogrupo Q-M242 (nome mutacional) é a definição (SNP) do Haplogrupo Q (Y-DNA) (nome filogenético). Na Eurásia, o haplogrupo Q é encontrado entre as populações indígenas da Sibéria, como os modernos povos Chukchi e Koryak, bem como alguns povos do sudeste asiático, como o povo Dayak. Em particular, dois grupos exibem grandes concentrações da mutação Q-M242, os povos Ket (93,8%) e Selkup (66,4%). Acredita-se que os Ket sejam os únicos sobreviventes dos antigos andarilhos que viveram na Sibéria. O tamanho da sua população é muito pequeno; há menos de 1.500 Ket na Rússia. Os Selkup têm um tamanho populacional ligeiramente maior que os Ket, com aproximadamente 4.250 indivíduos.

      Iniciando o período Paleo-Indígena Americano, ocorreu uma migração para as Américas através do Estreito de Bering (Beringia) por uma pequena população portadora da mutação Q-M242. Um membro dessa população inicial sofreu uma mutação, que define sua população descendente, conhecida pela mutação Q-M3 (SNP). Esses descendentes migraram por todas as Américas.





    Como temos 3 marcadores genéticos do cromossomo Y, portanto paternal, podemos falar aqui de origem patriarcal, pelos haplogrupos Q, R e C. Pelos estudos, textos , comparações da tradição histórico-patriarcal , comparação genética podemos supor de identificar Togarmah , um dos filho de Gomer , neto de Noé , como um representante formador do futuro povo ameríndio. 


* Ezequiel, 27:14: "Os da casa de Togarma trocavam pelas tuas mercadorias cavalos e ginetes e machos."


     Digo isso porque, os descendentes de Togarmah filho de Gomer iriam habitar regiões muito ao norte , inclusive na Eurásia se espalhando pela Sibéria e é dele que surgiu o haplogrupo Q, este haplogrupo é Siberiano.

      Os povos turco-mongóis, tártaros, algumas tribos da Armênia, os próprios antigos Hunos , reclamam sua descendência por meio de Togarmah.

Eram povos das estepes e utilizavam muito cavalos e mulos tanto para guerra como para deslocamentos e trabalho. Isso até hoje , na Mongólia moderna são muito utilizados.Também considero Magog como outro seu ancestral, visto que tribos de Magog também migraram para regiões inóspitas como a Sibéria e assim teriam por lá se misturado. Talvez o haplogrupo R1 venha dele.

       Estes dois grupos tribais, provavelmente devem ter sido mesclados com outra linhagen paterna que é a do grupo C. 

       Ela teve origem na África ou Oriente Médio e é um haplogrupo de povos negroides. Este haplogrupo percorreu todo o sul da Ásia, sudeste asiático, chegando na Oceania, lá existem os aborígenes australianos que são a maior população negra original fora da África, e são descendentes do patriarca Cam por meio de seu filho Cush.

     Cush até onde se sabe colonizou a África, os africanos subsaarianos são quase todos seus descendentes, porém teve algumas famílias tribais de Cush que percorreram todo o sul do continente asiático até chegar na Oceania, a estes chamamos de Cush oriental.

      Lembrem que Nimrod , grande caçador perante Javeh , idealizador de Babel, era filho de Cush e vivia na Mesopotâmia, então nada tão discrepante.

     Este haplogrupo C, também pode estar relacionado  com algumas tribos de cananeus, que também eram camitas. Existe uma tradição que relaciona os filhos de Cannã, Het e Sineu como os geradores do ramo asiático - chinês, visto que Sineu tem relação linguística com Chineses também chamados de Sinos. Diz-se que os Hititas possuíam características no vestuário e calçados muito parecidos com os dos antigos orientais e chineses e que usavam penteados no cabelo fazendo trançados longos semelhante a eles. São teorias que carecem de mais estudos ainda, mas tudo é possível.

      Devido as misturas raciais entre Jafetitas e camitas no centro asiático, teremos variações de tons de pele, variando do branco , amarelo , avermelhada ( comum nos ameríndios da América do Norte), ao moreno entre os indígenas americanos do centro e América do Sul. Alguns asiáticos, como os chineses tem uma pele mais amarelada ao passo que vietnamitas e indonésios são mais morenos. Japoneses tem a pele mais clara.

      Todos eles possuem cabelos lisos e negros , poucos pelos faciais ou mesmo corporais, olhos puxados também. Existe o caso das múmias loiras chinesas encontradas na China que são muito antigas, esse pode ser um elo perdido quando no início houve essa miscigenação com povos Jafetitas ou indo-europeus de pele e cabelos claros.




     O isolamento populacional na Sibéria e estepes mais as questões climáticas iriam determinar finalmente as características fenotípicas destes grupos de paleoíndios antes de passarem pela Beríngia.

     Sempre gostei muito da História da América e dos indígenas, e nos tempos da Graduação em História escrevi um artigo científico na conclusão da faculdade, um Trabalho de Graduação com o título : A gênese do indígena americano e sua relação com a teoria da imigração Asiática, o qual foi de muito bom agrado trabalhar este tema fascinante.

Os pontos trabalhados foram:

 * a Tese da imigração asiática,

 *Teorias superadas,

 * Arqueologia, climatologia e cultura material,

 * Genética humana,

 * Contribuição de cientistas e estudiosos nas referências.


