segunda-feira, 20 de abril de 2020

Poema das Grandes Navegações


Cristiano De Mari



A nau capitã aventurava-se,
O cruzeiro pintado na vela içava-se,
Singrava mares , cogitava espaços,
Ora por vezes fosse necessário,
Terras novas além dos sargaços.

Pululavam à vista novas ilhas,
Uma espécie de miragem saudosista,
Cada porto, um tempêro numa eira,
Espécies caras ao paladar,
Para uma sociedade lisonjeira.

Do Caribe às Bahamas,
De Hispaniola até Jamaica,
Ía-se de barca sobremaneira,
Quando a nau "freava" a marcha,
Costeando nas praias ligeiras.

Alguns enxergaram ali o paraíso,
Era essa tamanha impressão,
Muito embora não soubessem,
Que dali pra outras bandas,
Povos exóticos às suas maneiras,
Empreendiam oferendas,
De ignominiosa situação.

Passado algum tempo ,
Depois de encantados com a natureza,
Os conquistadores reconheceram,
Que todo lugar do mundo tem,
A marca ambígua do dilema,
Da resolução de todos os problemas.

E as sereias ali fitavam,
Aqueles aventureiros cheios de si,
Regozijavam-se entre elas, dizendo :
O que fazem estes homens aqui?