terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Moisés: grande líder antes guerreiro

Cristiano De Mari


" O nome Moisés ou Mósis em egípcio, tradicionalmente  significa "retirado das águas" e ainda em uma outra tradição quer dizer  " o filho do Deus desconhecido", que neste caso seria Yaveh, desconhecido dos egípcios."


            De acordo com a Bíblia e a tradição judaico-cristã, Moisés realizou diversos prodígios após uma Epifania. Libertou o povo hebreu da escravidão no Antigo Egito, tendo instituído a Páscoa Judaica. Depois guiou seu povo através de um Êxodo pelo deserto durante quarenta anos, que se iniciou através da famosa passagem em que Moisés abre o Mar Vermelho, para possibilitar a travessia segura dos hebreus. Ainda segundo a Bíblia, recebeu no alto do Monte Sinai as Tábuas da Lei de Deus, contendo os Dez Mandamentos. 
         Isso é em resumo parte daquilo que aprendemos lendo a Bíblia ou até mesmo em catequese sobre o grande líder que guiou seu povo ao caminho da libertação, mas principalmente para a salvação lançando as bases de um cerne teológico que seria o princípio de uma grande religião. Os hebreus viveram por séculos no Egito na região de Gosén ao norte, região de terras férteis. Desde de que os filhos de Jacó (Israel) foram para o Egito por causa de uma grande seca na Terra Prometida e que nessa empreitada acabaram reencontrando José, o irmão que foi vendido, os hebreus permaneceram por  400 anos vivendo no Egito. Naquele tempo, +- 1730 a 1580 a.C. reinavam reis de origem semita no Egito , os chamados hicsos. Os hicsos eram mais tranquilos com os hebreus, mais diplomáticos,  mas na época de Moisés  
( 1212 a.C.) eles foram expulsos e os egípcios retomaram o poder.
             Todos sabem que Moisés era hebreu e foi salvo dos guardas do faraó quando pequeno e foi colocado por sua mãe em um cesto protegido e largado na correnteza do rio, sendo vigiado pela sua irmã Miriam. Foi retirado pela filha do faraó Seti I( para Josefo o nome dela seria Thermutis ou Bithiah). Assim como existem duas datas para situar o Êxodo no tempo 1400 a.C. e 1200 a.C., ocorrem também  muitas dúvidas acerca dos personagens faraônicos do tempo de Moisés. Podemos citar alguns nomes como Seti I ou Tutmés I como os faraós responsáveis por mandar executar as crianças inocentes , no caso incluindo o Moisés menino. Um outro nome para a princesa que resgatou Moisés seria Hatshepsut, filha de Tutmés I  e feita rainha mais tarde.E por fim os faraós do evento do Êxodo seriam Amem-Hotep II ou Ramsés II.
        No entanto poucos sabem que Moisés depois de crescido, antes de guiar o povo judeu serviu ao exército egípcio. Essa fase da vida de Moisés está descrita em conteúdo extra-bíblico no  livro de um judeu historiador antigo chamado Flávio Josefo, segue parte de um trecho:


