sábado, 9 de outubro de 2021

Ciência, Fé e Psicologia - Egrégora


Cristiano De Mari

"Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” Mateus cap.18, versículo 20.

Egrégora é um termo que provém do grego “egrégoroi” e refere-se a uma força gerada pelo conjunto de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, ao se reunirem com qualquer objetivo que seja, família, congregação, sociedade, grupos de oração, conjunto de pessoas.

As egrégoras são formadas por meio dos pensamentos e sentimentos de um grupo de pessoas. A somatória dessa emanação de consciência forma um clima energético, uma atmosfera de influência. Assim, as egrégoras formadas podem ser de cargas negativas ou positivas. Isso depende das emanações de pensamento e vibrações das pessoas que estão criando/sustentando a egrégora.

Ex: num determinado ambiente calmo e quieto com algumas pessoas. De repente chega uma pessoa extrovertida , começa a dialogar, a colocar positividade no ambiente, rapidamente algumas pessoas mudarão sua frequência e estarão mais alegres, ainda assim outras permanecerão fechadas, mas vai ocorrer uma modificação energética no local sem dúvida. Do modo inverso uma pessoa negativa deixará o ambiente ainda mais pesado e chato.

Segundo as doutrinas que aceitam a existência de egrégoras, dizem elas serem capazes de realizar no mundo visível e palpável, as aspirações transmitidas ao mundo invisível pela coletividade geradora. Em resumo, uma egrégora participaria ativamente de qualquer meio, seja ele físico ou abstrato. Quando a energia é propositalmente gerada, ela forma um padrão, ou seja, teria a tendência de se manter como está e de influenciar o meio ao seu redor. No mais, as egrégoras podem ser descritas como concentrações ou esferas energéticas criadas quando várias pessoas têm um mesmo objetivo. Trata-se de um conceito místico-filosófico com vínculos muito próximos à teoria das formas-pensamento, na qual todo pensamento e energia gerada têm existência, podendo circular livremente pelo cosmo.

Pode-se verificar também o conceito de egrégora ao analisarmos um ambiente dentre tantos outros como por exemplo uma missa: encontro de algumas ou muitas pessoas voltadas para promover um mesmo fim, seja a cura de alguém, o fim de um problema ou a superação de uma perda, teriam um grande poder de formar energias positivas e, através delas, promover mudanças. Essa egrégora do bem é uma parte do processo são a fé e a vontade humanas, o outro lado do processo é o Divino , ou seja aquele que vai permitir ou não esse desejo.

A física quântica também já comprovou que egrégoras ou energias semelhantes se atraem, sendo assim, para poder atrair aquilo que deseja, você precisa emitir aquilo. Mas isso não acontece da noite para o dia , é um princípio da fé, de paciência e de perseverança , é o acreditar da religião praticamente comprovado na ciência.

Pelo princípio da física quântica, de que tudo no universo é energia, uma vez que nossas frequências são emitidas, elas atraem frequências que são como elas. Então, você está constantemente usando frequências de fé para trazer as coisas para você, mesmo que nem sempre tenha consciência disso. É o caso de às vezes conseguir algo inesperado ou de repente sem esperar.

Exemplo de Egrégora do bem: elogios sinceros, desejos de bondade, sucesso e bem-aventuranças, bom humor, ver sempre o lado bom das coisas, etc ...

Exemplo de Egrégora ruim: Inveja, críticas inconsistentes, falsidade , vitimismo , a ideia de esperar sempre pelo outro e não fazer sua parte, etc....

Referências:

< https://derosemethod.org/blogdoderose>

A Matrix Divina, Uma jornada através do tempo, do espaço, dos milagres e da fé. Gregg Braden, 2019 , Editora Cultrix.

Você é aquilo que pensa. José Sometti. Editora Cidade Nova,2006.

 

sábado, 25 de setembro de 2021

Jafet e a origem dos Gregos


Cristiano De Mari

1-Introdução

"Os filhos de Jafet são: Gomer, Magog, Madai, Javan, Tubal, Mosoc e Tiras. E os filhos de Gomer são: Asquenaz, Rifat e Togorma. E os filhos de Javan são: Elisah, Társis, Quitim e Dodanim. Por estes foram repartidas as ilhas dos gentios nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações.” Gênesis 10:2-5

Por meio destes dois patriarcas,  Jafet (Pai) e Javan (Filho), tentaremos explicar uma origem histórica acerca da ancestralidade indo-europeia e também grega. 

2-Os indo-Europeus

Jafet , terceiro filho de Noé , é considerado como o pai da raça branca/caucasóide/indo-europeia/ariana. Todas as 4 nomenclaturas referem-se ao mesmo grupo populacional que mais tarde derivaria germânicos, célticos, latinos, gregos , eslavos, indianos e iranianos primitivos . Suas origens remontam às montanhas do Cáucaso limite entre Europa e Ásia e também às regiões da Ucrânia, onde foi considerado pelos linguistas e antropólogos como a “Urheimat” pátria primitiva dos Proto-Indo-Europeus. Destas regiões , no final do período Neolítico, estes povos de economia agrícola e mineral espalharam-se para a Ásia Central , Europa e  Índia. Os chamados povos indo-europeus formavam uma raça variada, vinculados pelo tronco linguístico e por afinidades culturais consolidadas ao longo de séculos.


O vocábulo "indo-europeu" foi empregado pela primeira vez em 1814 e refere-se a um grande tronco linguístico que abrange Europa , Ásia ocidental e Índia. Os povos relacionados com esse tronco linguístico foram denominados também de Jaféticos (de Jafet , filho de Noé), termo empregado pelo orientalista alemão Heinrich Julius Klaproth, no início do século XIX, para designar os falantes de um grupo de línguas diferentes dos semitas (de Sem) e dos camitas (de Cam, pai da raça negra).

Durante a idade do bronze europeia, no segundo milênio, esses povos chegaram às bacias dos rios Reno e Danúbio e, na Ásia, estenderam-se até o Irã e península hindustânica. Uma expansão posterior levou-os à Europa central, onde deram origem a diversas culturas, caracterizadas pelo trabalho do bronze e pela substituição progressiva do ritual funerário do sepultamento de cadáveres pelo da incineração. Seguindo as rotas do sal e do âmbar, entre 1300 e 1200 a.C., os indo-europeus deslocaram-se para o Mediterrâneo.

Segundo o artigo da enciclopédia global , acesso em 19/09/2021 :

“ A metalurgia do ferro desenvolveu-se especialmente a partir do primeiro milênio, originando a cultura de Hallstatt. Em busca de novos pastos e áreas próprias para a agricultura, os indo-europeus migraram do Danúbio para os Alpes orientais, sul da Alemanha Holanda, Suíça e França. Chegaram também às ilhas britânicas, península ibérica e Itália. Os vestígios materiais de sua passagem por diversas regiões estão nos restos arqueológicos de suas necrópoles, constituídas por campos de urnas relacionados à prática da incineração.

Os testemunhos da existência desses povos levantaram questões sobre sua procedência. Durante o século XIX, chegou a ser comum sua identificação com um tipo físico definido, semelhante ao que os escritores clássicos descreviam como germânico. De fato, esses povos foram chamados de indo-germânicos. Contudo, nenhum dos restos arqueológicos encontrados permite falar de um tipo único indo-europeu. Foram encontrados testemunhos de uma notável diversidade de configurações físicas, irredutíveis a um único modelo. Por essa razão, os povos indo-europeus não constituíam uma raça específica, mas um conglomerado de elementos diversos, vinculados pela origem da língua e por traços culturais comuns consolidados ao longo de séculos de contatos, migrações e intercâmbios comerciais.

