quarta-feira, 13 de março de 2024

A longevidade dos Patriarcas e a Entropia Genética

 Cristiano De Mari



Introdução


   Muito se tem discutido sobre a longevidade dos patriarcas e muitas foram as propostas para essa elucidação.Os livros da Bíblia em que mais aparecem as genealogias dos antigos patriarcas são o Gênesis e Crônicas.As maiores listas estão nas genealogias de Adão até o Dilúvio, ou seja até Noé. Depois do dilúvio, a genealogia de Noé até Abraão e depois outras genealogias, todas agora dentro da nação de Israel.Algumas menções aparecem também em Números, Neemias , Esdras e nos evangelhos de Mateus e Lucas (genealogia de Adão até Jesus). 




      Esqueça aquela velha e rasa explicação de que as idades dos patriarcas não eram calculadas em anos de 365 dias.Algumas propostas antigas falavam que as idades dos Patriarcas longevos eram calculadas em meses , em que cada mês correspondia a um ano ou a cada seis meses um ano. Tão estapafúrdia porque mesmo que fosse não cobre a quantidade de anos citados de cada um no relato bíblico.

      O homem antigo podia ser simplório mas não era ignorante por completo, já sabia calcular os ciclos lunares, conheciam muito sobre equinócios e solstícios, talvez não tivessem a mesma precisão de hoje mas sabiam que a quantidade de dias do ano variava entre os 360 dias, conheciam o cálculo, matemática e noções de astronomia.Isso é tudo comprovado pela arqueoastronomia , etnologia, pinturas rupestres, antigos sítios arqueológicos encontrados. 



      Tenho um livro que se chama : Civilização Um,  de Christopher Knight e Alan Butler, também autores do livro "Antes das Pirâmides".Este livro menciona descobertas que envolvem uma antiga forma de medição chamada de " Jarda megalítica " ,  uma antiga unidade de medida linear que levou à descoberta de indícios fortíssimos os quais apontam para a existência de uma cultura desconhecida e altamente avançada que teria sido precursora das mais antigas civilizações conhecidas, como os sumérios e os egípcios. 

* Deve ter existido uma Civilização Um e essa civilização era antediluviana , e pode ter existido por milênios.




   Knight e Butler revelam os segredos de um notável sistema de medição que pode ter sido perdido no mundo para sempre. Era um sistema bem mais avançado que qualquer um dos usados atualmente e forma a base tanto do sistema Imperial quanto do sistema Métrico. Os cientistas antigos compreendiam as dimensões, movimentos e relações da Terra, da Lua e do Sol, pois mediram o Sistema Solar e até compreendiam como a velocidade da luz se integrava nos movimentos de nosso planeta. Suas conclusões contradizem tudo o que julgávamos saber sobre as origens do mundo moderno, mas os indícios são incontestáveis. E as implicações dessas revelações vão muito além da fascinação da descoberta de uma 'superciência' da pré-história, elas indicam um grande plano que terá ramificações teológicas de grandes consequências.



        Também em vários outros livros foram publicados estudos de cientistas nessa área e também em periódicos na internet, teses, páginas de ciência, inclusive na revista Científica Americana, traduzida em português e vendida no Brasil.



      Um outro livro interessante é: A máquina de Uriel e as antigas origens da ciência do também Christopher Knight mas agora com a colaboração de Robert Lomas.

      Este livro apresenta Investigações científicas modernas que demonstram que a Terra foi atingida muitas vezes por cometas e meteoritos.Prova que os europeus não somente sobreviveram à uma forte inundação em  7640 a.C., mas também desenvolveram uma civilização altamente avançada, dedicada a preparar-se para impactos meteóricos futuros. Construindo uma rede internacional de observatórios astronômicos sofisticados, estes  astrônomos antigos criaram calendários solares, lunares e planetários exatos; mediram o diâmetro da Terra e predisseram uma outra colisão em 3150 a.C., permitindo a reconstrução da civilização num mundo destruído. Essa era a verdadeira finalidade de estruturas megalíticas como Stonehenge na Inglaterra, um antigo observatório astronômico.