      No referido trabalho de graduação lembro que citei a pesquisa de uma bióloga na sua tese de Mestrado na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

     A bióloga Daniela Maria Ribeiro, analisou amostras de DNA de 70 índios Parakanã e de 95 índios da tribo Xikrin, ambas do interior do Pará. Elas possuíam ancestralidade genética nas porcentagens de 67, 78 e até em 80% semelhantes aos habitantes modernos do Sudeste Asiático, essa pesquisa levou em consideração a ancestralidade por meio do DNA mitocondrial.

       Hoje com outros materiais pesquisados , tem-se mais assunto para relatar. Com a ajuda de novas fontes pesquisadas sobre genética humana, na arqueologia, as pesquisas históricas e bíblicas, autores que fazem uma coerente junção entre fé e ciência, sim , movido por estas preciosidades todas, muitas coisas podem vir à tona.

       As teorias mais aceitas explicam que os ancestrais dos ameríndios vieram pelo norte atravessando o Estreito de Bering , que na época não era estreito, mas havia uma passagem por terra ou com gelo até o Alasca na América do Norte, uma vez que existiam ainda geleiras e podia ser atravessado a pé, pois o mar do Estreito ainda não havia sido inundado.

     Estas geleiras, tanto a de Wisconsin da América do Norte como a de Würms na Eurásia estavam sujeitas ao descongelamento nos próximos milênios uma vez que foram produto de resultado dos eventos cataclísmicos do Dilúvio.

     Outras teorias sugerem uma origem malaio-polinésia ou australiana. A malaio-polinésia sustenta alguma coerência, visto que existem haplogrupos genéticos parecidos com alguns indígenas americanos e teria sido possível uma travessia pelo Pacífico.No entanto, a teoria pena Beríngia é a mais forte de todas e a que mais adeptos seguem.




      Os ancestrais dos povos indígenas da América se separaram dos povos da Ásia Oriental entre * 35 e 25 mil anos atrás ( datas sujeitas a novas averiguações e recalibragem, pode ter sido há 12.000 anos) e migraram em direção ao norte, alcançando o leste da Sibéria, aonde se miscigenaram com os Antigos Eurasiáticos do Norte - uma população antiga da Sibéria e Ásia Central. Dessa mistura surgiram os ancestrais diretos das populações do extremo nordeste da Sibéria e dos povos indígenas da América (paleoíndios, a matriz do que seriam os indígenas atuais).

        A migração dos paleoíndios da Sibéria para a América do Norte ocorreu há cerca de 20 mil anos, provavelmente por meio da travessia da Beríngia, mas também é proposta uma rota alternativa por navegação próxima à costa. Rapidamente, ao longo dos milênios seguintes, os descendentes desses asiáticos seguiram ao sul, povoando o continente americano. A tese da origem siberiana dos ancestrais dos ameríndios já foi comprovada por diversos estudos genéticos.

      Os povos falantes de línguas na-dene e esquimó-aleutinas possuem uma parte de sua ancestralidade oriunda de migrações posteriores do Nordeste da Ásia.

       Diversos crânios de paleoíndios, como o de Luzia e do Homem de Kennewick, e os de algumas populações indígenas encontradas pelos europeus - como os fueguinos da região argentina da Terra do Fogo e os pericúes do estado mexicano da Baixa Califórnia Sul - apresentam uma morfologia atípica para os ameríndios e, com isso, foram elaboradas teorias que os indivíduos de tais crânios tinham uma ascendência diferente da dos indígenas contemporâneos, possivelmente relacionada a australo-melanésios, polinésios, europeus ou ainus.

         No entanto, estudos genéticos descartaram qualquer origem alternativa dos povos indígenas da América ou de seus ancestrais e um desses artigos afirma que as morfologias cranianas diferenciadas podem ser explicadas pelo fluxo genético dos Antigos Eurasiáticos do Norte.

      Uma visão oposta é a de Clark Wissler, que afirma que os primeiros americanos não só vieram da Ásia através do Estreito de Bering, mas estavam intimamente relacionados com os históricos mongolóides chineses.

  Ele chegou a esta decisão, em parte, assumindo que os mongolóides controlavam a Ásia durante as primeiras migrações e eram os senhores da área. Nenhuma migração estrangeira, negróide, australóide ou outra, poderia ter conseguido chegar à saída do nordeste da Ásia, adjacente ao Alasca.

       Se houve alguma contribuição negroide e de fato houve, ela se conectou na saída dos povos do Oriente Médio, onde tivemos grandes levas populacionais de negroides que passaram pela Índia, Sudeste asiático, chegando até a Oceania com os aborígenes.

       Wissler é apoiado em sua conclusão por quase todas as outras autoridades. Robert Clairborne chegou mesmo a escrever que “nenhum cientista hoje duvida que os índios americanos são geneticamente mais parecidos com os atuais povos da Ásia Oriental”. 

        De acordo com um estudo genético autossômico de 2012 e depois outros mais tarde, os ameríndios descendem de pelo menos três correntes provenientes do Leste e Nordeste da Ásia. Grande parte descende diretamente de uma única população ancestral, chamada "primeiros americanos". Contudo, os esquimós e aleútes do Ártico herdaram quase metade da sua ancestralidade de uma segunda corrente vinda do leste asiático, e os que falam as línguas na-dene por sua vez, herdaram a décima parte da sua ancestralidade de uma terceira corrente. O povoamento inicial seguiu uma expansão para o sul, pela costa, com pouco fluxo gênico posterior, especialmente na América do Sul. Uma exceção a isso são os chibchas, que têm ancestralidade tanto do norte como do sul da América.

        Segundo estudos, os povos indígenas da América herdaram cerca de 60% de sua ancestralidade e genética dos asiáticos orientais e os aproximadamente 40% restantes dos Antigos Eurasiáticos do Norte.