A combinação de dados arqueológicos e linguísticos permitiu determinar a distribuição geográfica e a difusão dos elementos culturais comuns a todos ou a alguns dos diversos povos que falavam línguas de origem indo-europeia. Entre esses elementos, cabe citar a estrutura social baseada no patriarcado, a crença na vida após a morte, expressa nas práticas funerárias, o culto a uma divindade central solar e os mitos religiosos baseados num conflito primordial entre os deuses criadores e na formação de famílias divinas.”





3- JAFET e sua descendência

O território ocupado pelos descendentes do filho de Noé chamado Jafet, no hebraico Yafet ou  na forma grega Japethos consiste nas origens étnicas da Europa e de algumas nações de origem europeia da Ásia que estão em volta do Mar Negro e do Mar Cáspio (Uzbequistão, Armênia, Ucrânia, etc...).

Segundo a teoria e alguns estudiosos, os descendentes de Jafet tem relação com os indo-europeus. Essa relação foi observada a partir de quando estes povos caíram na idolatria, tendo-se inspirado no seu próprio ancestral: o patriarca Jafet , para nomear pelo menos um de seus deuses principais.

Por exemplo, o famoso deus romano Júpiter em latino Iuppiter , deus do dia, do trovão e chefe supremo de todos os deuses , evoluiu do idioma latino arcaico do termo Iovis Pater, o título divino latino “Pater” originou também o termo " Father" (pai) no inglês. Uma entidade grega chamada Japethos tem muita semelhança com a divindade “Pra-Japati Rajjan” que significa: "Senhor da criação e protetor" , divindade védica do hinduísmo. Entre os antigos hindus temos também os termos "Pai do céu" escrito no antigo sânscrito como "Dyàhus Pítah" o mesmo valor consonante da proto-língua indo-europeia. É o mesmo que Zeu Pater ou Zeus, chefe supremo do panteão grego.

Quanto à linguagem, há séculos, têm se estudado as semelhanças entre as chamadas línguas indo-europeias, que são os idiomas falados na Europa, Irã e Índia. Jafet e seus 14 descendentes deram origem a todos esses idiomas após o episódio da Torre de Babel.



                  
Mapa genético da Europa

*OBS: TENHO ESCRITO NO BLOG UM OUTRO ARTIGO QUE FALA SOBRE A CULTURA LINGUÍSTICA INDO-EUROPEIA E TRATA DAS EVOLUÇÕES DA LINGUAGEM EUROPEIA.

Tentaremos expor agora a possível descendência dos filhos de Jafet : Gomer, Asquenez, Rifat, Togorma, Magog, Madai, Tubal, Mosoc e Tiras. Deixaremos por fim a descendência de Javan pois foi a que originou os gregos.


*GOMER, filho de Jafet: Este patriarca e seus filhos: Asquenaz, Rifat e Togorma são os ancestrais de todo o tronco germânico de povos antigos e modernos, desde: Cimérios, Germânicos, Anglos, Saxões, Escandinavos, Alamanos, Teutões, até os países modernos, Alemanha , Inglaterra, Dinamarca, Holanda, etc... Em suma,  tudo que é germânico vem de Gomer. 

Também contribuiu para a origem de povos turcos e asiáticos a partir de seu filho Togorma com misturas raciais de descendentes de Cam que migraram para a Ásia pelo sul.

Gomer, antigamente estava associado com os antigos gomeritas/cimerianos, pois segundo os linguistas, esse termo vem do acadiano GIMIRRI - ou Cimir, Cimira. Estes habitaram do norte do Mar Negro, atuais Ucrânia e parte da Rússia. Isso concorda com as Escrituras que os associa ao “extremo norte” de Israel (Ezequiel 38:6).

O primeiro registro histórico dos cimérios se dá nos anais assírios, no ano de 714 a.C. Eles descrevem como um povo denominado Gimirri ajudou as tropas de Sargão II a derrotar o reino de Urartu (Ararate). Sua terra de origem é chamada no texto de Gamir.

O geógrafo grego Ptolomeu, escrevendo nos séculos I-II d.C., cita a cidade ciméria de Gomara. Após as conquistas ocorridas no primeiro milênio a.C., os cimérios também passaram a ser conhecidos como Gimirri no idioma georgiano. O palavra georgiana para "herói",  gmiri, vem do termo Gimirri, que se referia aos cimérios que habitaram a região após as primeiras conquistas. 


* TOGORMA, filho de Gomer e neto de Jafet

Heródoto escreveu que Targitaus era o pai de várias tribos , especialmente as do norte da Anatólia (perto do Mar Negro) e do nordeste de Dácia e Mésia. A palavra grega Targitaus pode ser uma transliteração da palavra hebraica Togorma, para alguns povos também conhecidos como Tagdama. Os assírios conheciam a vila habitada perto dos Montes Tauro como Til-Garimme.

Há os que relacionam Togorma com os armênios. Os próprios armênios tradicionalmente afirmam ser descendentes de “Haik, filho de Thorgom”. Antigos escritores gregos falam dos armênios como um povo famoso por seus cavalos e mulas, o que concorda com Ezequiel 27:12-14. 

Alguns estudos genéticos dos haplogrupos humanos sugerem que de Togorma  descenderiam todos os povos de origem siberiana, que há muito tempo teriam migrado para a Sibéria e depois atravessado o Estreito de Bering. Originou também povos Búlgaros, Húngaros, Magiares, Hunos. Originou também os turcos, curdos, mongois, etc... com misturas raciais vindas das populações descendentes de Cam que migraram pelo sul da Ásia. Essas misturas formavam vários povos asiáticos com descendentes também nas Américas no que se refere aos ameríndios segundo estudos genéticos dos haplogrupos humanos.


*ASQUENAZ, filho de Gomer e neto de Jafet

Aškuzai ou Iškuzai eram nomes utilizados para os citas, que aparecem pela primeira vez nos registros assírios no século VIII a.C. na região do Cáucaso. Em Jeremias 51:27,28, o reino de Asquenaz está ligado a Ararat e Mini. Mini pode estar ligado ao nome Armênia e Ararat (Gênesis 8:4; II Reis 19:37; Isaías 37:38) é a mais alta montanha da Turquia moderna, onde a arca pousou. Ou seja , no princípio antes da confusão das línguas estas tribos viviam muito próximas sendo que após este acontecimento passaram a migrar por várias regiões da Europa e Ásia.

É de Asquenaz que se originam os antigos Germânicos, Alamanos, Anglos, Saxões, Suevos, Burgúndios, etc... Os povos nórdicos como os Vikings, tem parentesco com Asquenaz e o nome dessa região Escandinávia/Asquenaz, tem a ver com o nome desse patriarca. 

* RIFAT, filho de Gomer e neto de Jafet

De acordo com Flávio Josefo, também pode ter sido supostamente o antepassado dos Paflagônios também chamados na Europa de Celtas e pelos gregos de Gálatas. A Paflagônia era o nome da antiga região da costa do Mar Negro no norte da Anatólia central, entre as também antigas regiões da Bitínia, a oeste, e do Ponto, a leste, e separada da Frígia (na porção que seria no futuro a Galácia) , essa região é a pátria primitiva de vários povos, inclusive os celtas. Este patriarca é considerado como o pai dos antigos povos celtas e gauleses.



*TUBAL, filho de Jafet: Progenitor das tribos itálicas:  Latinos, Enótrios, Úmbrios, Picenos, Faliscos, Marrucinos, Campânios, Lucanos, Volscos, Vênetos,  Sabinos e etc...

 Teria dado origem também aos Cretenses (minoicos), Ilíricos,  Ibéricos, antigos Pelasgos, povos ao longo do Mar Mediterrâneo , artífices em trabalhos com metalurgia, pedras, prestavam culto a grande mãe e aos touros.