     Então vejam , muitas vezes associar a inteligência do homem primitivo à ideia de ignorância, homem das cavernas, troglodita é uma verdadeira falta de consciência histórica, descrença e discernimento.

     Muitos cientistas e pesquisadores estão é preocupados em manter a sua cátedra segura , seus empregos sim, infelizmente, porque muita coisa no mundo se mantém alienada por causa da subserviência de muitos, mantendo teses e teorias que muitas vezes não se encaixam mais.

  O compromisso deve ser com a verdade sempre, está mais que claro que existiram civilizações antediluvianas, que o ser humano antigo não era ignorante, que tecnologias humanas antigas existiram ( baixem o livro: A incrível tecnologia dos antigos), que o Dilúvio existiu ( a religião, as mitologias, áreas científicas o comprovante), etc...

       Um grande problema também que destaco e que nos atinge aqui no Brasil são as poucas traduções de livros científicos e teológicos de outras línguas , materiais didáticos que falam destes assuntos.

Assim, as pessoas ficam à margem de explicações simplistas e o conhecimento fica reduzido. Existem muitos autores dentro destas áreas que publicam coisas fascinantes mas que não chegam até nós. Eu mesmo muitas vezes preciso traduzir artigos históricos e científicos para poder entender e escrever artigos.


Teorias numéricas 

      Voltando agora para a idade longeva dos patriarcas. Visto que é completamente absurdo a ideia de que os anos eram contados como meses, outras formas teóricas foram apresentadas.

Vejamos:

     Uma explicação que muitos teológos dão é que os dados recolhidos no relato bíblico não pretendem ter um sentido estritamente histórico nem cronológico. 

Os nomes contidos nas genealogias são resquícios de velhas tradições. Elas  querem ensinar uma verdade religiosa muito importante: que a promessa feita a Adão em Gênesis chega até Abraão por uma linhagem ininterrupta. Uma unidade e uma continuidade existem nesta grande saga que é a História da Salvação.

    Foi sugerido a seguinte explicação também (muito boa também mas creio que existe um algo a mais) :  

* Adão viveu até os 930 anos. O número 1.000 que é o número de Deus, menos o número 70 que é o número da perfeição. Quer dizer: pelo seu pecado, Adão afastou a perfeição não alcançando o número de Deus. 

* Henoc viveu 365 anos, número pequeno, mas perfeito, correspondente aos dias do ano eternamente repetido. Por isso Henoc é o único da lista do qual não se menciona a morte e ocupa o 7.º lugar na lista, lugar perfeito. Henoc teria sido arrebatado para habitar no céu com Deus, sem passar pela morte e retornará para cumprir o restante de sua missão no Apocalipse juntamente com o profeta Elias.

* Também a idade de Noé seria simbólica. O dilúvio sobreveio quando ele tinha 600 anos, ou seja 10 multiplicado por 60. Pois bem, 60 representa a divisibilidade máxima (por 2, 3, 4, 5, 6) portanto, a síntese do sistema sexagonal e decimal. A base de 60 era muito utilizada também na matemática da antiga Mesopotâmia por Sumérios e Babilônios.A lista dos antigos sumérios também mostra genealogias de antigos reis como extremamente altas , governando por milhares de anos, inclusive com idades bem maiores que as da Bíblia. Isso demonstra não somente a proximidade destes povos para um relato parecido mas também a discrepância de algumas informações e a adição de elementos mitológicos e lendários.







       Outra explicação é que para os escritores bíblicos a idade de uma pessoa e vida longa dependem da sua fidelidade a Deus. Era assim, porque no Antigo Testamento não havia ainda uma noção clara da vida depois da morte. Conforme a mentalidade da época, já que Deus não tinha como premiar os bons depois da sua morte, premiava-os já aqui na terra com muitos anos de vida. Assim, quando se queria dizer que uma pessoa tinha sido boa, dizia-se que ela viveu muitos anos. O pecador ao contrário teria morte prematura. Muitos anos de vida eram a bênção de Deus para as pessoas justas. 