        Um outro estudo, focado no DNA mitocondrial (aquele que é herdado pela linhagem materna), revelou que os nativos do continente americano têm sua ancestralidade materna traçada a um pequeno número de linhagens do leste asiático, que teria chegado pelo estreito de Bering.

      Análises linguísticas corroboram os estudos genéticos, tendo sido encontradas antigas relações e padrões de similaridade entre as línguas faladas na Sibéria e aquelas faladas no continente americano.

      Além de presumir que os primeiros imigrantes para o Hemisfério Ocidental deviam ser mongolóides devido à sua proximidade geográfica e porque formavam uma barreira intransponível que desencorajava outras migrações, os estudiosos geralmente apontam para uma semelhança óbvia de cabelos e características faciais, bem como de características menos conhecidas,  também comparações dentárias igualmente são percebidas. Entre os que examinam as semelhanças dentárias está Christy Turner, que demonstrou as possíveis raízes ancestrais comuns destes povos do Novo e do Velho Mundo.  Usando todos os restos paleoindianos adequados, incluindo Minnesota Lady e Midland, Texpexpan, Lagoa Santa, Cerra Sota e Palli Aike Man, bem como achados arcaicos da Califórnia, Saskatchewan, Quebec, Alabama, Tehuacan e Cuicuilco, e mais tarde Aleutas-esquimós e índios pré-históricos - ao todo mais de 4.000 indivíduos - Turner demonstra que todos aparentemente possuíam frequências de características de coroa e raiz semelhantes às dos asiáticos do nordeste. 


A Região de Altai


      Por meio da análise de 25 mil amostras de DNA de representantes de 90 povos, o grupo de pesquisadores foi capaz de provar que astecas, incas e iroqueses guardavam semelhanças genéticas com os povos de Altai, região russa localizada entre a Sibéria central, Cazaquistão, China e Mongólia.

      O alto grau de parentesco entre representantes das antigas civilizações americanas e dos povos de Altai é estudado há muito tempo. No final de 2015, porém, uma equipe internacional de geneticistas liderada pelo russo Oleg Balanôvski pôs fim às dúvidas sobre o assunto.

      “No lugar do Estreito de Bering existia uma conexão por terra. Durante a glaciação, a água foi congelando e se acumulou formando geleiras e, então, o nível do mar baixou”, diz o chefe da pesquisa ao explicar como os índios teriam partido de Altai para chegar ao continente americano.

      As pesquisas conduzidas por Balanovski tiveram início após a publicação, em 2013, de artigos que abordavam a análise dos genomas completos dos índios americanos e de seus ancestrais siberianos em duas das mais importantes revistas científicas do mundo, “Nature” e “Science”. 


Herança genética materna 


      A ocorrência comum dos haplogrupos A, B, C e D do DNA mitocondrial entre as populações do leste asiático e dos indígenas americanos é reconhecida há muito tempo, juntamente com a presença do Haplogrupo X.

       A maior frequência dos quatro haplogrupos associados aos indígenas americanos ocorre na região de Altai-Baikal, no sul da Sibéria.

Alguns subclados de C e D mais próximos dos subclados indígenas americanos ocorrem entre as populações mongol, amur, japonesa, coreana e ainu. Um estudo de DNA de 2023 descobriu que "além das fontes ancestrais descritas anteriormente na Sibéria, Australo-Melanésia e Sudeste Asiático, a costa norte da China também contribuiu para a genética dos nativos americanos", bem como dos japoneses.

      Os indígenas americanos são genéticamente e fenotipicamente descendentes de populações primitivas que se originaram no centro asiático, depois indo para Sibéria e Beríngia logo antes de atravessarem para a América.

    Exigem três marcadores genéticos de haplogrupos masculino, o que confere uma origem por intermédio de três patriarcas e que seus descendentes centenas e milênios de anos depois se misturaram e se dividiram criando novos povos , culturas e etnias.

     Um deles que podemos relacionar biblicamente pode ser nomeado como Togarmah,  filho de Gomer, os outros dois são uma incógnita ainda, pode ser algum descendente de Magog ou ele mesmo e o outro provavelmente é de origem camita , não se sabe ao certo seu nome , mas é certo que foi de uma tribo negroide que veio de Cush. Temos duas variantes caucasóides e uma de origem africana, Camita, na formação dos povos ameríndios e em torno de 5 variantes pelo DNA mitocondrial passado somente de mãe para filhos, entre estas, muitas são caucasóides e outras de origem asiática. 

       Os povos ameríndios por meio de tudo que foi apresentado, são parentes geneticamente falando dos Siberianos, Mongois ( chineses, japonesas, coreanos, tibetanos), Povos Turcos e Magiares, povos Altaicos , bem como Tailandeses, Vietnamitas e Indonésios. 

       Para o futuro , aguardando mais estudos que possam esclarecer ainda mais este assunto.








Referências:

A gênese do indígena americano e sua relação com a teoria de imigração Asiática.Trabalho de Graduação.Cristiano De Mari.

https://revistapesquisa.fapesp.br/amerindios-eram-siberianos/

https://super.abril.com.br/coluna/alexandre-versignassi/como-os-siberianos-deram-origem-aos-brasileiros/mobile

https://veja.abril.com.br/ciencia/america-foi-inicialmente-povoada-por-tres-ondas-migratorias-da-asia-diz-estudo/mobile

https://www.colegiorecanto.com/noticia/por-que-alguns-indios-sao-parecidos-com-os-asiaticos-

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quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

A originalidade em Gênesis mediante alguns paralelismos mitológicos

 Cristiano De Mari 


       A história da criação do universo, do mundo e do ser humano narrada em Gênesis é considerada como a mais fidedigna possível. Possivelmente, ela veio dos relatos orais dos antigos clãs tribais semitas e em dado momento da história, um grupo de semitas chamados de Hebreus decidiu colocar tudo por escrito , por meio de Moisés, que era altamente instruído, visto que fora criado na corte do faraó e dominava tanto a escrita egípcia como também o aramaico.