        A tribo itálica mais famosa , os Latinos, foi a que fundou Roma e mais tarde deu origem aos antigos Romanos, que por sua vez, após a expansão do seu império, da cultura e língua latina originou os atuais países europeus de língua neo-latina: Itália, Espanha, Portugal, França e Romênia.

O próprio nome Itália, de início era aplicado apenas à região da atual Calábria. Derivaria segundo uma tradição de um heroi epônimo, Ítalo (Italom) rei lendário da tribo dos Enótrios, cujas origens aparentemente itálicas misturam-se entretando com as lendas de matriz grega.Para uma delas, ele seria filho de Poseidon e de Sátira, filha de Minos, rei de Creta, e mãe de Taras, fundador da cidade de Tarento.Outra lenda o faz filho de Penélope e de Telegonos.

Ainda outra tradição, transmitida pelo filósofo romano Varro e outros faz seu nome derivar de uma peripécia de um dos trabalhos de Hércules, que teria percorrido o território itálico atrás de uma vitela (novilha) desgarrada ao levar para a Grécia os bois tomados a Gerião, lenda que refletiria a riqueza real da região em gado, bois, isto é , em vituli ( Vitulus, nome que se dá a um boi jovem em latim, ou vitellus, seu diminutivo, de onde vitello em italiano e vitela em português), termo que se encontra já no grego, dialeto eólio (etalon) e no dialeto dórico (etelon), que estaria de forma real na raiz da palavra Itália.

Embora o vocábulo latino não derive de uma forma do grego ( haverá apenas uma origem indo-europeia comum), pode-se avaliar com base nesses mitos de origem helênicos a importância da colonização grega para a história da Itália a princípio de sua região meridional (sul).

Sobre Tubal, sua esposa chamava-se Tebas e seu filho Aost, nome muito comum em antigas cidades da península balcânica e na Itália. Os filhos de Aost chamavam-se Italom e Ilirom.




Ezequiel o menciona junto com Gog e Mosoc (Ezequiel 39:1).  Heródoto cita-os como   "os Tibarenos".

O rei Tiglate-Pileser I da Assíria por volta de 1100 a.C., refere-se aos descendentes de Tubal como Tabali. Josefo registrou seu nome como Tobelitas, que mais tarde foram conhecidos como uma das suas tribos de Iberes.

“A terra antiga deles, conforme menciona Josefo se localizaria onde é agora a Cilícia na antiga Anatólia hoje Turquia. Alguns sugerem também que viveram também nas terras da Geórgia cuja capital até hoje leva o nome de Tubal como Tbilisi. A existência de minas de cobre nesta região concorda com o registro bíblico (Ezequiel 27:13). 

Dali, depois de cruzar as montanhas do Cáucaso, esse povo depois migrou para o nordeste, dando seu nome tribal ao rio Tobol e, portanto, à famosa cidade de Tobolski , arredores da Rússia, o haplogrupo genético de Tubal é encontrado também em alguns habitantes de terras russas. 

Posteriormente, migrariam ainda mais para o ocidente através do Mar Mediterrâneo, formando uma quantidade grande de tribos passando pela Itália suas ilhas e Península ibérica. Nos tempos dos romanos os habitantes de onde hoje é Espanha eram chamados de Ibéricos e em Portugal de Lusitanos.


*MOSOC , filho de Jafet

Inscrições assírias mencionam um povo chamado musku, que ocupava uma região na Ásia Menor, ao oeste da Assíria. Os imperadores assírios Tiglate-Pileser I, Tukulti Ninurta II, Assurnasirpal II e Sargão mencionam conflitos com eles.

Muitos sugerem que os musku devem ser relacionados com os frígios, os quais aparentemente dominavam grande parte do oeste e do centro da Ásia Menor (atual Turquia) por volta do fim do segundo milênio a.C. O Rei Mita de Muski, mencionado pelo imperador assírio Sargão, é associado ao Rei Midas, da Frígia, descrito na tradição grega como governando naquele mesmo período.

Porém, com base em Ezequiel 38:2,15, traduzem a palavra hebraica “chefe” como Rosh, que associam à Rússia. E, por isso, associam Mosoc à cidade russa de Moscou, que está situada na margem do rio Moscova.

Mosoc tem relação com os antigos povos Musku, Moscovitas, Roxolanos, russos de moscou, Sármatas, Frígios, etc...

 


*MAGOG, filho de Jafet

O Talmud e o Midrash localizam Magog na Germânia ou seja, próximo aos povos acima citados. Já no livro Antiguidades Judaicas, o historiador judeu, Flávio Josefo identifica Magog aos habitantes do norte do Mar Negro.

“Filho do homem, dirige o teu rosto contra Gog, terra de Magog, príncipe e chefe de Mosoc, e Tubal, e profetiza contra ele... Virás, pois, do teu lugar, do extremo norte,...” Ezequiel 38:2,15

Gog e Magog são citados juntos em dois livros bíblicos (Ezequiel 38 – 39; Apocalipse 20:8). Não precisa nem estudar hebraico para visualizar que Gog deriva da palavra Magog, ou vice versa. Gog significa “trevas” e, se o Ma de Magog vem de Mãtu, que significa terra, Magog significaria “terra das trevas”.

Gog é um líder político que se levantará para saquear Israel (Ezequiel 38:12) durante um período de aparente paz (Ezequiel 38:11). A palavra hebraica traduzida no texto acima como “chefe” é Rosh, que associam à Rússia. 

Creio ser Magog junto com descendentes de Mosoc ancestral dos antigos Russos e eslavos no geral: Poloneses, Ucranianos, Casaques, Tchecos, Croatas, Eslovacos, Eslovenos, etc... alguns nórdicos também vem dessa linhagem como os Godos, Visigodos,Varingues, etc...


*MADAI, filho de Jafet

Madai, terceiro filho de Jafet, foi o progenitor dos povos tocarianos da Ásia Central, dos antigos Citas , dos Guti e dos Medos, vindos do norte e noroeste do Irã que criaram um reino antes da Pérsia chamado de Média. Foi também progenitor dos arianos/caucasianos que invadiram a Índia nas migrações de 2500 a.C. e está relacionado também como ancestral dos povos sármatas, partos, iranianos e afegãos.

Estas populações aparecem pela primeira vez em inscrições assírias como Amadai, em cerca de 844 a.C. Por causa deste conceito, a palavra hebraica Ma-dhái, em outros lugares da Bíblia, é traduzida como “Medos”, ou “Média”, como em 2 Reis 17:6; 18:11 ; Ester 1:3; Isaías 13:17; 21:2; e em outros textos. Os medos eram também chamados de “Madaia” no idioma acadiano , de “ Mada” no antigo persa e os babilônicos os chamavam de Ummān-manda.

No passado, teriam-se fixado na região do planalto iraniano, estabelecendo-se principalmente entre os montes Elbrus no sul do mar Cáspio e os montes Zagros, leste da Assíria. O nome atual do Irã deriva da palavra “ariano”, termo usado para se referir aos de ascendência jafética.
Segundo o Livro dos Jubileus, Madai teria casado com uma das filhas de SEM e pediu para os filhos dele , portanto seus cunhados Elam, Assur e Arfaxad uma herança para continuar a habitar entre os semitas.