Daí o mandamento: " Honra teu pai e tua mãe para que tenhas longa vida"  (Ex 20,12).

      À medida que a humanidade vai-se afastando de Deus, as pessoas são indicadas como vivendo menos tempo. Nesta linha de pensamento, Matusalém o homem mais longevo de toda história, viveu 969 anos que dentro dessa proposta, era considerado como muito justo, mais do que o próprio Adão.

      As idades nesse estudo não apresentam um fato real mas uma forma de instrução religiosa e catequética.


A Entropia

      Antes de continuar você precisa saber o que é Entropia no geral. A Entropia - 2ª lei física da termodinâmica é um conceito que mede a desordem das partículas de um sistema físico.


       De acordo com a Lei da Termodinâmica, quanto maior for a desordem de um sistema, maior será a sua entropia.Por exemplo, quando alguém entra na cozinha encontra todos os utensílios e ingredientes organizados mas conforme vai cozinhando, as coisas começam a se desorganizar.

       Da mesma forma seria o sistema da entropia, ou seja, quanto maior o processo de alteração de um estado, maior será a sua desordem. As entropias são espontâneas, isso quer dizer que seguem princípios da natureza, sendo irreversíveis.

      Por exemplo, quando um copo com água cai no chão, o resultado da bagunça gerada é a entropia deste ato, no entanto, seria impossível fazer a água voltar para o copo, sendo impossível retroceder a entropia.

     Sistemas altamente ordenados como os sistemas vivos, devem retirar energia de alguma fonte térmica para manter-se com baixa entropia. A baixa Entropia é a capacidade de sobreviver, de se manter em um nível de baixo desgaste tendo um envelhecimento retardado ao longo do tempo.

      Quando você se alimenta, você está consumindo o alimento que será transformado em energia para vitalidade e continuidade de seu corpo na sua linha do tempo, se você não se alimentar, o grau de Entropia elevado o conduzirá à morte.

     Nos processos naturais, a entropia de um sistema tende a aumentar com o tempo, tornando a energia térmica menos disponível para realizar trabalho útil ( velhice). Qualquer sistema ordenado seja biológico, mecânico, ou outro, para funcionar deve retirar energia útil de uma fonte às custas da desorganização desta. De certa forma, a 2ª lei impõe uma dependência das coisas criadas a uma fonte de energia, que é limitada, e por ser uma lei universal regula desde o funcionamento da menor célula até o núcleo da estrela mais quente do universo.

     O Universo também, por exemplo desde a sua formação há 13,5 bilhões de anos ( estimativa relativa ) está em processo de crescimento da sua Entropia , no entanto algo vem "segurando" a desordem.

     Ao mesmo tempo, é uma prova inequívoca que este universo foi criado por Deus, pois se todos os processos espontâneos levam naturalmente à desordem, a não ser que haja uma interferência externa para manter o grau de entropia baixo o suficiente para manutenção do universo, todas as coisas ordenadas não poderiam existir.

     Muitos autores sugeriram que a Entropia passou a existir no momento da entrada do pecado na humanidade. Porém, discussões posteriores alegaram que independentemente do acontecido com Adão e Eva , a Entropia já existia.

   Mas o que se pode sim questionar e considerar é que o impacto do pecado provocou alterações no grau da Entropia nos sistemas, ou seja, o  ritmo de degradação entrópica teria aumentado com a queda, mas ela estava lá antes do pecado dos dois. 

       A elevação do grau de Entropia nesse caso impôs limites à quantidade de energia que poderíamos aproveitar de uma fonte, comprovando uma ainda maior dependência de Deus que é a Fonte da qual todas as fontes derivam. Nesse caso, Deus transforma o mal em bem , pois isso aumentará ainda mais a fé das pessoas.Amém.