      "A fronteira do Egito foi devastada pelos etíopes, que lhe estão próximos. Os egípcios marcharam com um exército contra eles, mas foram vencidos no combate e retiraram-se com desonra. Os etíopes, orgulhosos de tamanha vi­tória, julgaram que era covardia não aproveitar a boa sorte e começaram a se vangloriar de poderem conquistar todo o Egito. E lá entraram, por diversos lugares. A quantidade de despojos que arrebataram e o fato de não terem encontrado resistência alguma aumentaram-lhes a esperança de conseguir um feliz resultado na empresa. Assim, avançaram até Mênfis, chegando até o mar. Os egípcios, reconhecendo-se muito fracos para resistir a tão grande força, mandaram consultar um oráculo, e, por ordem secreta de Deus, a res­posta que receberam foi que somente um homem havia — um hebreu! — do qual podiam esperar auxílio.
        O rei não teve dificuldade em julgar, por essas palavras, que Moisés era o hebreu em questão, ao qual o céu destinava salvar o Egito, e pediu à filha para fazê-lo general de todo o exército. Ela consentiu e disse-lhe que julgava assim prestar ao rei um grande serviço. Contudo obrigou-o ao mesmo tempo a prome­ter, com juramento, que não lhe fariam mal algum. A princesa, não se conten­tando em testemunhar assim a sua extrema afeição por Moisés, não pôde tam­bém deixar de — com azedume — perguntar aos sacerdotes egípcios se eles não se envergonhavam de o haverem tratado como inimigo e de desejarem tirar a vida a um homem a quem eram agora obrigados a pedir auxílio.
          Pode-se imaginar com que prazer Moisés obedeceu às ordens do rei e da princesa, que lhe eram tão gloriosas. E os sacerdotes das duas nações tiveram com isso, por motivos diferentes, idêntica alegria. Os egípcios esperavam que, depois de vencerem os inimigos sob o comando de Moisés, encontrariam facil­mente ocasião para matá-lo, à traição. E os hebreus ansiavam, por esse mesmo motivo, sair do Egito e livrar-se da escravidão.
        Esse excelente general, posto à frente do exército, logo se fez admirar pela sua prudência. Em vez de marchar ao longo do Nilo, atravessou pelo meio das terras, a fim de surpreender os inimigos, que jamais pensariam que ele os fosse alcançar por um caminho tão perigoso, devido à quantidade de serpentes de várias espécies que ali vivem: muitas delas não existem em nenhum outro lugar e não somente são temíveis pelo seu veneno, mas são horríveis de se ver, porque, tendo asas, atacam os homens elevando-se no ar, para se atirar sobre eles. Moisés, para precaver-se contra elas, mandou colocar em gaiolas algumas aves chama­das íbis, que são domesticadas, amigas do homem, e inimigas mortais das ser­pentes, sendo que estas as temem não menos que aos cervos. Nada mais direi sobre essas aves, porque não são desconhecidas aos gregos.
         Quando Moisés chegou com o seu exército a essa tão perigosa região, soltou os pássaros e passou assim sem perigo. Então surpreendeu os etíopes, deu-lhes combate e os dispersou, fazendo-os perder a esperança de se tornarem senhores do Egito. Mas tão grande vitória não reteve os seus intentos: entrou no país deles, tomou várias cidades, saqueou-as e fez grande mortandade. Tão gloriosos resultados reanimaram de tal modo a coragem dos egípcios que eles seriam capazes de tudo empreender sob o comando de tão excelente general. Os etíopes, ao contrário, só tinham diante dos olhos a imagem da escravidão e da morte.
       O ilustre general impeliu-os até Sabá, capital da Etiópia, que Cambises, rei dos persas, chamou depois de Meroe, nome de sua irmã. Aí Moisés os sitiou, embora a cidade fosse tida como inexpugnável, porque, além de suas grandes fortificações, era rodeada por três rios: o Nilo, o Astape e o Astobora, cujo percurso é muito difícil. Ficava, assim, situada numa ilha e não era menos defendida pela água que a rodeava de todos os lados que pela força de suas muralhas e de suas defesas. Os diques que a preservavam das inundações dos rios serviam ainda de terceira defesa quando os inimigos passassem as outras. Moisés ficou aborrecido ao constatar que tantas difi­culdades juntas tornavam a conquista da cidade quase impossível, e o seu exército começava a enfadar-se, porque os etíopes não se atreviam mais a dar-lhes combate.
         Tarlis, filha do rei da Etiópia, tendo-o visto do alto das muralhas praticar, num assalto, atos de valor e de coragem extraordinários, ficou tão cheia de admiração pela sua bravura, a qual reerguera o ânimo dos egípcios e fizera tremer a Etiópia, antes vitoriosa, que sentiu o coração ferido de amor por ele. Com a paixão sem­pre aumentando, mandou oferecer-lhe a mão em casamento. Ele aceitou a hon­ra, com a condição de que ela lhe entregasse a cidade. A promessa foi confirma­da com um juramento e, depois que o tratado foi feito, em boa fé de parte a parte, ele deu graças a Deus por tantos favores e reconduziu os egípcios vitorio­sos de volta à sua pátria.
         Mas esses ingratos, em vez de manifestar reconhecimento pela salvação e pela honra que deviam a Moisés, aumentaram ainda mais o seu ódio contra ele e procuraram, mais do que nunca, eliminá-lo. Temiam que a glória que conquista­ra o enchesse de tal modo de orgulho que ele pensasse em se tornar senhor de todo o Egito. Aconselharam o rei a mandá-lo matar, o qual deu ouvidos a tais palavras, porque a grande fama de Moisés já lhe causava inveja, e o monarca começava a temer que fosse também sobrepujado por ele. Nisso era ajudado pelos sacerdotes, que, para incitá-lo ainda mais, recordavam o rei continuamen­te do perigo em que se encontrava.
       E assim, Faraó consentiu na morte de Moisés, e ela seria inevitável, se este não houvesse descoberto a intenção dos egípcios e se ausentado no momento opor­tuno. Moisés fugiu para o deserto e desse modo salvou-se, porque os inimigos não podiam imaginar que ele tomaria tal caminho. Como nada encontrasse para comer, viu-se atormentado por uma fome extrema, mas a suportou com paciên­cia e, depois de haver andado muito, chegou, pelo meio-dia, próximo da cidade de Midiã — nome que lhe deu um dos filhos de Abraão e Quetura —, à beira do mar Vermelho. Estando muito cansado, sentou-se à beira de um poço, para re­pousar, e esse fato deu-lhe ocasião de mostrar a sua coragem, abrindo o cami­nho para uma sorte melhor. " .................................................................