Os Medos, descendentes de Madai

Os medos foram tribos de origem ariana que migraram do Cáucaso e Ásia Centrale para o planalto Iraniano durante a Antiguidade.
O nome de seu povo carrega na semântica a nomeação do seu pai ancestral: Madai.
No final do século VII a.C., fundaram o Império Medo com capital em Ecbátana. Sua língua pertencia ao tronco indo-europeu. Em termos de etnia, raça, língua e religião, estavam relacionados com os persas pela mistura racial com os descendentes de Elam.
Os medos destacaram-se pela administração de seu reino, especialmente organizada em comparação aos grandes reinos da época, como a Assíria, a Lídia e a Fenícia. Também mantinham um exército baseado em infantaria armada com espadas de ferro e escudos, arqueiros e cavaleiros com lanças. As demais tribos arianas, como os persas e os partas, pagaram tributos aos medos por séculos antes de os vencerem. Atualmente, os curdos declaram ser os atuais descendentes dos medos.

Os Citas , descendentes de Madai

Os citas conhecidos por Heródoto se chamavam de Skolotoi. A palavra grega Skythēs provavelmente reflete uma versão antiga do mesmo nome, Skuδa. O nome usado pelos sogdianos para se referir a si próprios, Swγδ, pode representar uma palavra relacionada (Skuδa > Suγuδa). Os antigos persas usavam outro nome para os citas, sacas (saka), que talvez seja um derivado da raiz verbal sak- "ir", "vagar", ou seja, "andarilho", "nômade". Os chineses conheciam os sacas (citas asiáticos) como Sai. A província iraniana do Sistão (Sistan) recebeu seu nome do tradicional Sacastão (Sakistan, a terra dos saka).

Povos Guti , descendentes de Madai

Segundo registros dos povos semitas Acádios, os guti eram originários dos Montes Zagros, uma cordilheira de montanhas localizadas no oeste do atual Irã, próximo à fronteira com o Iraque.
Eram um povo de pele clara e cabelos louros, bárbaros que constituíram um reino na região central dos Montes Zagros, ao norte do Reino do Elam, a leste do Rio Eufrates, chamado de Gutium.
O rei acadiano Naram-Sin, que reinou entre 2254 a 2218 a.C., capturou o rei guti Sharlag e impôs seu domínio sobre o Gutium.
A partir do século XXII a.C., o poder acadiano entrou em declínio e os guti iniciaram uma série de incursões contra o Reino da Acádia, que afetaram a economia dos acadianos.
Os elamitas também registraram invasões guti por volta de 2220 a.C.
Em 2154 a.C., os guti derrubam o rei Shu-Durul e dominam o Reino da Acádia. Os guti então assumiram o trono do Reino da Acádia, e seus reis formaram a nova dinastia que governaria sobre a Suméria.
O primeiro rei conhecido da Dinastia Guti foi Erridupizir , que reinou entre 2141 a 2138 a.C. Em 2050 a.C., Utu-hengal, rei da cidade suméria de Uruk, derrota o rei guti Tirigan e expulsa seu povo da Suméria, dando a independência à cidades sumérias.
Após a expulsão da Suméria, a história dos guti se perdeu no tempo e nada se sabe sobre o fim deste povo. Muitos historiadores os consideram como os ancestrais do atual povo curdo, que hoje se concentra no norte do atual Iraque, no sudeste da Turquia e noroeste do Irã.

 


*TIRAS, filho de Jafet

O nome deste patriarca está ligado à antiga região da Trácia, atualmente dividida entre a Grécia, Turquia e Bulgária, onde estava a cidade de Istambul, antiga Constantinopla, capital do império romano. Os trácios são um povo antigo cuja primeira aparição em registros escritos ocorre por volta de 700 a.C.

Seu nome também nos remete ao rio Tiras (em latim, Tyras, atual Dniester), que nasce na Ucrânia e flui em direção ao mar Negro e pode também designar os tyr·se·noí citados pelos escritores clássicos gregos, também chamados de tyr·rhe·noí. Estes eram um povo navegante das ilhas e das regiões costeiras do mar Egeu. 

É o patriarca antepassado dos antigos Troianos, Etruscos e de todos os numerosos povos Trácios, Dácios, Tirsenos, Bitínios, Cícones, Getas, Mésios, Dardânios, etc...Alguns dizem também que seriam ancestrais dos povos bálticos.

 

3- Origens gregas 

Entre as civilizações europeias nascidas na Antiguidade, a dos gregos foi aquela que transmitiu ao mundo ocidental elementos essenciais para a sua composição atual. Na Grécia Antiga surgem a ideia de democracia em Atenas ; governo que exerce soberania com eleições periódicas escolhidas pelo povo. 

O processo de racionalização, ou seja, a incessante busca pelo “logos” razão, que seria  a busca pela realidade e a verdade "Aletheia" a partir do método filosófico iniciado por Tales da cidade de Mileto e Pitágoras da cidade de Samos  a partir do século V a.C, dentre tantos outros filósofos que surgiram. A medicina ocidental também tem suas bases nos métodos dos gregos Hipócrates e Galeno.

No entanto, é necessário saber que os gregos não viviam em um País-Estado-Nação, tal como hoje, mas em cidades-estados independentes. O conjunto delas formava a Hélade, e os gregos eram conhecidos como Helenos. As cidades-estado eram conhecidas como Poleis, plural de “Pólis”, palavra da qual deriva o termo “política”.

O período de formação da Pólis grega é conhecido como Período Arcaico e extende-se por dois séculos,  de 800 a 500 a.C. Antes desse período, houve outros dois, que serviram de base para o florescimento das principais cidades gregas: 

* Período Pré-Homérico, de 2.000 a 1.100 a.C. Nesse período, prevaleceram na região banhada pelo Mar Egeu as civilizações micênica e minoica (essa última desenvolveu-se na ilha de Creta).

* Período Homérico, de 1.100 a 800 a.C. Nesse período, houve a formação dos Genos, isto é, dos clãs familiares que seriam a base para o surgimento das Pólis.

As principais cidades formadas na Grécia Antiga foram: Atenas, Esparta e Tebas , além de outras como Micenas, Corinto, Delfos, etc... 

Os povos que formaram essas cidades vieram de migrações do Cáucaso, regiões próximas da Anatólia (hoje Turquia) e pelo sul das ilhas do Mediterrâneo oriental. Esses povos eram chamados de indo-europeus. Os principais povos indo-europeus de origem grega eram os: Aqueus, Dórios, Jônios e EóliosEstes povos começaram a penetrar na Grécia  a partir de 2000 a.C. Cada cidade possuía características próprias, desde a forma de governo até o padrão militar. O que as unificava eram os aspectos culturais, como a língua, cujo alfabeto foi desenvolvido no Período Arcaico.


            Agora, vamos analisar as possíveis relações dos 4 povos formadores da nação grega com os relatos bíblicos e seus correspondentes patriarcas geradores:

* JAVAN , filho de Jafet e neto de Noé.

Filhos: Elisah, Társis, Quitim e Dodanim

Em Isaías 66:19; Ezequiel 27:13,19 a região chamada Yavan está traduzida como Javan:

“Estabelecerei entre todos os povos um sinal e enviarei os que escaparem dali às nações, a Társis, à Líbia, a Lud, povo exímio no uso do arco e flecha Mosoc, a Tubal, à Javan, e às ilhas longínquas que ainda não ouviram falar do meu Nome e não viram a minha glória. Pois eles proclamarão o esplendor da minha glória entre as nações. “

Porém, o mesmo nome em Daniel 8:21; 10:20; 11:2; Zacarias 9:13 está traduzido como Grécia. Existiu alguma relação de Javan com a Grécia?

O nome Jawanu aparece a partir do século VIII a.C. em inscrições assírias se referindo aos primitivos gregos e, no mesmo período, para se referir ao mesmo povo, o poeta Homero usa o nome IÁONES / JÔNIOS. Na mitologia grega que explicaremos abaixo, Javan é identificado com o personagem Íon. O mar situado entre a Grécia e a Itália ainda retém o nome de “Jônio”.