Entropia Genética

     Aqui vai entrar agora uma explicação plausível dentro da ciência para a questão da longevidade dos antigos patriarcas bem como o decaimento, a regressão da vitalidade nas gerações posteriores.


      O cientista Dr. John C. Sanford (nascido em 1950) é o inventor do sistema de biobalística GeneGun de melhoramento genético juntamente com Ed Wolf , Nelson Allen e e Ted Klein da DuPont na Universidade Cornell. Ele defende a entropia genética dos seres vivos e publicou vários artigos científicos a respeito e um livro intitulado Genetic Entropy & the Mystery of the Genome (2005), no qual ele afirma que o genoma está se deteriorando, sendo assim, não poderia ter evoluído da maneira especificada pela síntese evolutiva moderna.

       A entropia genética decorre de mutações genéticas vindas de erros tipográficos na programação da vida. As mutações sistematicamente “corroem” a informação que codifica as muitas funções essenciais da vida. A informação biológica consiste em um grande conjunto de especificações, e as mutações aleatórias sistematicamente misturam essas especificações gradualmente, mas implacavelmente vai destruindo as instruções de programação essenciais à vida.

      Segundo Sanford, a nível individual as nossas células acumulam aproximadamente 3 novas mutações (erros de processamento de texto) a cada divisão celular. Assim, elas se tornam mais mutantes e diferentes entre si todos os dias. Na nossa velhice, cada célula já acumulou dezenas de milhares de mutações. Mas há outro nível de entropia genética que nos afeta como população. As mutações ocorrem em todas as nossas células, incluindo nossas células reprodutivas, logo muitas de novas mutações são passadas para os nossos filhos. Então as mutações se acumulam continuamente na população como um todo , com cada geração sendo mais mutante que a anterior. Portanto, não apenas passamos por degeneração genética individualmente, mas também estamos passando por degeneração genética como população. 

      A seleção natural pode desacelerar, mas não pode parar a degeneração da entropia genética no nível da população.

      Notavelmente, tal degeneração é muito consistente com a Bíblia. Em muitas passagens, a Bíblia indica que a própria criação está se desgastando. As evidências externas mais óbvias de degeneração genética são o envelhecimento, a morte e a redução da expectativa de vida média. 

    Na palavra está escrito que Adão viveu 930 anos na totalidade, Set 912, Enós 905, Cainã 910, Malaleel 895, Jared 962, Henoc 365, Matusalém 969, Lamec 777 e Noé 950.

     Em Gênesis capítulo 11, encontramos outro elenco de outros dez Patriarcas, que seria os Pós-diluvianos, totalizando um período que vai de Noé até Abraão. Estes são: Sem 600, Arfaxad 438, Salé 433, Héber 464, Peleg 239, Reú 239, Sarug 230, Nacor 148, Taré 205 e Abraão 175. 

    Nota-se um decaimento da expectativa de vida principalmente nos pós-diluvianos, ou seja, entra aqui a ação da Entropia Genética que começou após a queda e vem aumentando gradativamente nos milênios que vão seguindo.Quanto maiores os pecados da humanidade, quanto maiores as atrocidades e o distanciamento de Deus maiores as consequências na criação. A expectativa de vida nos tempos posteriores a Abraão eram ainda de 120 anos para uma morte natural, mas hoje em dia a média fica entre 70 e 80 anos.






       Aí terão aqueles que vão dizer assim: 

    " Ah mas hoje se vive muito mais que nos tempos antigos , pois os homens pré- históricos não passavam dos 35 , 40 anos."  Isso é uma verdade mas você deve considerar que existia luta por territórios ,  guerras entre clãs,  lutas corporais , animais ferozes, pouco armamento e segurança , muitos  humanos daquela época tinham condições precárias de vida , pouca alimentação e vestimentas assim como muitos hoje em dia. Também os humanos antigos se sujeitavam mais a defender seus entes , eram mais propícios à uma morte prematura sem causas naturais, pois não existia ainda empresas de segurança é óbvio.