Fonte: História do Hebreus - Antiguidades Judaicas; Flávio Josefo, editora :CPDA

sábado, 11 de outubro de 2014

A inscrição de Tel Dan: a primeira evidência histórica do rei Davi

Cristiano De Mari


Poucas modernas descobertas da arqueologia bíblica causaram tanta emoção como a inscrição de Tel Dan em uma laje de pedra (ou Estela) do século IX a.C., que forneceu a primeira evidência histórica do Rei Davi da Bíblia.
A inscrição de Tel Dan, ou "Casa de Davi" foi descoberta em 1993 no local de Tel Dan, norte de Israel em uma escavação dirigida pelo arqueólogo israelense Avraham Biran.
A inscrição quebrada em fragmentos comemora a vitória de um rei de origem aramaica (sírio) sobre os seus vizinhos do sul: o "rei de Israel" e o rei de Judá "rei da casa de Davi." No texto cuidadosamente está escrito em caracteres aramaicos puros, os sírios se orgulham de seu  rei, em que ele, sob a orientação divina do deus Hadad, venceu milhares de cavaleiros e soldados de Israel antes de despachar os seus dois adversários reais. Infelizmente, os fragmentos recuperados da inscrição "Casa de Davi" não preservam os nomes dos reis específicos envolvidos neste encontro brutal, mas a maioria dos estudiosos acreditam que a estela relata uma campanha de Hazael de Damasco em que ele derrotou tanto Jorão de Israel e Ocozias de Judá.
O que fez  da Tel Dan uma das inscrições mais excitantes das descobertas da Arqueologia Bíblica para os estudiosos e ao público em geral era sua referência sem precedentes para a "Casa de Davi". A inscrição fragmentada da estela, foi lida e traduzido pelo renomado epigráfico Joseph Naveh. Ela prova que o Rei Davi da Bíblia foi uma verdadeira figura histórica e não simplesmente a fantástica criação literária de escritores bíblicos posteriores e editores. Talvez mais importante, a estela, criada por um dos mais ferozes inimigos do antigo Israel mais de um século depois da morte de David, ainda reconhecido David como o fundador do reino de Judá.  
A "Casa de Davi" tem seus céticos, no entanto, especialmente os chamados minimalistas bíblicos, que tentaram destituir a "Casa de Davi" como leitura implausível e até sensacionalista. Em um artigo famoso da revista BAR, Philip Davies argumenta que o termo hebraico bytdwd,  refere um lugar específico (semelhante ao bytlhm de Belém), em vez de ser a dinastia ancestral de Davi. Tal ceticismo de lado, no entanto, a maioria dos estudiosos da Bíblia e arqueólogos prontamente aceitaram que a estela de Tel Dan forneceu a primeira prova concreta de um histórico Rei Davi da Bíblia.
Mesmo que a inscrição "Casa de Davi" confirmou a historicidade essencial do Rei Davi da Bíblia, os estudiosos chegaram a um consenso a respeito da natureza e extensão de seu governo. David era o grande rei da tradição bíblica, que fundou sua capital real em Jerusalém e estabeleceu um reino israelita? Ou foi David apenas um chefe tribal, como o israelense Finkelstein da Universidade de Tel Aviv afirma? Perguntas como estas, muitas vezes surgem a partir de descobertas da arqueologia bíblica e estão no cerne das relações complexas entre arqueologia, história e da Bíblia.


Fonte: http://www.biblicalarchaeology.org/daily/biblical-artifacts/artifacts-and-the-bible/the-tel-dan-inscription-the-first-historical-evidence-of-the-king-david-bible-story/

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Fé Sim , Superstição Nunca !

Cristiano De Mari

Superstição (que é muito diferente de fé) é achar, dar ou investir poder em algo/coisa que não tem poder sobre-humano e que pertence à/ou tem natureza física, química ou mesmo biológica. É desconfiar e /ou esperar ou ainda pensar que se está associando algo e que determinados eventos ocorram de forma lógica , negativa ou positiva, advindos de coisas e objetos ou ainda de sensações ou sinais estranhos que o senso comum considera espetacular mas que pode ser simples coincidência. Coincidências repetidas podem provocar surpresa no ser humano.
Ao atribuir  "poderes"  a estas coisas, os seres humanos  introjetam  uma autossugestão, uma ideia que acaba por influenciar seu meio, seu redor, mas ainda assim algo de natureza humana e não sobrenatural. Isso faz pensar que determinados eventos "aconteçam" conforme o "previsto". Nada mais que o próprio pensamento humano sugestionador e sugestionável.
A fé tem por característica primordial a confiança, mas não é uma confiança cega.....é  a expectativa de bonanças, de boas realizações, de bons desfechos. É inspirada em um modelo de fé, numa profecia, num preceito divino, em um objeto abençoado (diferente de objetos comuns como amuletos da sorte por exemplo, entre outros) , carismas e dons sobre-humanos ( comprovados e que não tem explicação pela ciência física), que denotam sua exclusividade, sua forma de ser especial advinda de sua propagação documental  bem afamada ,vista, revista, ouvida, escrita e reescrita no percurso da história.
Ainda nesta questão existe um percentual de eventos ou fatos estranhos (entre 10 e 20%) que ocorrem e que não são superstição e nem estão ligados ao campo de estudos psicológicos e paranormais, mas que pertencem exclusivamente ao âmbito espiritual e que competem ao estudo da Teologia e afins e que por incontáveis razões, na maioria das vezes são mal interpretados, mal estudados, mal avaliados, mal diagnosticados e mal divulgados. Isto acontece principalmente por causa das mídias ávidas em lucrar por qualquer motivo, mesmo que não recorram a verdade, deturpando em muito os fatos.
Estes assuntos (10 a 20%) tem caráter exclusivamente Espiritualista e de Fé e somente alguns teólogos, religiosos e algumas pessoas com alta sensibilidade ( não confundir espiritualismo com espiritismo) , tem plenas condições de interpretá-los.