 

*ELISAH, filho de Javan e neto de Jafet

 

Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século, aplicou o nome Halisas (Elisah) aos halizões (eólios), um dos ramos ancestrais dos povos gregos frequentemente referidos na história e mitologia grega. O nome também aparece nas inscrições de Ugarit.

Duas cidades gregas foram nomeadas de Ellis (distrito de Élida, na costa do Peleponeso) e Elissus, e uma área inteira foi nomeada Elias, da mesma forma, em sua memória.

Seu nome está por trás da origem do mito do paraíso grego chamado de " Os Campos Elísios".

“Linho fino bordado do Egito era a tua vela, para te servir de estandarte; de azul, e púrpura das ilhas de Elisah era a tua cobertura.” Ezequiel 27:7

O nome desse patriarca está estritamente ligado a tribo grega dos Eólios.

 

*TÁRSIS, filho de Javan e neto de Jafet

 

O profeta Jonas, ao tentar fugir de Deus, foi em direção oposta a Nínive, pegando um barco no porto de Jope que ia para Társis (Jonas 1:3; 4:2). Sendo assim, Társis só pode estar no Mar Mediterrâneo. O “coração do alto mar” é mencionado em relação aos navios de Társis (Salmos 48:7; Ezequiel 27:12,25,26; Jonas 2:3).

Uma inscrição do imperador assírio Esar-Hadom do século VII a.D. conta suas vitórias sobre Tiro e o Egito e afirma que todos os reis das ilhas, de Chipre “até Tarsisi”, lhe pagaram tributo. Uma vez que Chipre se encontra no Mediterrâneo oriental, esta referência também indicaria uma localidade situada no Mediterrâneo ocidental. Isso concorda com o fato de que havia uma região da Espanha chamada Tartessos em grego. E assim foi chamada por gregos e romanos como por exemplo, o geógrafo grego Estrabão, do século I a.C.

Társis refere-se a povos de origem grega que povoaram a costa mediterrânica ocidental europeia, desde as ilhas italianas, Malta , costa da Itália, França, até Cadiz na Espanha e sul de Portugal.

 

 *QUITIM, filho de Javan e neto de Jafet

 “Oráculo acerca de Tiro. Uivai, navios de Társis, porque ela está desolada, a ponto de não haver nela casa nem abrigo; desde a terra de Quitim lhes foi isso revelado... E disse: Nunca mais exultarás de alegria, ó oprimida virgem, filha de Sidom; levanta-te, passa a Quitim, e ainda ali não terás descanso.” Isaías 23:1,12

Os antigos fenícios se referiam ao povo de Chipre como Kitti. A cidade de Larnaca, na costa oeste do Chipre, foi conhecida em tempos antigos como Kition, em latim, Citium.

Em Antiguidades Judaicas , Josefo  referiu-se a Quitim como “Chethimus”, e associou esta com Chipre e com o nome Hhethim dado pelos hebreus a todas as ilhas e à maior parte dos países marítimos. A expressão "ilhas de Quitim" de Jeremias 2:10 e Ezequiel 27:6 é uma designação geral para as ilhas do Mediterrâneo. I Macabeus 1:1 estabelece que Alexandre, o Grande, o macedônio, tinha vindo da "terra de Quitim". 

Quitim tem consonância linguística com o nome Aqueus, outra grande tribo que originou os gregos. Os Micênicos também eram seus descendentes.

 

*DODANIM, filho de Javan e neto de Jafet

Embora muitos manuscritos hebraicos, bem como a Pesito siríaca e a Vulgata latina conste o nome “Dodanim”, na Septuaginta grega e no Pentateuco Samaritano constam “Rodanim”. “Rodanim” é também encontrado no texto massorético hebraico em I Crônicas 1:7.

Em hebraico, a letra “r” (ר) e a letra “d” (ד) são muito parecidas e, por isso, podiam ser confundidas por um copista. Assim, “Rifá”, no texto original de Gênesis 10:3 aparece como “Difá”, em I Crônicas 1:6, no texto massorético.

Se " Rodanim " for a grafia correta, então teremos uma ligação com a ilha de Rodes e as ilhas vizinhas do mar Egeu. Ainda mais " Rodanim" tem ligação com a tribo grega dos Dórios ou Dóricos, fundadores de Esparta. Todas estas tribos gregas estabeleceram-se na Grécia primeiramente imigrando de outras terras, muitas destas ilhas do Mar Mediterrâneo oriental.


4-Conclusões Finais

Assim conforme a Bíblia , a mitologia da história dos Helenos (gregos) conta sua origem e descendência a partir de Deucalião e Pirra , que é o casal grego sobrevivente do dilúvio correspondente ao Noé Bíblico e sua esposa na versão grega da história.

Eles teriam gerado o patriarca Helen/Heleno que teve como filhos:

 

1-   Dorus (Dórios) e seus filhos: Tectamus e Aegimius;

 

2-   Xuthus e seus filhos: Achaeus (Aqueus) e Íon ( Jônios);

 

3-   Éolo ( Eólios) e seus filhos: Makednos e Magnes.

 

Nesse caso Íon (Javan) aparece como filho de Xuthus, irmão de Achaeus e sobrinho de Dorus e Éolo. Na versão bíblica ele é o progenitor de todos os povos gregos. Numa ordem um pouco diferente, paternidade e filiação estão com nomes trocados, o que não coloca em dúvida o fato, apenas mostra uma diferença do entendimento hebraico do assunto e do entendimento grego do mesmo; a diferença da linguagem hebraica (semita) da grega (jafética /indo-europeia). As narrativas diferentes referem-se também à quantidade de anos passados entre uma geração e outra ; fenômeno causado pelo distanciamento que, consequentemente provoca algumas alterações nas mesmas, mas conserva-se uma essência. 

A mitologia grega comprova nos seus textos a existência de Íon/Javan que é praticamente o mesmo personagem patriarcal. Íon é a palavra grega correspondente a Yavan da língua hebraica , que por sua vez  não utilizava vogais, então seria algo como: Yhvn ou Yhvhn .

Era fato comum que na Antiguidade atribuía-se o nome de uma nação a um pai fundador, patriarca, rei, e assim por diante, Flávio Josefo fez muito no seu livro Antiguidades Judaicas  (de fonte bíblica), relacionando Javan aos jônios e gregos, do mesmo modo que o filósofo grego Apolodoro < https://www.theoi.com/Text/Apollodorus1.html#7>e o geógrafo grego Pausânias no seu trabalho “ Descrição da Grécia” < https://www.theoi.com/Text/Pausanias7A.html>atribuíram este mesmo feito a Íon. 

A Tradição judaico-cristã liga a origem do povo jônio e grego no geral ao neto de Noé, Javan.