     O que temos hoje que eleva a expectativa de vida em algumas regiões, repito , em algumas regiões, pois em muitos locais da Terra ainda são precárias. São os atendimentos, a propaganda para incentivar exercícios físicos, as condições de saúde e disponibilidade de tratamentos médicos bem como acesso a medicamentos e prevenção que tornam a vida mais longeva.Mesmo assim, não passa de 70 a 80 anos em média.

     Na época dos antigos patriarcas a medicina não era tão avançada e talvez não precisasse, vivia-se com mais naturalidade, os alimentos eram mais puros e saudáveis e a atividade física era praticada diariamente.

      Nós hoje não temos a força vital de nossos antepassados, é só você perguntar para seus pais, avós e tios mais velhos, se não é verdade que os antigos eram mais fortes em muitos quesitos. Muitos são os relatos antigos fora da Bíblia que mencionam  pessoas com grande longevidade na China Antiga, Egito, Mesopotâmia, Roma e Grécia, nas Américas. Claro não com 900 anos mas passando os 100 facilmente.

      A degeneração do homem está registrada de forma explícita nas palavras que Jacó disse ao Faraó: 


“Viajei por esta terra durante 130 anos difíceis. Mas minha vida foi curta em comparação com a vida dos meus antepassados.” (Gênesis 47:9). 


         A extrema longevidade dos primeiros patriarcas já foi muito bem documentada. 

Normalmente não pensamos na Bíblia como uma fonte de dados científicos. No entanto, as idades registradas dos patriarcas podem constituir sim dados reais ao serem analisados cientificamente. Essa fascinante história implica em resultados incríveis. 


Sobre as listas de Genealogias bíblicas 


      Como muitas vezes já mencionei em outros artigos, as genealogias bíblicas não são completas desde a criação do mundo.

Seria praticamente impossível colocar todas no relato, pois muitos foram os povos que se dispersaram entre tribos e clãs, principalmente no decorrer do evento da dispersão humana após Babel e no que se refere ao mundo antediluviano, o qual temos mais registros em livros extra bíblicos.Mas a Bíblia o confirma mesmo que de forma simplória.Logo após o cataclismo , a humanidade passa por uma nova Pré-História , diferentemente da vivida nos tempos de Adão, ou seja , uma nova jornada épica se inicia , de redescobertas, de criação de utensílios, construções rudimentares, reinício da agricultura e pecuária, etc...tudo num tempo ainda sem uma escrita organizada mas provavelmente com uma linguagem única, a " linguagem mãe" , antes da dispersão em Babel.

     O tempo transcorrido entre Adão e Noé é de muitos milênios e só aparecem na lista pessoas que se destacaram e realizaram grandes atividades, sejam elas humanas e degradantes ( descendentes de Caim) ou na espiritualidade ( descendentes de Set).

       Creio que de Adão até Set seja uma genealogia aproximada, ou seja, Adão,Eva, Caim , Abel até aí nesse núcleo familiar a genealogia deve ser aproximada, nas demais subsequentes podem estar representando descendentes não diretos , por isso entre o intervalo de um e outro podem estar ocultados centenas de anos e até os nomes de 4 ou 5 gerações, o que denota um espaço de tempo muito grande, uma lacuna.A existência da declaração: “e teve filhos e filhas” demonstra que muitos personagens históricos não foram apresentados na genealogia.

       Para dar um outro exemplo, após o dilúvio (data aproximada - 10.000 a.C), o que teria sido possível sim foi identificar a descendência de Noé e de seus filhos bem como a descrição de algumas nações surgidas deles logo no início quando a humanidade vivia ainda muito próxima, quando os descendentes de grau primário de Sem, Cam e Jafet ainda podiam identificar seus parentes e primos.

      Lógico que em dado momento devido à progressão populacional humana isso se tornou impossível. Existem sim , lacunas no meio, Moisés quando escreveu o Gênesis só colocou os personagens mais importantes e relevantes que lhes foram passados pela tradição oral.