Imagem: http://preciosavida.no.comunidades.net/index.php?pagina=1536435232_04

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Cultura Mesopotâmica - a escrita cuneiforme

        Cristiano De Mari

Para tornar possível a inundação fertilizante, os primitivos sumérios, entre muitas coisas, precisavam mesmo desempenhar diferentes papeis de engenheiros, técnicos em hidráulica, astronomia e para estes numerosos afazeres e necessidades entenderam ser indispensável criar algum tipo de escrita, que junto com a egípcia é a mais antiga do mundo pós-diluviano (Neolítico).    
No início, a escrita cuneiforme criada pelos sumérios e difundida depois por todos os povos da Mesopotâmia, era muito semelhante à egípcia quanto a forma de seus caracteres desenhados, por hora chamados de pictogramas e ideogramas. Desenhos representativos de objetos, seres humanos, animais ou mesmo que representassem palavras , frases ou ideias.
Os egípcios dispunham de papiro, uma espécie de papel criado trançando as fibras de uma planta que leva este nome também. Ele era juntado, prensado e secado ao sol, resultando em folhas um pouco ásperas , boas para escrita e de aspecto amarelado.
Na Suméria ( planície de Sennar mencionada na bíblia em Gênesis), e depois no restante da região, somente era possível esta escrita em tabletes de barro , que eram cozidos para adquirir durabilidade. Também eram feitos entalhes em rochas , principalmente de nomes de importantes reis e relatos de bons êxitos em campanhas militares, mas isso era reservado apenas à elite. A grande parte do que era escrito era feito em tabletes de barro, nas escolas de cidades como Ur  e Uruk, as crianças escreviam assim também, para registrar inundações de cheias dos rios, para registrar o excedente agrícola produzido , para registrar ciclos astronômicos, etc...
Estes sinais, cerca de 3000 a.C. , eram num total de 2000, mas bem depressa foram se reduzindo. Poucos séculos depois eram 800, e perto de 2050 a.C., 600. Nos tempos áureos de Babel seriam reduzidos para 300 e depois ainda mais. Houve uma evolução ao longo dos séculos de caracteres puramente pictográficos (desenhos) para caracteres ideográficos (sinais).Escrevia-se nas tabuinhas de argila na ordem de cima para baixo , direita para a esquerda ou ainda em sentido anti-horário. A leitura poderia ser feita  na prática da esquerda para a direita.
O mecanismo desta escrita se transferiu depois para o acádio e aos dialetos derivados, com algumas variantes e muitos inconvenientes. Assim por diante será a escrita Mesopotâmica no decorrer dos séculos seguintes, preservando-se a grafia em diferentes línguas, começando com os sumérios, acádios, assírios, caldeus , amoritas-babilônicos, medos e persas.
Algumas formas de escrita cuneiforme , sua escrita e pronúncia aproximadas:

Em português:

“ Ao deus sol, seu rei Ur-Nammu, homem poderoso Rei de Ur, Rei de Shúmer e de Acad, seu templo construiu.”

Pronúncia em Sumério:

“ Dinghir Babbar, lugal ani Ur-nammu, nitah-kalagga Lugal Urim, Lugal Kienghi , kiurighe éani  munadu.”

"Lugal" significa rei ,  "Urim" significa Ur.  
"Kienghi" significava “terra dos reis civilizados” era o nome que os sumérios davam à sua terra, ou seja Shúmer , a Sennar bíblica, região plana banhada pelos rios Tigre e Eufrates.
Chamavam seu povo de "Saggiga"  “os homens de cabeças pretas”.

Também em persa (Persas - povo de mestiçagem semita/indo-europeia) , uma das últimas línguas a ser escrita em cuneiforme , temos uma amostra de frase:

Em português:

“ Xerxes rei, grande rei dos reis, filho de Dario, rei Aquemênida.”

Em persa trecho de Behistun :

“ Hi-chi-a-archi Charru , rabû char charrâní, apal Da-a-ri-ia-auch, charru Akhamaannich-ch’a.”

Aqui a palavra rei é  “ Charru ”.

Em português temos a seguinte frase babilônica:

“Nabucodonosor, rei de Babel, curador de Esagila e de Ezida, filho primogênito de Nabopolassar rei de Babel.”

Em babilônico:

“ Nabû-ku-dúr-ri-usur, Chiar Babili, zanin E-zag-ila ù E-zi-da, ap-lam a-chi-a-ri-du Chia (ilu) Nabû-apal-usur Chiar Babili.”

Onde aqui a palavra rei se torna “ Chiar ”.