5-Referências

Livro, texto: Javan e a origem do povo jônio. Dennis Bessada.  https://docero.com.br/doc/8nnn0s8

Quem eram os gregos, Revistas.Usp.Br

< file:///C:/Users/User/Downloads/109419-Texto%20do%20artigo-196295-1-10-20160113.pdf>

http://www.megatimes.com.br/2015/02/povos-indo-europeus.html

https://www.youtube.com/watch?v=5y5rpE08pOE

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/civilizacao-grega.htm

Observatório 7 :   < https://www.youtube.com/watch?v=vHR_EBhj_cE&list=PLij03WxM7KpAefOwjIbpaY8D6_2dvmcaf>


quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Os Sumérios

  A  Aurora da Civilização 

Cristiano De Mari

 

1-     Introdução 

Num artigo anterior escrevi sobre a Tabela das Nações e a teoria na qual por ela explica-se a origem dos povos a partir dos 3 filhos de Noé : Sem, Cam e Jafet que salvaram-se das águas do Dilúvio Bíblico. Esse cataclismo abalou as estruturas da Terra e já é bem aceito hoje não só por defensores do criacionismo, mas também pela Teoria do Design Inteligente e até setores da comunidade científica , mesmo que com teorias diversas. Esse evento catastrófico está relacionado com os mitos do desaparecimento de Atlântida e outras terras e pode ser datado, alguns sugerem a data de 10000 a.C , que aprendemos na escola ser o início do Período Neolítico , onde logo depois temos o “aparecimento da agricultura , domesticação de animais, etc... indo até o IV milênio a.C com o aparecimento da escrita e das primitivas origens da civilização no quesito impérios. Digo isso porque antes do IV milênio e antes mesmo destes primeiros impérios e dominações, existiram diversas culturas urbanas catalogadas pelos arqueólogos, com algum grau de organização mas ainda assim, povoados, ligados por laços tribais , culturais e modos diferentes de trabalhar a cerâmica , de construir suas cabanas, de enterrar seus mortos , de prestar culto aos deuses.

Várias destas culturas, comunidades e cidades primitivas da Mesopotâmia e arredores foram descobertas:  Çatal Huyuk ( 7000 a.C.) na Turquia , Jericó ( 7000 a.C.) na Palestina , as culturas de Samarra (5000 a.C.) , El-Obeid (6500 a.C.), Ubaid ( 5300 a.C.). Todas estas e muitas outras , sem sombra de dúvidas, relacionam-se à populações que descenderam dos filhos de Noé e ali permaneceram , praticamente seus netos e suas proles.

Muitos dos antigos patriarcas netos de Noé como Assur, Nimrod, Arfaxad, Aram, Madai viveram ali em seus assentamentos com suas famílias e clãs tribais, e mesmo após a dispersão dos povos em Babel  muitos continuaram pela Mesopotâmia.

O primeiro povo ou civilização a ser mencionado na Mesopotâmia após estas primitivas culturas urbanas tribais com grande organização política, militar , agrícola, com conhecimentos grandiosos em astronomia, religião, e com uma escrita própria chamada de cuneiforme foram os Sumérios. Suas origens remontam a 3200 a.C. Tentaremos explicar sua origem histórica.


Tabela das nações e o nome Nimrod perto de Arfaxad , sul da Mesopotâmia

2-     Origens dos Sumérios e o patriarca Cush

 

Muitos estudiosos concluíram que os fundadores da primeira civilização da Mesopotâmia (Oriente Médio) eram sumérios e provavelmente eram negros. Mesopotâmia , terra entre rios em grego , era a terra bíblica da planície de Sennar  (Shumer), que surgiu em torno de 3200 a.C.

Depois de decifrar os escritos cuneiformes e pesquisar a antiga Mesopotâmia durante muitos anos, Henry Rawlinson (1810-1895) descobriu que os fundadores da civilização eram de origem cushita, descendentes de Cush neto de Noé filho de Cam. Ele deixou claro que os habitantes semitas de Acad e os povos não-semíticos da Suméria eram pessoas negras que chamavam a si de  

SAG-GIG-GA ou "Homens de Cabeças Pretas". Os sumérios chamavam seu país de 'KEN.GI(R)' – “ terra dos senhores civilizados” .



                                               Escultura, cabeça de Gudea , rei sumério

        De fato Cush que deu origem aos povos africanos negros no geral, etíopes, núbios e demais nações africanas , também teve filhos que se espalharam pelo sul da Arábia e consequentemente atingiram as terras onde é a Índia e a Oceania.Como exemplo disso temos os patriarcas: Regma, Hévila e  Dedan.

John Baldwin escreveu em seu livro "PreHistoric Nations" (1869): "Os primeiros colonos da Babilônia eram da mesma raça que os habitantes do Alto Nilo".

Isso foi corroborado por outros estudiosos, incluindo Chandra Chakaberty, que afirmou em seu livro "A Study in Hindu Social Polity" (1923) que "com base nas estatuetas e estátuas da Babilônia, os sumérios eram de tez escura, baixa estatura, mas de corpo robusto, rosto oval, nariz mais largo diferente dos semitas , cabelo liso, cabeça cheia; eles geralmente se pareciam com os dravidianos, não apenas em crânio, mas quase em todos os detalhes ".

Os dravidianos ou drávidas são grupos étnicos do sul do subcontinente indiano. São considerados como uma das populações mais antigas do sul da Índia, Paquistão, Afeganistão, Nepal, Maldivas, Bangladesh e Sri Lanka.

Algumas teorias sugerem portanto que os sumérios vieram da Ásia. Segundo Arborio Mella, 2008:

“ Há por outro lado, os que os imaginam a descer do nordeste, dos montes da Média, ou diretamente do Cáucaso.A base desta teoria é a língua dos sumérios, que tem semelhanças estreitas com as línguas ditas proto-turcas, , ou turco-tártaras, ou uralo-altaicas., isto é, da Ásia Central.”

A língua suméria não ajuda a identificar suas origens, porque parece não ter relação com nenhuma outra língua do mundo. No entanto, sabe-se que é uma língua aglutinante como turco, húngaro e finlandês; ou seja, as palavras são construídas adicionando prefixos e sufixos à palavra principal. No entanto várias línguas africanas também tem característica aglutinante.A língua dravidiana do sul da Índia é aglutinante. Exemplos de línguas africanas ou de origem africana aglutinantes: dravidiano, línguas congolesas, suailí, o zulu, e o malaio na Ásia.

Há também quem os considere oriundos diretamente da Índia, pelo mar ou vindos pelo sul da Arábia. Tal teoria é assim explicada por Arborio Mella:

“ Algumas divindades sumérias eram veneradas também em Melukhkha , na costa oriental do Golfo Pérsico, e seus primeiros povoados situados nas praias do Golfo.”

Ainda mais , a teoria está apoiada nos fatos de que aparentemente, esse povo surgiu no sul, através do Golfo Pérsico. A literatura deles fala que sua terra natal é Dilmun, o que pode ter sido uma das ilhas do Golfo Pérsico, como o Bahrein. 

Dilmun também era chamada de Telmun.Essa região está associada a sítios arqueológicos muito antigos na ilha do Barheim, no Golfo Pérsico. Devido à sua localização junto à rota de comércio marítima que ligava a Mesopotâmia ao Vale do Rio Indo e sua civilização, Dilmun desenvolveu-se fortemente durante a Idade do Bronze, por volta do IV milênio a.C., tornando-se um dos maiores entrepostos de comércio do mundo antigo.

Esta terra está na base de um mito de criação dos sumérios , onde teria sido deificado o herói sumério do dilúvio , Ziuzudra (nome sumério de Noé , na Babilônia - Utnapitshim. Após seu real declínio, Dilmum desenvolveu uma mitologia estilizada envolvendo jardins de exótica perfeição de forma tal que parece ter chegado a influenciar o conceito de Jardim do Éden. Também, num processo às avessas, baseando-se no tópico de forma mais literal, alguns tentaram estabelecer a presença dum paraíso em Dilmum.