   Para compreendermos esse fato é importante recorrer à distância da linguagem moderna comparada àquela usada em Gênesis. Por exemplo, em nosso idioma nós utilizamos os termos - avô, pai, tio, primo entre diversos outros para descrever relações familiares. No hebraico e antigamente, o termo filho ( Ben) era utilizado tanto para filhos como para netos ou até bisnetos, indicando muitas vezes a ascendência e não descendência direta , pois como eu disse antes seria impossível registrar a todos.


Conclusão

      Mediante essa assertiva ,  podemos afirmar que as propostas que levam as pessoas a dizerem que a Bíblia é puro mito não devem ser consideradas como válidas, uma vez que reduzem as escrituras a uma literatura simplista e desprovida de majestade. A Bíblia é a própria palavra de Deus, não esqueçam.

 A degeneração biológica pode ser comprovada e o decaimento da longevidade deve ter atingido não somente o homem, mas também animais, plantas , flora e fauna , ou seja, toda a criação. Os patriarcas antigos existiram assim como eu e você existimos, porém,  as genealogias , em particular a de Gênesis 5 tem um papel mais descritivo que cronológico, cuja ênfase não é a definição de gerações completas , mas a declaração de ascendência dentro da geração humana e a linhagem ininterrupta dos que se mantiveram fiéis ao monoteísmo.

     


Referências

https://tdibrasil.org/index.php/2019/03/06/o-que-e-entropia-genetica/#:~:text=Entropia%20Gen%C3%A9tica%20%C3%A9%20um%20termo,da%20aptid%C3%A3o%20%C3%A9%20uma%20tend%C3%AAncia.

https://sites.ecclesia.pt/cv/os-antigos-patriarcas-viviam-tantos-anos/#:~:text=Um%20dos%20mais%20interessantes%20jogos,175%2C%20180%20e%20147%20anos.

E-book disponível para leitura: https://issuu.com/jcmkt/docs/livro_-_entropia_genetica_issuu

https://voltemosaoevangelho.com/blog/2023/10/entropia-e-queda/

terça-feira, 12 de março de 2024

Os arquétipos, modelos mentais e comportamentais presentes na história humana

 Cristiano De Mari


       Para os antigos gregos, Arquétipo (do grego ἀρχή - arché: "princípio", "posição superior"; τύπος - tipós: "marca", "tipo") é um conceito que representa o primeiro modelo de algo , das antigas impressões sobre algo. 

       O pai da psicologia analítica, o suíço Carl Gustav Jung dizia que os arquétipos são uma herança psicológica, ou seja, resultam das experiências de milhares de gerações de seres humanos no enfrentamento das situações cotidianas. 

     As imagens dos arquétipos são encontradas em mitos ( repletos de arquétipos de herois , patriarcas-deuses geradores, deusas ,  e muitas vezes criaturas), lendas, na literatura ( seja religiosa ou não) , nos filmes e até mesmo nos nossos sonhos. Também são encontrados nas marcas e publicidade. Quando a figura de um animal é utilizada em uma marca pressupõe que os clientes associem essa marca às características daquele animal.

     O arquétipo, como conceito da psicologia representa padrões de comportamento associados a um personagem ou papel social. Há uma idealização das  características de como deve se portar um heroi, uma matriarca, um governante, um amigo, etc...

      A mãe, o pai, o sábio e o heroi são exemplos de arquétipos. Esses “personagens” têm características percebidas de maneira semelhante por todos os seres humanos , sejam quais forem as épocas em que viveram ou  viverão.

       Devidamente, os relatos orais milenares da tradição histórico-patriarcal merecem a devida atenção e crédito. Estão repletos de personagens reais e também de figuras arquetípicas.

       Para Jung, esses comportamentos que os arquétipos representam estão no inconsciente coletivo humano e sendo assim são percebidos de maneira similar por todos.

      E o que é o inconsciente coletivo?