As comparações podem ser feitas numerosas vezes o que denota a variedade linguística naquele local. Mesopotâmia, berço da humanidade , dos primeiros feitos pós-diluvianos, de homens com tez escura, semitas e arianos, pioneiros na criação dos primeiros conceitos de  “civilização”.


Abaixo seguirão imagens dos caracteres cuneiformes:








Referências: Dos sumérios a Babel. Mella , Federico Arborio. Editora Hemus. São Paulo, 2007.
Referências das Imagens: < sociedadeolhodehorus.blogspot.com>, < pt.dreamstime.com>, < osaquemenidas.blogspot.com> <, pt.wikipedia.org> 

domingo, 11 de maio de 2014

Pater Noster

Cristiano De Mari


" Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da Terra e em Jesus Cristo seu único filho e Nosso Senhor......"

"No início, Deus criou o céu e a terra....."   GÊNESIS

Na moderna Ucrânia , foram encontrados restos de uma antiga civilização que existiu há mais ou menos entre 4000 a 5000 a.C. Os Proto-indo-Europeus são os ancestrais de todos os europeus atuais e de sua língua derivaram os mais diversos idiomas e dialetos europeus. Esta civilização vivia em tribos de clãs familiares, trabalhavam com agricultura, pastoreio, metalurgia, etc....Seguiam seus costumes e tradições orais com muito zê-lo e respeito.Dentro de sua religião, eram monoteístas e prestavam culto a " Dyaus Pitar", literalmente "Pai do Céu", sua religião era única assim como foi a dos hebreus e povos mais antigos. Dyaus Pitar é o mesmo que Deus Pater ou O nosso Deus Pai, também conhecido como Yaveh( Eu sou aquele que Sou)no hebraico.Ao entrarem na Europa por volta de 2.500 a 2000 a.C., contaminaram-se com paganismos diversos oriundos de partes diferentes do Mediterrâneo, ocasionando uma relativa mistura ritualística, provocando extrema confusão em sua crença monoteísta, resultando no politeísmo. Mais tarde, graças à crença monoteísta dos judeus, dos ensinamentos de Cristo e do trabalho dos apóstolos , essa crença foi recuperada e tornada conhecida mundialmente como Cristianismo !!!

sábado, 22 de março de 2014

Centurião Romano

Cristiano De Mari


          O centurião era o sexto na cadeia de comando de uma legião na hierarquia militar romana. Era o oficial responsável por comandar uma centúria, dando ordens que deveriam ser prontamente obedecidas pelos homens que liderava, inclusive na rápida execução de uma qualquer formação militar e, encarregava-se da disciplina e instrução da legião. 
             Pelo fato de que na maioria das vezes as legiões estavam muito longe da pátria-mãe, os centuriões eram escolhidos pelas suas capacidades de comando e pela prontidão em lutarem até à morte. Dessa forma conseguiam conquistar vitórias contra inimigos em números bem superiores, em territórios hostis onde era por vezes complicado receberem reforços, ao contrário do inimigo. O centurião de maior experiência dirigia a primeira centúria da primeira coorte, sendo uma pessoa respeitada e condecorada. Essa posição em liderar a primeira centúria da primeira coorte era uma possibilidade de mérito em poder um dia alcançar a promoção a centurião-chefe e liderar uma coorte. Apesar da sua posição de destaque, era um oficial que lutava com os demais, marchando junto à sua centúria e acampava com os seus homens, tendo uma tenda que o diferenciava pelo estatuto e responsabilidade. Para além de liderar uma centuria de oitenta legionários, ainda tinha sobre a sua autoridade, um optio, um administrador e um porta-estandarte.
                O optio, que desempenhava a função de ordenança e a organização diária da centúria (fardamento, alimentos, água e treinamento básico), era o segundo no comando e tinha a obrigação de substituir o seu superior na sua ausência, em condições normais de serviço. Em último caso, durante a recuperação de um ferimento sofrido pelo centurião ou, em combate, no falecimento deste. O centurião seria o equivalente ao posto de capitão, na hierarquia militar no exército de qualquer país. 
              Jesus Cristo em um episódio de sua vida curou o servo de um centurião romano, e este pediu para que o fizesse à distância uma vez que não se considerava digno de tê-lo em sua casa, uma vez que adorava ídolos pagãos. Jesus teria encontrado fé , mesmo em um pagão e disse: "Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei tamanha fé. Digo-vos que muitos virão do oriente e do ocidente, e hão de sentar-se com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus; mas os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá o choro e o ranger de dentes....Vai-te e como creste, assim te seja feito.» (Mateus 8:10-13)

Seguem os cargos militares romanos em ordem de importância na hierarquia de um dos mais temidos exércitos do mundo antigo:
1 General: líder de uma ou mais legiões romanas, comandavam vários legados.
2 Legado: Comandante de uma legião romana, obedecia apenas ao general.
3 Prefeito do acampamento: Comandava os tribunos, centuriões e a cavalaria.
4 Tribuno: eram em seis, sendo que o tribuno superior  comandava os demais.
5 Centurião-chefe: Comandava uma coorte, que tinha seis centuriões.
6 Centurião: Comandava uma centúria de 80 a 100 homens.
7 Optio: Segundo no comando de uma centúria.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Exploradores do Novo Mundo!