      No tempo do exílio dos hebreus na Babilônia de 597 a 538 a.C ,  foram compilados (juntados) todos os escritos de Moisés pelos sacerdotes no que veio a transformar-se depois na Torah judaica, que praticamente é o conjunto dos 5 primeiros livros bíblicos chamado de Pentateuco.

     De todas as histórias antigas da criação, a do Gênesis é a única que apresenta um Deus monoteísta criador no início de tudo, antes da própria criação da matéria, do espaço e do tempo. A originalidade está nessa ideia primordial da crença num Deus único e em nenhuma outra história da criação isso ocorre, as outras versões de outros povos falam de "deuses" . E é possível encontrar paralelos semelhantes nas tabuinhas Naacal encontradas na Índia, que se referem à criação do mundo , bem como sua relação com continentes desaparecidos , Atlântida, Mu e Lemúria.

      Na página 15 do livro, O continente perdido de MU de autoria do coronel britânico e pesquisador James Churchward diz o seguinte:

     " E quando tudo já estava feito, foi dado o sétimo mandamento:  Criemos um homem a nossa imagem e semelhança e se dê a ele o poder de reinar sobre esta terra.

       " Dessa forma, Narayana, a inteligência de Sete Cabeças, o Criador de todas as coisas do universo, criou o homem e colocou em seu corpo um espírito vivente e imperecível, e o homem tornou-se uma inteligência, como Narayana.E a criação foi perfeita."

      Na página 25 deste mesmo livro, a tradução da tabuinha número 1584, diz resumidamente:

   " O primeiro homem foi criado "duplo". Depois essa criatura foi adormecida e durante seu sono seus princípios foram divididos, e o primeiro homem se desdobrou em homem e mulher.Através do homem e da mulher, a reprodução perpetuou a raça.O mundo inteiro foi povoado por este casal."

    Algumas semelhanças com a criação do homem e da mulher em Gênesis?

       E não é só nesse texto desse brilhante livro, vejam que muitos outros relatos , inclusive fora da nossa Bíblia Sagrada apontam para situações que nela estão escritas há muito tempo. As provas de um início, da criação do mundo , da raça humana, da fauna e flora por meio de um Ser pensante( Deus) que é puro espírito está em diversos textos sagrados antigos e mitológicos. Sabendo-se extrair tudo é confirmado.

      O coronel James Churchward juntamente com um sacerdote Rishi indiano foram os que conseguiram traduzir estas tabuinhas Naacal com várias grafias simbólicas extraídas de um antigo templo hindu.Estas tabuinhas contém muitas informações valiosas sobre os relatos originais da criação.

      A criação do homem(Adão) e da mulher( Eva) e sua descendência serão os humanos antediluvianos, dos quais só sobraram a família de Noé depois do Dilúvio.

      A criação do homem(Adão) e da mulher (Eva) está no início também e sua descendência serão os humanos antediluvianos, dos quais só sobrou a família de Noé depois do Dilúvio.




     O mito sumério de Adapa, que em outras versões se chama Alulim,

(o primeiro homem), foi escrito a mais ou menos em 2.000 a.C. podendo ser milênios mais antigo o seu próprio relato oral, e é paralelo ao Adão bíblico.

    Adapa era considerado como o primeiro dos "Apkalu" que significa no plural: os sete sábios antediluvianos.

Vejamos os paralelismos:


* Ambos os sujeitos foram submetidos a um teste diante da divindade, e o teste foi baseado em algo que deveriam consumir.

* Ambos falharam no teste e, portanto, perderam a oportunidade de alcançar a imortalidade.

* Como resultado do seu fracasso, certas consequências recaíram sobre a humanidade.

* Ambos os sujeitos qualificam-se como membros da primeira geração da humanidade.

* Os seus nomes podem ser equiparados linguisticamente.


       No entanto, entre as diferenças que os pesquisadores observaram, estavam estas: 


* ** Adapa foi testado com pão e água, enquanto Adão e Eva foram testados com a fruta”. 


*** Embora ambos tenham sido condenados à morte e “esta sentença seja proferida em termos bastante semelhantes”, estes termos têm “significados bastante diferentes nos seus respectivos contextos”.


 *** A escolha de Adapa foi feita em obediência ao deus Ea, mas Adão fez sua própria escolha livre, contrária às instruções corretas. 


*** A ofensa de Adapa, em essência, foi perturbar o curso da natureza, enquanto a ofensa de Adão foi de natureza moral.”


    Concluindo, existem de fato paralelos entre Adão e Adapa e é possível ver estas duas fontes separadas como testemunhas independentes de um evento comum, que foram alterados em alguns pontos devido aos contextos locais diferentes. 


História do Éden



      Durante muito tempo, a história do Éden atraiu muita atenção acadêmica.

A história foi comparada com mitos sumérios como o de  Enki e Ninhursag, uma história paradisíaca suméria. O relato descoberto mais célebre sobre o jardim como um lugar luxuriante e onde residem os deuses é encontrado em uma literatura suméria chamada “Enki e Ninhursag”.