Segundo José F.H.Lobo, no seu texto “Entre a Mesopotâmia e os Indus” : 

......” Era ideia mais ou menos estabelecida que os sumérios tinham vindo duma área ao norte da Mesopotâmia onde havia lagos, talvez da zona onde hoje se encontra a Armênia. Os próprios sumérios diziam ser oriundos da enigmática "Dilmun", a pátria do fabuloso animal cujo corpo tinha uma metade de homem e outra de peixe, e que fora um "herói de civilização" ao ensinar-lhes o cultivo e a irrigação das terras. Foi em "Dilmun" que o único sobrevimente do dilúvio, Xisuthros ou Ziusudra recebera a vida eterna, e foi aí que Gilgamesh, outro herói mítico, o foi visitar. O problema reduz-se pois a estabelecer em bases seguras da localização de "Dilmun" que até agora fora considerada como situada ao norte da terra de Shumer ou Sumir. Se é ponto assente que as conquistas fundamentais da revolução neolítica (o cultivo e a domesticação) vieram das terras acidentadas ao norte da Mesopotâmia, o povo que nela as introduziu não era o sumério..[.....]É pois admissível, em face dos achados em que se falou, que os sumérios tivessem chegado do sul e se instalassem nas terras que uma população mais antiga, vinda do norte, tinha começado a valorizar. Um novo tipo de cerâmica, a invenção da escrita e do cilindro-carimbo, a arquitetura monumental são aspectos que assinalam a presença dos sumérios a partir da época de Uruk, tanto no sul da Mesopotâmia como no Elam (c. 3400-3100 a. C.). A presença de antigos elementos culturais em ilhas do Golfo Pérsico vem dar apoio à viabilidade histórica da legenda de Dilmun. Bahrein situada mais ao sul, teria sido ocupada e civilizada primeiro pelos que seguissem para o setentrião vindo das terras austrais. Por volta de 2500 a. C. foi arrasada por um povo inimigo, e as relações com a Mesopotâmia cessaram então. E' na história da Suméria que vamos buscar confirmação para este fato deduzido pelos arqueólogos do que encontraram em Bahrein. Efetivamente a partir desta data começa a rarear o lápis-lazuli na Mesopotâmia. Esta pedra preciosa que na opinião dos historiadores viria da Índia por via terrestre, e também por via marítima, (tendo em conta a importância das ilhas do Golfo Pérsico no tráfico), desapareceu do mercado ou quase, assim que foi cortado o caminho pelo mar. Um povo diferente do sumério teria então dominado no Golfo Pérsico, destruindo bases e feitorias como era Bahrein, e interrompendo as relações entre a Mesopotâmia e as terras a sul e a leste. Talvez se tratasse duma operação militar levada a cabo por semitas, em concordância com a que no norte os tornou senhores da Mesopotâmia (império de Acad). É por essa ocasião que começa a desenvolver-se o centro mercantil de Failaka, o que poderia atribuir-se ao fato de ter cessado a talassocracia de Bahrein. Tal é a hipótese que o estado atual da investigação arqueológica no Oriente Próximo permite arquitetar, e que futuros achados poderão robustecer ou anular. “

Descarto a teoria asiática, a minha opinião é a de que os sumérios tem próxima relação com os indianos do sul. E em se tratando da questão de Dilmun, sim é possível averiguar que com grande chance de certeza os sumérios seriam oriundos das terras ao sul do Golfo Pérsico, o que colabora com a teoria das migrações da Tabela das Nações em que vários descendentes de Cush penetraram na Península Arábica atravessando o Mar Vermelho na altura da Núbia onde hoje estão localizados os países do Sudão e Eritreia , atingindo logo depois o Golfo Pérsico e posteriormente as terras da Índia.

Por questões culturais, características físicas , raciais e realizações, os sumérios aproximam-se muito dos descendentes de Cush, este patriarca que teve filhos que habitaram a Mesopotâmia junto a maior parte dos semitas que lá viviam, seus nomes eram Assur e Nimrod. Falaremos sobre este último no próximo tópico pois considero como um dos grandes geradores deste povo.


3-     O patriarca Nimrod

 

“Cush gerou também Nimrod, o qual começou a ser poderoso na Terra.Era um robusto caçador diante do Senhor. O princípio de seu reino foi Babel,  Arac,  Acad e Calné na terra de Sennar. Daquela terra foi para Assur e edificou Nínive e as praças da cidade, e Cale e também Resen.”    Gênesis 10 , 8 -12.

No capítulo 10 do Gênesis existe um registro no qual pela versão bíblica, teria sido fundadas as cidades de Babel (futura Babilônia) , Arac ( também chamada de Erech ou Uruk) e Calné, por Nimrod filho de Cush, designado como “ grande caçador do Senhor”, o primeiro a ter um império na história, na região de Sennar. ( Sennar é o termo hebraico que designa a antiga região da Suméria - Shumer)

  Assim entendemos que o primeiro império segundo os Hebreus, pela via da Bíblia, teria sido localizado no sul da Mesopotâmia, a terra de Sennar,  pelo fato de as cidades-estado referidas estarem lá localizadas: Acad, Babel que seria Babilônia, Arac que seria Erech-Uruk (uma das principais cidades sumérias e berço de Gilgamesh), sendo que Calné estaria localizada ao norte da Síria entre Carquemish, no rio Eufrates, Cale (Kalakh) localizada entre o Rio Tigre e a Cordilheira dos Zagros e Resen entre a cidade de Cale e Nínive.

 Nimrod é identificado como um caçador, condição muito presente nos heróis lendários Sumérios (o próprio Gilgamesh era identificado como um). Não só a ideia de caçador mas das outras elementares profissões humanas onde se junta o pescador e o pastor (o lendário Dumuzi esposo da deusa Inanna era pastor), profissões essas que têm em comum o domínio da criatura selvagem, característica marcante para identificar atos heroicos .

 Sobre o fato de Nimrod ser neto de Cam, por isso não semita, pode ser um indício de que associaram-no a uma etnia que teria povoado aquela região anteriormente (Sumérios?) que se sabia que não eram semitas e por isso identificaram-no como camita, como um povo do Sul, regionalmente mais perto que os descendentes de Jafet do norte (brancos, caucasóides). Alguns historiadores têm tentado identificar historicamente Nimrod com Gilgamesh, Sargão ou Naramsin.

Também atribui-se a ele a fundação da Assíria que eram na sua maioria descendentes de Sem pelo filho Assur (não confundir com Assur filho de Cush que é outro patriarca que também habitou lá). Muito provavelmente este fato bíblico foi um retoque que os Hebreus deram para explicar que a aptidão dos Assírios pela tirania teria sido uma herança de Nimrod, fato esse relatado em Miquéias onde ele identifica a  Assíria como "maldita terra de Nimrod".

Além de Arac-Erech (Uruk) que tem o prefixo “ Ur-Urim ”, a Bíblia menciona o nome de outra cidade suméria, a mesma que protagonizaria o último momento de glória desta civilização, Ur cidade onde nasceu Abraão. É curioso que o nome desta cidade deve ter chegado ao vocabulário dos Hebreus seguindo o mesmo fenômeno de Shumer/Sennar, pois a palavra suméria para a palavra cidade era na verdade Urim, mostrando que os autores da Bíblia apenas aproveitaram a maneira como se pronunciava o nome da cidade, Ur.

 

 

4-     Um pouco de Cultura Sumeriana

O povo pós-diluviano responsável pelos primeiros templos e palácios monumentais, pela fundação das primeiras cidades-estado e provavelmente criado uma forma de escrita organizada tudo entre 3200 a 3000 a.C. foram os Sumérios.

Além da água e comida encontradas em abundância na região da Mesopotâmia, outro fator que explica a sedentarização dos Sumérios foi a segurança com que viviam lá, pois aquela área é cercada por algumas cadeias montanhosas ao norte e à oeste, pelo Golfo Pérsico ao sudoeste, e pelo deserto da Síria ao sul e leste. Isso os dava uma grande proteção a ataques de outros povos que viviam nas proximidades dali.