Cristiano De Mari

Após a colonização espanhola, portuguesa e inglesa, muitos foram os homens que movidos pela paixão ao desconhecido se aventuraram pelas selvas americanas em busca de tesouros ou mesmo pelo “ El Dorado”, cuja hipotética civilização perdida escondia tesouros e conhecimentos de interesse das grandes potências da época, as quais Inglaterra e Espanha. Na selva brasileira não foi diferente.
O mais famoso explorador estrangeiro dos sertões brasileiros foi o coronel britânico Percy Harrison Fawcett. Oficial e formado em engenharia, foi designado para delimitar as fronteiras entre o Peru, Bolívia e Brasil. Apaixonou-se pelos mistérios do continente e depois de terminado seu trabalho, dedicou-se até o fim de sua vida à exploração sistemática das selvas destes três países. Afirmava que as ruínas das cidades dos toltecas seriam encontradas no Brasil, porém essa constatação ainda perdura.
Quando desapareceu na selva, Fawcett carregava consigo uma estatueta de basalto negro, com 25 cm de altura, que seria proveniente de uma cidade pré-histórica situada talvez no Mato Grosso. Resquícios de antiga civilização também foram encontradas no vale do rio Guaporé entre Mato Grosso e Rondônia.
A estatueta tem 24 estranhos caracteres gravados ainda não decifrados. Estes caracteres também foram encontrados em diferentes partes da América e até do mundo sendo ainda um mistério a origem deste estranho “alfabeto”. Diziam que a imagem produzia efeitos elétricos.
Em certa ocasião Brian, filho de Fawcett, apelou para a psicometria para tentar descobrir o segredo. A psicometria baseia-se na teoria de que todo material conserva em si o registro ou as cargas energéticas de suas vicissitudes físicas, só sendo possível captar as vibrações por uma pessoa com sensibilidades e dons particulares que possam definir a antiguidade do objeto de acordo com as mãos que o tocaram.
Brian era desconhecido do psicometrista que fez a descrição da origem do objeto, assim este contou:

“Vejo um grande continente de forma irregular, estendendo-se da costa da Àfrica para a América do Sul, .......vejo aldeias e cidades de uma civilização bastante adiantada, existem templos bem trabalhados, o interior deles é escuro, mas nos altares há a representação de um grande olho......colocadas em várias partes do templo estão algumas imagens como a que eu tenho a mão, e esta era, evidentemente, o retrato de um sacerdote de alta categoria.....A grande população das cidades ocidentais parece consistir de três classes.... há um monarca hereditário, uma classe média, os nobres e os escravos.Então vi vulcões em violenta erupção....Não posso obter a data certa da catástrofe, mas parece que foi muito antes do Egito nascer...”

Brian afirmou que outros psicômetras tiveram nas mãos a imagem, confirmando tais impressões. Disse ainda  que não é de se duvidar uma possível relação entre Atlântida e o Brasil!




                   Imagem:  Coronel Fawcett  e a enigmática estatueta que estava em seu poder.


Referências:

Lendas e tradições das Américas. Acquaviva , Marcus Cláudio. Mistérios do Universo, editora Hemus, São Paulo, 2ª edição,1989.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Atlântida ! ficção ou história verídica!