Resumidamente:


"A terra Dilmun( Éden) é pura, a terra Dilmun é limpa;

A terra Dilmun é limpa, a terra Dilmun é mais brilhante…

Em Dilmun, o corvo não solta gritos…

O leão não mata, o lobo não arrebata o cordeiro,

Desconhecido é o cão selvagem devorador de crianças…

Nenhuma velha diz: “Eu sou uma velha”,

Nenhum velho diz: “Eu sou um velho”.

........etc......


     Os sumérios são considerados um povo não-semita altamente talentoso, de origem possivelmente Camita, descendentes de Cam por meio de Nimrod, que se estabeleceram no baixo vale do Tigre-Eufrates por volta do 4º milênio a.C. Pela breve descrição da idílica ilha de Dilmun, ela é aparentemente semelhante ao conceito cristão de paraíso onde a vida nunca termina. A ilha ou terra é descrita como “pura”, “limpa” e “brilhante” e onde não há velhice. De acordo com a literatura suméria, esta ilha/terra foi trazida da terra pelo deus-sol Utu e transformada num verdadeiro jardim dos deuses. Aparentemente, do jardim (Dilmun) no mito sumério, era um lugar criado para deuses.


Alguns estudiosos verificaram o seguinte:


* Dilmun é uma terra “pura”, “limpa” e “brilhante”, uma “terra dos vivos” que não conhece doença nem morte. O que falta, porém, é a água doce, tão essencial à vida animal e vegetal. O grande deus sumério da água, Enki, ordena então a Utu, o deus do sol, que o encha com água doce trazida da terra. Dilmun é assim transformado num jardim divino, verde com campos e prados carregados de frutos .

      Kramer pensa que existem “numerosos paralelos” entre este mito do “paraíso divino” e a história do Éden. Ele sugere que o paraíso bíblico, “um jardim plantado a leste no Éden”, pode ter sido “originalmente” idêntico a Dilmun, “uma terra em algum lugar a leste da Suméria”. Ele também compara a “água doce trazida da terra” em Dilmun com a água doce em forma de vapor para regar a terra em Gênesis 2:6. 

Observou também que:


* O nascimento das deusas sem dor ou trabalho de parto ilumina o pano de fundo da maldição contra Eva de que será sua sina conceber e dar à luz filhos em sofrimento;


*  O fato de Enki ter comido as oito plantas e a maldição proferida contra ele por sua má ação lembram o consumo do fruto da árvore do conhecimento por Adão e Eva e as maldições pronunciadas contra cada um deles por esta ação pecaminosa.


     Kramer sustenta que esta formação literária suméria explicaria por que Eva, “a mãe de todos os viventes”, foi formada a partir da costela de Adão. No mito atual, um dos órgãos doentes de Enki é a costela (chamada de " ti " em sumério); a deusa criada para curar sua costela era chamada na Suméria de Nin-ti  palavra que vinha de “a senhora da costela”. Mas o " ti" sumério também significa “fazer viver”. O nome Nin-ti pode, portanto, significar “a Senhora que dá vida” e também “a Senhora da costela”. Através do jogo de palavras, essas duas designações foram usadas para a mesma deusa. É esse “trocadilho literário”, segundo Kramer, que explica o título de Eva e o fato de ela ter sido formada a partir da costela de Adão.

     As evidências científicas apontam que todos os seres humanos descendem de uma mulher primitiva que teria vivido na África. A Eva bíblica tem também o seu lugar na história.

      Pelas análises do DNA mitocondrial todos os humanos de hoje , independentemente da sua raça, descendem de uma mulher e que teria vivido primariamente na África( pode-se reconsiderar o local) pelos cálculos há mais ou menos 150.000 anos antes de Cristo. O DNA do cromossomo Y masculino também está presente nos mais variados povos da terra com mudanças de padrões genéticos o que confirma a alta variedade de povos existentes.

    Todas as outras histórias, lendas e mitos da criação de outros povos antigos, mesmo que em alguma ou outra versão a gente pode encontrar um resquício de monoteísmo, semelhante ao Gênesis , mesmo assim,  todas elas sem exceção apresentam um Universo que se auto gera para depois surgirem os deuses politeístas e dominarem o escopo religioso antigo.



     Não existiria assim, nenhuma influência dos mitos de criação sumérios ou babilônicos no relato da criação de Gênesis. A Suméria como um reino organizado agregado por várias cidades- estado começa em 3.200 a.C, sendo que Eridu uma cidade de origem sumeriana (descendentes de Nimrod) já em 5.400 a.C existia como vilarejo neolítico (foram encontradas 18 camadas de assentamentos) e a Babilônia como império alguns séculos depois. Portanto a origem do relato do Gênesis se dá ainda na aurora dos povos pós catástrofe em 10000 a.C aproximadamente, tendo sido escrito milênios depois por Moisés.

     Do contrário, sumérios e babilônicos e outros povos é que podem ter sido influenciados por um relato primitivo semelhante ao narrado no Gênesis, uma vez que quanto mais recuarmos no tempo a oralidade dos eventos era mais pura, visto que o tamanho populacional dos povos era menor vivendo mais próximos. Para exemplificar, a lista de reis sumérios encontrada em Eridu também fala de reis antediluvianos de grande longevidade e as histórias sobre a criação do homem através do barro da terra também são muito semelhantes , as histórias do Dilúvio, Utnapishim , Gilgamesh ou Ziuzudra são muito semelhantes o que denota uma proximidade entre os povos.