Os primeiros sinais escritos são pictográficos. Os pictogramas são sinais que, através de uma figura ou de um símbolo, permitem desenvolver a representação de algo.É a forma de escrita pela qual ideias e objetivos são transmitidos através de desenhos. Suas origens na antiguidade são a escrita cuneiforme e os hieróglifos.

Um pictograma para flecha, por exemplo, quer dizer flecha em qualquer idioma. Alguns séculos mais tarde, entretanto, estes sinais foram usados para representar valores fonéticos sumérios e palavras sumérias. O pictograma para uma flecha passa a ser usado para representar 'ti', a palavra suméria para flecha, e também para o som fonético 'ti' em palavras não relacionadas com flecha.

Acredito que os sumérios não foram os primeiros a usarem pictogramas, mas no mínimo eles são responsáveis por rapidamente adotar e expandir a escrita no estilo cuneiforme por toda a região da Mesopotâmia. Eles e os demais povos que os precederam a usaram nas suas necessidades de contabilidade (as primeiras tabelas são predominantemente de natureza econômica).

Desenvolvem a agricultura com técnicas de irrigação e drenagem de solo, construção de canais, diques e reservatórios, utilizando instrumentos de tração animal.

Segundo Portal São Francisco , endereço  https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-geral/civilizacao-sumeria,  acesso em 16/09/2021:

“Constroem templos de elaborada arquitetura, que servem como centro político, religioso e econômico............Na matemática instituem o método de dividir o círculo em seis partes iguais.

Na Suméria, os princípios componentes do universo eram o Céu e a Terra, designados pelo termo an-ki, um composto que significava “Céu-Terra”.Pensavam a Terra como um disco chato e o céu, um espaço vazio, fechado na parte superior e na inferior por uma superfície sólida com a forma de uma abóbada.O que concretamente eles imaginavam ser esta sólida superfície celeste, ainda não se sabe bem.

Se levarmos em conta que o nome sumério para estanho era “metal-do-céu”, pode-se pensar que supunham que a abóbada celeste era feita deste metal.Entre o Céu e a Terra afirmavam existir uma substância, de nome lil, palavra com um significado aproximado de “vento” (ar, sopro, espírito), com características especiais de movimento e expansão (o que se compara com a nossa noção de atmosfera).Da mesma matéria que o lil, eram constituídos o Sol, a Lua, os planetas e as estrelas, acrescentando-lhes contudo, a luminosidade.

Rodeando o complexo “Céu-Terra”, por todos os lados, tanto por cima quanto por baixo, existia o oceano infinito, no meio do qual o universo se mantinha fixo e imóvel. Esse mar primordial foi o primeiro elemento do universo responsável pela criação de um céu abobadado sobreposto a uma Terra plana e com ela unido.

Numa fase posterior à da separação do céu e da Terra, teve início a existência das plantas, dos animais e da vida humana.É provável que os sumérios considerassem os corpos luminosos – Lua, Sol, planetas e estrelas – criados, de algum modo, a partir da atmosfera.

O deus Sol e a deusa Vênus são referidos nos textos sumérios como filhos do deus da Lua (depois dela ter sido também criada pela atmosfera). O mesmo se pode afirmar dos restantes dos planetas e estrelas, os quais são descritos como “os grandes seres que caminham ao redor [da Lua] como bois selvagens” e “os pequenos seres que estão espalhados ao redor [da Lua] como grãos”.

As informações que permitem a reconstrução da cosmologia sumeriana foram retiradas de mitos e narrativas que refletem uma condição primordial. Assim, influenciados e fundamentados pelos mitos, os sumérios desenvolveram e descobriram uma série de possibilidades junto às observações do céu.

O dia foi dividido pelos sumérios em 24 horas iguais: doze danna, isto é, horas duplas. É dessa divisão do dia que provém a divisão do círculo, em relação com o sistema astronômico de origem aparentemente sumeriana. Estes círculos foram encontrados em tabuinhas sumérias de argila na Baixa Mesopotâmia, nas quais estão traçados três outros círculos concêntricos, divididos em doze seções por doze raios.

Em cada um dos 36 campos assim obtidos, se encontra o nome de uma constelação e números simples, cujo significado não se explica. Parece que a representação constitui um mapa celeste indicando três regiões do céu, cada uma dividida em doze partes, atribuindo-se a cada constelação números característicos. Esses números estão relacionados a uma espécie de calendário de doze meses, bastante simples e muito semelhante ao dos egípcios.O calendário era regulado por aqueles dias em que a Lua, depois de ter desaparecido na luz solar, reaparecia no ocidente depois do pôr do sol. Deste modo, se chegou a um calendário lunar e solar, usado na Suméria e na Acádia, que consistia em anos de doze meses lunares.Às vezes era necessário agregar mais um mês, formando ciclos anuais de treze meses, para que o calendário estivesse de acordo com as estações.

Em princípio, esse décimo terceiro mês se intercalava segundo o ano que tivesse doze ou treze luas.Sabe-se também que os sumérios reconheciam três paralelos principais: equatorial ou caminho das estrelas de Anu, tropicais ou caminhos de Enlil (Câncer) e Ea (Capricórnio).Esses três caminhos se dividiam também em 12 danna e 360 graus.”

 

5-     Considerações Finais

A origem dos sumérios ainda é e será muito debatida. Até agora pode ser considerada como a Aurora da Civilização Pós-diluviana. Não tenho dúvidas quanto suas origens patriarcais e sua ascendência reportando a Cush e a Nimrod. Por descenderem de Cush isso não significa que eram iguais aos africanos da Núbia ou dos etíopes modernos, mas possuíam pele escura e eram muito parecidos com os povos da Índia que vivem mais ao sul.

Muitos fatos contribuem para isso, questões bíblicas, étnicas e linguísticas. Sua linguagem do tipo aglutinante é muito semelhante a de alguns povos africanos e era muito parecida com a do povo Tamil, dravidianos do sul da Índia , de pele escura. Construíram uma cultura admirável e suas descobertas serviram como base para diversos povos da antiguidade.

         A estrutura social dos Sumérios organizava-se em torno de grandes cidades-estado, como as cidades de Ur e Uruk. Essas grandes cidades eram distribuídas arquitetonicamente ao redor das burocracias sacerdotais e dos templos. As terras em torno das cidades eram tratadas por sistemas de irrigação que funcionavam a partir de rios próximos. Era uma civilização muito evoluída considerando-se as tecnologias disponíveis na época. Foram pioneiros na construção da ideia de urbanização após a desolação e dispersão dos povos pelo globo, migrando de culturas comunitárias tribais e patriarcais para um conceito político de dominação de territórios. Conviveram com povos semitas e muitos destes os serviram e viveram em seus domínios no período de seu auge. Após esse período, quatro cidades-estado se tornaram mais fortes do que as restantes: Kish, Uruk, Ur e Lagash. Essas cidades, então, começaram conflitos buscando a hegemonia pela região, o que as tornou fracas e suscetíveis à invasão dos semitas Acádios.

 



6-     Referências


 Bíblia Sagrada, 21ª edição, Edições Paulinas , São Paulo, 1965.

 Dos Sumérios a Babel. Mella Arborio, Federico A.Editora Hemus, São Paulo, 2008.

<https://socientifica.com.br/quem-foram-os-antigos-sumerios-e-quais-legados-eles-deixaram-para-tras/>

<https://core.ac.uk/download/pdf/78464304.pdf>  José F.H. Lobo

<https://leiaoestatutodaigualdaderacial.blogspot.com/2017/09/5-antigas-civilizacoes-negras-que-nao.html>

<https://www.historiadomundo.com.br/sumeria/sumerios.htm

<https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-geral/civilizacao-sumeria>