Cristiano De Mari

          Foi no livro " Timeu e Crítias"  de suposta autoria de Platão , que a história de Atlântida, seja qual for sua verdadeira origem primeiro aparece na literatura hoje conhecida. Foram registros de diálogos reais entre Sócrates, Timeu, Hermócrates e Crítias    ( bisavô de Platão) , na casa deste, em Atenas, por volta de 421 a.C.
No que compete à parte do  Timeu , o diálogo se define por tentar rebuscar e dar um esboço da civilização atlante ao passo que o  Crítias oferece uma descrição minuciosa do que eram aqueles tempos antigos apesar de seu texto estar inacabado. No  Timeu  fica evidente a representação de uma República ideal na hipotética Atenas antediluviana contemporânea de Atlântida. Esta última , uma potência mundial em todos os aspectos , que na época controlava o Mediterrâneo, a Líbia, Egito e a Europa até Tirrênia (ou Itália).
Já Crítias nos conta ter ouvido a história da Atlântida de seu avô, que por sua vez ouvira de seu pai, Drópidas, que a recebera de Sólon, e este, dos egípcios de Saís. Sólon (grego Σόλων, translit. Sólōn; (Atenas, 638 a.C.  558 a.C.) foi um legislador, jurista poeta grego antigo .Foi considerado pelos antigos como um dos sete sábios da Grécia antiga e, como poeta, compôs elegias morais-filosóficas.
Cronologicamente esta transmissão seria possível se aceitarmos o fato de que o diálogo ocorrera entre 421-425 a.C. Quanto ao texto ser legítimo ou não, atenta-se para o fato de que os gregos antigos não reconheciam a diferença substancial entre história e mitologia como entendemos hoje.
Atlântida (em grego, Ἀτλαντίς -"filha de Atlas") é uma lendária ilha ou continente  que nos contos de Platão, era uma potência naval localizada "na frente das  Colunas de Hércules" , hoje Estreito de Gibraltar, em meio ao Oceano Atlântico  (*em breve escreverei sobre as teorias da destruição de Atlântida), entre a América e Europa. Este antigo império que conquistou muitas partes da Europa Ocidental e África 9.000 anos antes da era de Sólon, ou seja, aproximadamente 9600 a.C.. Após uma tentativa fracassada de invadir Atenas, Atlântida afundou no oceano "em um único dia e noite de infortúnio". Teria o tamanho da Líbia ou todo o norte da África e da Ásia reunidas. Lembrando que naquele tempo o tamanho real da Ásia conhecida pelos gregos, se restringia ao Oriente Médio.
Sólon, nas suas viagens pelo Egito, questiona um sacerdote que vivia em Saís, no delta do Nilo, e que este lhe fala de umas tradições ancestrais relacionadas com uma guerra perdida nos anais dos tempos entre os atenienses e o povo atlante. Quando os “deuses” helênicos partilharam a terra, conta o sacerdote, a cidade de Atenas ficou para a deusa Atena e Hefesto, mas Atlântida tornou-se parte do reino de Posêidon, deus dos mares.
Em Atlântida, nas montanhas ao centro da ilha, vivia uma jovem órfã de nome Clito. Conta a lenda que Posêidon ter-se-ia apaixonado por ela e, para poder coabitar com o objeto da sua paixão, teria erguido uma barreira constituída por uma série de muralhas de água e fossos aquíferos em volta da morada da sua amada. Desta maneira viveram por muitos anos, e desta relação nasceram cinco pares de gêmeos. O mais velho, o deus dos mares chamou Atlas. Após dividir a ilha em dez áreas circulares, o deus dos mares concedeu supremacia a Atlas, dedicando-lhe a montanha de onde Atlas espalhava o seu poder sobre o resto da ilha.  * “ Os deuses e linhagens de deuses e até sacerdotes reais nada mais são do que reais dinastias de reis muito antigos, portanto humanos que governaram. Estes,  uma vez endeusados passaram a enfeitar os pergaminhos e o imaginário popular.”
Em cada um dos distritos (anéis terrestres ou cinturões), reinavam as monarquias de cada um dos descendentes dos filhos de Clito e Posêidon . Reuniam-se uma vez por ano no centro da ilha, onde o palácio central e o templo a Posêidon, com os seus muros cobertos de ouro, brilhavam ao sol. A reunião marcava o início de um festival cerimonioso em que cada um dos monarcas dispunha-se à caça de um touro. Uma vez o touro caçado, beberiam do seu sangue e comeriam da sua carne, enquanto sinceras críticas e cumprimentos eram trocados à luz do luar.
Atlântida seria uma ilha de extrema riqueza vegetal e mineral. Não só era a ilha magnificamente prolífica em depósitos de ouro, prata, cobre, ferro, etc., como ainda de oricalco, um metal que brilhava como fogo.
Os reis de Atlântida construíram inúmeras pontes, canais e passagens fortificadas entre os seus cinturões de terra, cada um protegido com muros revestidos de bronze no exterior e estanho pelo interior. Entre estes brilhavam edifícios construídos de pedras brancas, pretas e vermelhas.
Tanto a riqueza e a prosperidade do comércio, como a inexpugnável defesa das suas muralhas, se tornariam imagens de marca da ilha.
A questão da veracidade histórica de Atlântida pode ser relacionada aos mais diversos relatos mitológicos sobre as origens de diversas civilizações antigas. O mito nunca é uma falsidade, antes uma caricaturação de algo precedente, realístico, que sofreu a ação do tempo mediante a facilidade do ser humano de acrescentar simbolismos , parábolas e metáforas na continuidade de sua consequente construção literária que começou com os relatos orais tribais e comunitários.
Os Astecas acreditavam que eram originários de Aztlán, atlan, “ onde há muita água” no lugar das garças , uma menção ao afundamento de Atlântida. Este termo “ Atl ” – significava água ou o deus da água  em nauátl, na antiga língua asteca .  Falavam que seus ancestrais vieram de muito longe em embarcações guiados por seus sacerdotes e que falavam de seu Deus .Vieram colonizar, trazer a cultura e educar o povo para o bem, mas que por causa de desentendimentos com as subsequentes gerações desobedientes que haviam adotado práticas de sacrifícios humanos estes haviam regressado novamente ao seu continente de origem.
Os antigos hindus também falam de uma terra chamada, Atalas ou Atala que destruída por erosões , estava distribuído ao longo de nosso continente. Este lugar se identificava com Sutala ( terra de fundação, o mesmo que pátria-mãe).
Os egípcios conheciam a mais tempo pois revelaram o relato ao grego Sólon. Consideravam-se descendentes de um povo antigo e avançado que habitava no oeste. Sepultavam seus mortos na margem esquerda do Nilo, no desret  terra vermelha a oeste.
Sem contar dos inúmeros povos que mencionaram em seus relatos histórias semelhantes ou em particular de um dilúvio, algo global plenamente evidenciado nas mais diferentes mitologias.
Voltando à questão, pois o assunto seria muito mais extenso, em todas as tradições fala-se dos gigantes de outrora: criaturas antropomórficas, mas de uma linhagem distinta da humana, estranhos filhos ilegítimos do Céu e da Terra. Atlântida abrigaria o simbolismo do orgulho humano , da desobediência , da decadência imperial provocada consequentemente por sua decadência moral , ética e religiosa. A centelha roubada dos deuses por Prometeu.
No orgulho se suas construções materiais e paixões espirituais, acabaram por sofrer seu castigo que foram contados nos pontos mais variados do planeta. Eram os heróis afamados dos tempos antigos, que seus atos e demonstrações de poder os fizeram ser cultuados até a alguns milênios atrás sob os epítetos de deuses. Sua destruição teria sido por convulsões telúricas no centro da Terra, provocado por algo maior vindo do espaço, como o choque de um cometa ou asteroide. Este impacto teria provocado escuridão em todo o globo, ocasionando maremotos, tsunamis gigantescos e grande movimentação na atmosfera, gerando tufões e fortes chuvas, seguindo-se uma pequena era glacial.Todos eventos possíveis de se constatar até mesmo para caracterizar o famoso dilúvio bíblico.
O Capítulo  6 do Gênesis diz  : “Quando os homens começaram a multiplicar-se na terra e lhes nasceram filhas ,os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram bonitas, e escolheram para si aquelas que lhes agradaram.
Então disse o Senhor: “Por causa da perversidade do homem, meu Espírito não contenderá com ele para sempre; ele só viverá cento e vinte anos”.
Naqueles dias havia Nefilins (gigantes) na terra, e também posteriormente, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens e elas lhes deram filhos. Eles foram os heróis do passado, homens famosos.
O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal.
Então o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra, e isso cortou-lhe o coração.
Disse o Senhor: “Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, os homens e também os grandes animais e os pequenos e as aves do céu. Arrependo-me de havê-los feito”.
No dilúvio de Noé vê-se claramente a punição dos atlantes e as três Hespérides ( povos sobreviventes do dilúvio) estão associadas aos três filhos de Noé , Sem, Cam e Jafet que repovoaram o mundo. O fim da Atlântida está consequentemente relacionado ao dilúvio bíblico. 
Outro ponto interessante comum em todas as tradições é a queda a partir de um estado original perfeito, passando por longa decadência , até a aparição de um herói  civilizador ou chefe espiritual, que vem reabrir as portas das esperança, com um caminho viável para a retomada da evolução. Esta é uma teoria que tem suas bases, embora muito criticada pela visão tradicional, que vive também e não passa de arremedos de teorias.Não vejo porque não relacionar Atlântida com a época de Noé uma vez que eventos cataclísmicos aconteceram segundo algumas pesquisas e evidências  a mais ou menos 10000 a.C, quando o planeta passou por transformações físicas evidentes , relacionadas á última era glacial, impressas e aprovadas nas erosões gigantes pelo mundo afora .