Só que, diferentemente do Gênesis eles falam de deuses no plural e não de um único Deus.

     Estes povos pegaram o relato monoteísta primordial e alteraram para sua realidade religiosa politeísta, bem como, com as lendas de surgimento de seus deuses muitas vezes foram certamente originadas de líderes de tribos, caçadores, famosos de seus tempos, pessoas comuns que talvez realizaram algo grandioso para a época em vida, tendo posteriormente sua memória endeusada."


Fontes:

https://members.ancient-origins.net/articles/eden-revisited

https://www.google.com.br/amp/s/www.ancientpages.com/2019/03/27/apkallu-seven-antediluvian-sages-created-by-god-enki-were-they-the-watchers/amp/

https://www.worldhistory.org/Garden_of_Eden/

https://biblearchaeology.org/research/flood/3050-genesis-and-ancient-near-eastern-stories-of-creation-and-flood-part-ii

https://www.calameo.com/read/005505615cff35752ef76

José, os Hicsos e a conquista do Egito

 Cristiano De Mari



      Os Hicsos foram um povo semita que governou o Egito, iniciando o Segundo Período Intermediário da história do Antigo Egito. Provavelmente aparentados dos hebreus, uma vez que eram também semitas , descendentes de Sem e de seus filhos Arfaxad (caldeus, hebreus) e Aram (arameus) , pesquisas indicam que eram compostos por grupos semitas variados.

      Muitos consideraram os Hicsos um bando de forasteiros saqueadores que invadiram e depois governaram o Delta do Nilo até que heroicos egípcios os expulsaram. No entanto, os Hicsos tiveram um impacto mais diplomático, contribuindo para o progresso da cultura, idioma, assuntos militares e até a introdução do cavalo e da carruagem de guerra.

      Por volta de 1800 a.C. os Hicsos que na sua origem eram pastores , saíram lentamente da Ásia Ocidental para viverem pacificamente na região do Egito. Os motivos iniciais eram a escassez de alimento na Ásia, devido ao ambiente árido, e a abundância de alimentos, provenientes da terra fértil ao redor do Nilo.



     O que motivou a guerra foi a fraqueza governamental da 13ª dinastia egípcia, no comando do  Faraó Amenemés III 

(1.843 a 1.797 a.C.). Os Hicsos entenderam que poderiam tomar o poder, e assim o fizeram.

       Os Hicsos atacaram o império egípcio, e expulsaram a dinastia para tomarem o poder. Governaram o Egito por cerca de 100 anos. Adotaram muitos de seus costumes durante essa época, inclusive, chamando seu líder de Faraó.



O que isso tem a ver com o Êxodo?


       José do Egito, conforme narra a Bíblia, tendo sido vendido pelos seus irmãos aos ismaelitas , chegou no Egito numa época logo posterior aos Hicsos, e não teve nenhuma resistência da parte do faraó pois era também de origem semita, eram povos irmãos. Conforme todo o desenrolar da história num ponto o faraó o coroa como vizir , uma espécie de cargo de confiança - governador do Egito.


       Maaibre Sheshi I era o faraó da época de José. Sua existência histórica foi arqueologicamente comprovada através do achado de centenas de selos e objetos de metal contendo seu nome em Canaã, Egito, Núbia e até Cartago, onde alguns ainda estavam em uso mil e quinhentos anos após a sua morte.

      Além disso, arqueólogos também atestaram que há evidências de longos períodos de fome no Egito que coincidem com a história bíblica onde José interpreta o sonho de faraó, revelando um período de sete anos de fartura, seguidos por mais sete anos de fome.

      Especialistas também identificam Sheshi com um faraó estrangeiro por ser descendente de imigrantes (chamados de hicsos). Essas pessoas dificilmente conseguiam destaque no Egito, mas, Sheshi, obstinado pelo poder, formou um exército, ganhou a guerra e exilou o então faraó Apepi para conquistar o poder.

     Anos depois, os egípcios voltaram a tomar o poder na terra do Egito, e pouco tempo depois, o Faraó Amósis ( Ahmose)  inaugura a 18ª dinastia egípcia e começa uma perseguição  contra os Hicsos e todo o povo semita.

       Esse é provavelmente o Faraó que a bíblia descreve em Êxodo 1:8-10, Ahmose - Amósis e não Ramsés.

    Já Moisés, foi criado junto com um futuro faraó de origem Hicsa, talvez tenha sido Sakir-Har, ou seu sucessor Khyan. Foram criados juntos na corte do faraó,  Moisés como hebreu foi adotado pela princesa filha do faraó, que o criou e às escondidas sua mãe verdadeira vinha o amamentar. Lembrem-se que Moisés, já adulto foi perseguido após terem descoberto sua origem e ficar do lado dos Hebreus. Ele fica exilado no Sinai até o momento de voltar , e na volta provavelmente encontra Amósis I , que como diz a Bíblia não conhecia a fama de José e não tolerava Moisés.





"Entrementes, se levantou um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José.


Ele disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós.

Eia, usemos de astúcia para com ele, para que não se multiplique, e seja o caso que, vindo a guerra, ele se ajunte com os nossos inimigos e peleje contra nós e saia da terra." Ex. 1:8-10


       Ao tomar o poder, Amósis escravizou os Hebreus e os colocou sobre os trabalhos mais pesados: produzir tijolos.