     É como um grande reservatório de imagens ocultas inconscientemente mas que lá estão, são chamadas de arquétipos ou imagens primordiais, que cada pessoa herda de seus ancestrais. A pessoa não se lembra das imagens de forma consciente, porém, herda uma predisposição para reagir ao mundo da forma que seus ancestrais faziam. Por isso muitas coisas que fazemos, ou que repetimos inconscientemente muitas vezes lembram, são parecidas com nossos pais, tios ou avós e estes também herdaram de seus antepassados.Não temos somente uma herança genética mas também comportamental, tradicional, familiar, e quanto mais recuarmos no tempo, teremos uma herança tribal e patriarcal.





      A mitologia transita entre a lenda e a realidade.A lenda é um ou mais elementos agregados que deixam o enredo literário mais fantasioso, mais atraente, mais épico.Agora, a parte da  realidade vem sempre de uma verdade inicial, pois tudo tem uma origem, estes são os arquétipos contidos na mente humana que perpassam os séculos e os milênios. Existe sempre uma tentativa humana em fantasiar tudo, lógico que às vezes pode parecer bom ser ousado, mesmo assim, o ser humano para e pensa, e volta para os primórdios ( não no sentido de troglodita ou pré-histórico). Ele volta onde os modelos mais seguros residem nas experiências que deram certo, nos modelos sociais, comportamentais, éticos e morais que transmitiram e ainda transmitem relativa ordem e normalidade.

     A religião busca transcender nestes arquétipos iniciais , busca explicar toda e qualquer mentalidade e ação humana sob a tutela da espiritualidade, ou seja, existe a ordem da natureza, existe uma vontade um livre arbítrio mas a própria natureza e o ser humano não estão sós pois existe um Ente Superior o qual nos referimos a Deus que provê e inspira quando as necessidades e dificuldades ocorrem,  quando nossas próprias forças, quando a nossa humanidade não consegue resolver.

    A história é capaz de mostrar e transmitir o realismo de outrora e os comportamentos dos nossos ancestrais. Aquilo que nos é mostrado como bom , coerente e honesto pela religião é percebido e pode ser comprovado pela ciência histórica, assim como os modelos negativos ao longo da história também.

    Seria como que praticamente impossível  não conseguirmos discernir, avaliar e escolher os bons modelos. Digo isso porque diferentemente da antiguidade, nunca a humanidade esteve numa época tão à mercê das tecnologias, da enxurrada de informações , das instruções, onde a consciência humana poderia claramente optar pelo que realmente vale a pena viver.E mesmo assim, o que se vê hoje é uma tentativa ideológica auxiliada pela propaganda que visa afetar o ego para mudar os arquétipos.

    Os arquétipos positivos e negativos continuarão a existir lado a lado por algum tempo ainda, como também existem o bem e o mal, a luz e a escuridão, a matéria e a antimatéria ,  formas de dualismo ocasionadas por vários erros humanos desde o Gênesis. E estes erros não afetaram somente o plano físico.

     O conhecimento é sempre muito bom mas ele também sempre trará a necessidade da dúvida, a discussão vai acontecer pra tentar chegar num denominador comum mas também propagará muito mais dúvidas, quanto mais eu descubro maiores serão meus questionamentos pois novas perguntas surgirão, novas problematizações e consequentemente novas respostas assertivas e assim por diante , este ciclo é interminável.

     É como aquela velha frase de Sócrates que viveu em Atenas entre 470 a.C e 399 a.C, embora ainda não haja certeza quanto a essa autoria:

" Quanto mais eu sei mais parece que não sei."

     O bom para nós que acreditamos é que temos um Deus para nos guiar.


Referências:


https://aldeiaconteudo.com.br/blog/branding/arquetipos/

https://www.douglasmaluf.com.br/os-12-arquetipos-de-jung-qual-e-o-seu/

https://www.posuscs.com.br/quais-sao-os-arquetipos-mais-comuns-da-psicologia-analitica-abordagem-junguiana/noticia/2773#:~:text=Os%20arqu%C3%A9tipos%20junguianos%20s%C3%A3o%20padr%C3%B5es,se%20manifesta%20em%20nossas%20vidas.