Civilizações e Mistérios da Humanidade: 2023-09-17

Cristiano De Mari

Os estudos sobre a origem das bebidas alcoólicas nos faz recuar ao período compreendido entre 10.000 e 8.000 a.C. aproximadamente. O que pra mim não é uma novidade visto que logo após o dilúvio tudo recomeça inclusive a agricultura (Noé planta a primeira vinha do novo mundo, da nova realidade planetária) , para alguns pesquisadores a origem das bebidas de fermentação coincidentemente são paralelas ao surgimento da agricultura do período Neolítico , no que se refere a uva, vinho, cevada e cerveja.

Fazendo um recorte especial no artigo aqui sobre as videiras, todas as uvas primitivas de espécie Vitis vinifera e outras variações de Vitis começaram a ser colhidas desde muito tempo.

Os resultados de um novo estudo publicado em 2 de março de 2023 sugerem que as uvas para vinho e também alimentação foram cultivadas pela primeira vez há cerca de 11.000 anos, ou seja em 9.000 a.C.

Os pesquisadores analisaram dados genéticos de cerca de 3.500 variedades de uvas em todo o mundo. A análise de DNA permitiu à equipe traçar as histórias de evolução e domesticação dessas variedades de uva. Os resultados mostraram que as uvas de mesa (para comer) e as videiras para vinho foram domesticadas ao mesmo tempo na Ásia Ocidental e na região do Cáucaso.

“Esses eventos de domesticação ocorreram há 11.000 anos, em linha com o advento da agricultura”, disse o co-autor do estudo, Dr. Wei Chen, da Universidade Agrícola de Yunnan, na China, de acordo com o The Sun. “Sabemos que as uvas desta região são geneticamente adequadas para fazer bons vinhos.

“Se os humanos antigos tinham o conhecimento para fazer vinho logo no início, ainda é discutível.”

Atualmente, a mais antiga produção de vinho que se tem notícia data de cerca de 8.000 anos atrás (cerca de 6.000 a.C.). Isso não quer dizer que variedades de uvas não tenham sido cultivadas antes ou até mesmo que tenha sido feito vinho antes, é apenas o resultado da última pesquisa , e como sempre, podem surgir novas descobertas e provavelmente vão surgir. Fortes evidências, no entanto, segundo o estudo genético mencionado acima, sugerem que o cultivo de uvas pode ser muito mais antigo que a data de 8000 anos, podendo tranquilamente chegar a 11.000 anos.

Os arqueólogos descobriram sinais de produção de vinho em grande escala no país da Geórgia, que também faz parte da região do Cáucaso.As escavações se concentraram em dois sítios do Neolítico Cerâmico Inferior (6.000-4.500 a.C), chamados Gadachrili Gora e Shulaveris Gora, aproximadamente a 50 quilômetros ao sul da moderna capital, Tbilisi. Estes locais localizam-se alguns quilômetros ao norte do Ararat.

Diz o relato bíblico que terminando o Dilúvio, a arca de Noé atracou no Ararat, e numa outra passagem Noé teria cultivado a vinha. A Bíblia não menciona o tempo certo e nem o local exato onde ele cultivou uvas, mas provavelmente é em alguma área próxima , talvez em algum destes 2 sítios que estão próximos ao Ararat ou talvez em outros, já que existem vários.

"Esqueçam o que se foi; não vivam no passado. Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo! Vocês não a reconhecem? Até no deserto vou abrir um caminho e riachos no ermo." Isaías 43:18-19

"Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido." Lucas 12,2

Fragmentos de cerâmica de potes de cerâmica recuperados nos locais foram coletados e posteriormente analisados por cientistas da Universidade da Pensilvânia para determinar a natureza do resíduo preservado em seu interior por vários milênios.

Os mais recentes métodos de extração química confirmaram o ácido tartárico, o composto da impressão digital da uva e do vinho, bem como três ácidos orgânicos associados – málico, succínico e cítrico – no resíduo recuperado de oito grandes frascos. As descobertas são relatadas em um estudo publicado esta semana no Proceeding of the National Academy of Sciences (PNAS).

No entanto, os humanos provavelmente já tinham as ferramentas e o conhecimento para produzir álcool muito antes disso.

Embora as evidências arqueológicas fiquem mais difíceis de identificar à medida que os pesquisadores olham para trás no tempo, os pesquisadores descobriram que as uvas cultivadas pareciam ser selecionadas com base no sabor, no sabor do moscatel, na cor da casca e no hermafroditismo.

A equipe espera continuar a expandir sua pesquisa para outras regiões e aumentar seu conjunto de dados. Eles estão especialmente interessados em diferentes áreas da Ásia Central.

As origens do vinho são anteriores aos registos escritos e a arqueologia moderna ainda não tem certeza sobre os detalhes do primeiro cultivo de videiras selvagens. Foi levantada a hipótese de que os primeiros humanos colheram as uvas , gostaram de seu sabor açucarado e então começaram a coletá-las. Depois de alguns dias com o início da fermentação, o suco no fundo de qualquer recipiente começaria a produzir vinho com baixo teor de álcool.

De acordo com esta teoria, as coisas mudaram por volta de 10.000 a 8.000 a.C. com a transição de um estilo de vida nômade para um estilo de vida sedentário, o que levou à agricultura e à domesticação do vinho.

As uvas silvestres crescem na região do Cáucaso (Armênia, Azerbaijão, Geórgia), no norte do Levante, na costa e sudeste da Turquia e no norte do Irã.

O cultivo de uvas , depois de iniciar nas regiões do Cáucaso se expandiu posteriormente para Palestina, Mesopotâmia, Pérsia, Egito, Grécia, Itália, e tantas outras regiões européias, como também sul da África, Ásia e Américas.

Atualmente o maior produtor de uvas é a Itália, que produz junto com França e Portugal os melhores vinhos do mundo.

No Brasil , Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Pernambuco e Bahia são os maiores produtores.As épocas de produção e colheita variam muito conforme as condições climáticas de cada região. Os vinhos brasileiros, principalmente os do Rio Grande do Sul, em especial da região da Serra Gaúcha também estão entre os melhores sendo premiados por muitos anos em concursos internacionais.