      Por décadas, os escritos do historiador egípcio ptolomaico Maneton influenciaram as interpretações populares e acadêmicas sobre os Hicsos. Preservado no Contra Apião I de Flávio Josefo, Maneton apresentou os Hicsos como uma horda bárbara, "invasores de uma raça obscura" que conquistou o Egito à força, causando destruição e assassinando ou escravizando egípcios.       

      Esse relato continuou nos textos egípcios do Segundo Período Intermediário e do Novo Reino. À medida que a egiptologia se desenvolvia, anos de debate sobre a extensão da destruição e a etnia do "povo Hicso" transpiraram. Somente nas décadas mais recentes os hicsos foram revelados como um razoável grupo de governantes (conhecemos seis) e não como uma população ou grupo étnico gigante. Durante seu governo, os reis Hicsos estavam constantemente renegociando suas identidades conforme o contexto exigia, enfatizando as tradições egípcias ou suas origens na Ásia Ocidental. Eles adotaram elementos da realeza egípcia, incluindo títulos reais, nomes de tronos, inscrições hieroglíficas, atividade dos escribas e adoração ao panteão egípcio.

       Como palavra, Hyksos é simplesmente a versão grega de um título egípcio, Heka Khasut, que significa “governantes que vieram de terras estrangeiras/países montanhosos”.    

        Escavações em Tell el Dab’a demonstraram que os imigrantes do Sudoeste Asiático (Levante) se tinham deslocado para o Delta do Nilo Oriental durante séculos, esta imigração atingiu o pico em meados da XII dinastia até ao início do Segundo Período Intermediário.

     O exame da arquitetura religiosa, divindades, práticas funerárias, alimentos e artefatos como armas e alfinetes indicaram uma grande população de indivíduos da Ásia Ocidental. Na verdade, muitos destes elementos combinavam as práticas egípcias com as dos imigrantes, sugerindo que Tell el Dab’a era uma comunidade culturalmente mesclada, caracterizada por casamentos mistos e coexistência pacífica. Vários indivíduos da Ásia Ocidental eram até oficiais de reis do Império da Média, supervisionando o comércio no Oriente Próximo e lucrativas expedições de mineração à Península do Sinai. Em vez de uma “invasão”, parece que à medida que a autoridade centralizada dos reis egípcios declinava, as elites de Tell el Dab'a aumentaram o seu poder local até que, através de um golpe ou simplesmente de um processo lento e pacífico, tomaram o título de Heka Khasut e tornaram-se reis por direito próprio.





Fontes :

 https://arce.org/resource/hyksos/#:~:text=As%20a%20word%2C%20Hyksos%20is,during%20the%20Second%20Intermediate%20Period.

Caftorim , Creta e os minoicos

 Cristiano De Mari

     Caftorim, que a tradição patriarcal histórico-religiosa coloca como o pai gerador dos Cretenses, foi um personagem bíblico do Antigo Testamento. É mencionado como um dos filhos de Mizraim ( Egito), sendo, portanto, neto de Cam e bisneto de Noé. Têm-se identificado Caftorim com a ilha de Creta, no Mediterrâneo e seus habitantes seus descendentes.

     Mas, segundo algumas análises genéticas recentes, os Cretenses teriam descendência caucasiana, ou seja, se houve um primeiro extrato racial do norte africano ou mesmo do Oriente Médio, este foi sendo depois misturado por migrações de populações que chegavam com DNA de origens europeias.

     Isso colabora um pouco segundo outras teorias que consideram os Cretenses como descendentes do patriarca Tubal, filho de Jafet ( que originou os europeus ) e neto de Noé. Desse patriarca, como mencionado várias vezes, teriam-se originado muitos povos ( desde Minoicos, Itálicos, ibéricos e etc...).Inclusive nas suas ondas migratórias navegaram pelo Mar Mediterrâneo atingindo suas costas litorâneas desde a Ásia Menor, Grécia, Itália até o sul da Espanha e Portugal.


      Provavelmente, os Cretenses eram um povo bastante mesclado. A ilha pela sua localização, bem no centro do Mediterrâneo oriental, próxima da Grécia, Egito e Palestina era um ponto de convergências.

      A Civilização Minoica/Cretense teria chegado até Creta navegando a partir da Ásia Menor, segundo alguns pesquisadores. Os que sustentam origens norte africanas , a partir daí então.

       Essa civilização tem também em certo grau,  parentesco com o antigos  micênicos (Aqueus, de Quitim , filho de Javan) os primeiros gregos a habitar em na Grécia continental mas que também deixaram sua presença física e genética nas ilhas do mar Egeu, inclusive em Creta. Lembrando que com o colapso dos Cretenses, os invasores micênicos ocuparam a ilha depois.

      Voltando para o estudo, a análise do DNA revelou as origens dos minoicos, que há cerca de 5.000 anos estabeleceram a primeira civilização avançada da Idade do Bronze na ilha de  Creta. As descobertas sugerem que eles surgiram de uma população ancestral do Neolítico que chegou à região cerca de 4.000 anos antes.



      O arqueólogo britânico Sir Arthur Evans, no início de 1900, nomeou os minoicos (o mesmo que Cretenses)em homenagem a um lendário rei grego, Minos. Com base nas semelhanças entre os artefatos minoicos e os do Egito e da Líbia, Evans propôs que os fundadores da civilização minoica migraram do Norte da África para a área. Desde então, outros arqueólogos sugeriram que os minoicos podem ter vindo de outras regiões, possivelmente da Turquia, dos Balcãs ou do Oriente Médio.

       Agora, uma equipe de pesquisadores nos Estados Unidos e na Grécia usou a análise do DNA mitocondrial de restos de esqueletos minoicos para determinar os prováveis ancestrais desses povos antigos.

     Os resultados publicados em 14 de maio na Nature Communications sugerem que a civilização minoica surgiu da população que já vivia na Idade do Bronze em Creta. As descobertas indicam que estas pessoas eram provavelmente descendentes dos primeiros humanos que chegaram a Creta, há cerca de 9.000 anos, e que têm a maior semelhança genética com as populações europeias modernas.

     George Stamatoyannopoulos, professor de medicina e ciências do genoma da Universidade de Washington, é o autor sênior do artigo. Ele acredita que os dados destacam a importância da análise de DNA como ferramenta para a compreensão da história humana.

     Observou ele:


“Há cerca de 9.000 anos, houve uma extensa migração de humanos neolíticos das regiões da Anatólia que hoje compreendem partes da Turquia e do Médio Oriente. Ao mesmo tempo, os primeiros habitantes do Neolítico chegaram a Creta.”

Ainda: 

“Nossa análise de DNA mitocondrial mostra que as relações genéticas mais fortes dos minoicos são com esses humanos neolíticos, bem como com os europeus antigos e modernos”, explicou. 


     Stamatoyannopoulos e a sua equipe de investigação analisaram amostras de 37 esqueletos encontrados numa caverna no planalto Lassithi, em Creta, e compararam-nas com sequências de DNA mitocondrial de 135 populações humanas modernas e antigas. As amostras minoicas revelaram 21 variações distintas de DNA mitocondrial, das quais seis eram exclusivas dos minoicos e 15 foram compartilhadas com populações modernas e antigas. 

       Análises mais aprofundadas mostraram que os minoicos tinham parentesco apenas distante com as populações egípcia, líbia e outras populações do norte da África. 

Quando plotada geograficamente, a variação compartilhada do DNA mitocondrial minoico foi mais baixa no Norte da África e aumentou progressivamente no Oriente Médio, no Cáucaso, nas ilhas do Mediterrâneo, no sul da Europa e na Europa continental. A maior porcentagem de variação compartilhada do DNA mitocondrial minoicos foi encontrada em populações neolíticas do sul da Europa.


Realizações dos antigos Cretenses 




      A Civilização Minoica surgiu durante a Idade do Bronze Grega em Creta, a maior ilha do mar Egeu, e floresceu aproximadamente entre o século XXX e XV a.C ( 3000 a 1500 a.C.). Foi redescoberta no começo do século XX durante as expedições arqueológicas do britânico Arthur Evans. O historiador Will Durant refere-se à civilização como "o primeiro elo da cadeia europeia".

      A cidade-estado que comportou o centro da civilização cretense foi Cnossos. Nessa cidade, o palácio do rei constituía o ponto central de onde partia toda a organização da cidade. Além de ser uma construção monumental, o palácio cretense era uma complexa obra de engenharia. Sua estrutura contava com aquedutos construídos com terracota que irrigavam água a quilômetros de distância. Seu interior foi especialmente projetado para comportar toda a família real e todos os subalternos que gestavam a administração da cidade. Além disso, as paredes dos recintos interiores do palácio eram cuidadosamente ornamentadas e pintadas com a técnica do afresco.

     Dentre os principais produtos comercializados pelos Cretenses estavam : joias, tecidos, armas, e objetos de bronze.

     Os governantes Cretenses eram conhecidos como Mino, que tem o mesmo significado de Rei.Esse rei, ou o Mino, tinha a função de chefe político, mas também tinha seu poder ligado a um chefe religioso, e para abrigar uma personalidade tão importante como essa, foram construidos vários grandiosos Palácios. Esses palácios tinham como caracteristicas algumas “armadilhas” para que pudessem evitar algumas invasões. Dentre elas estavam os labirintos.

      De acordo com a mitologia grega, esses labirintos foram construídos para abrigar uma temida criatura selvagem denominada como Minotauro, que seria metade homem e metade touro, e que até hoje reside em nosso imaginário.

       Em meio a todo esse desenvolvimento social que podemos perceber, é válido citar também o desenvolvimento da escrita. Foram encontrados vestígios dessa escrita, nominada de Linear A, em várias placas de argila, parecendo muito com a escrita dos egípcios, além de uma segunda escrita a Linear B, assim batizada.

      No aspecto religioso, os cretenses adoravam como principal divindade a “deusa mãe” que era símbolo da fertilidade, e por adorarem uma divindade feminina, a sociedade cretense dava uma grande importância às mulheres.

      Praticavam cultos taurinos e nas festividades religiosas homens faziam acrobacias no lombo dos touros.O touro era considerado animal sagrado.

     Já o declínio de sua sociedade se deu justamente por causas naturais como terremotos, erupções vulcânicas e tsunamis e a partir disso a sociedade cretense ficou enfraquecida e incapaz de se defender de invasões de outros povos.


Fontes :


Bíblia Sagrada

https://www.washington.edu/news/2013/05/14/dna-analysis-unearths-origins-of-minoans-the-first-major-european-civilization/

https://www.science.org/content/article/greeks-really-do-have-near-mythical-origins-ancient-dna-reveals?fbclid=IwAR2P9LM28BV6MA6-3JxvI-nLLW7WudXSntjIQNjiMbwhF4w2ndQiMMtR-4M#:~:text=Modern%20Greeks%20share%20similar%20proportions,from%20later%20migrations%20to%20Greece

Antiguidades Judaicas, Flávio Josefo

https://www.google.com.br/amp/s/www.historiadomundo.com.br/amp/idade-antiga/civilizacao-cretense-micenica.htm