REFERÊNCIAS:
Livro:  “Timeu e Crítias ou A Atlântida” de Platão. Editora Hemus , São Paulo, Brasil, 1981.
http://etimologias.dechile.net/?Atla.ntida

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Astronomia e Religião

Cristiano De Mari

Levando em consideração tudo o que já se ouviu dizer e que se leu sobre o polêmico tema do Apocalipse e o Fim dos Tempos, quero incrementar algo pertinente a este evento que pode ajudar a entender o assunto de forma mais complexa e ao mesmo tempo sucinta. Uma visão astronômica do fato.
Não quero me estender com outros assuntos pertinentes ao desfecho deste evento, que é acima de tudo algo que foi profetizado pelo apóstolo João e contido na Bíblia Sagrada no Livro do Apocalipse. Isto foi profetizado até por sábios, oráculos e sibilas de várias civilizações antigas como a dos Maias exemplificando e posteriormente por profetas cristãos já da era cristã e atuais. Não podemos deixar de considerar as aparições da Virgem Maria que nos mais diversos lugares do mundo sempre tem alertado a humanidade para eventos cataclísmicos futuros, a degeneração moral, ética e espiritual da humanidade, crises no Vaticano, o Papado, o surgimento da Besta e do Anticristo, a 3ª Guerra Mundial (Armagedon), as futuras pestilências, os cavaleiros do Apocalipse, bombas químicas, o Novo céu e a Nova Terra , a 2ª vinda de Cristo, os 3 dias de escuridão e trevas, enfim etc...
 Posso elencar alguns destes profetas e aparições e seus mais variados alertas à humanidade sem me estender muito. O que se pretende destacar aqui no artigo é o assunto referente aos 3 dias de trevas. Mas antes como disse vou listar em 7 tópicos os profetas e aparições abaixo e os diversos assuntos tratados, alguns até semelhantes entre si :

1- Profecia de São Nilo

São Nilo era um monge asceta do século 5, um dos discípulo de São João Crisóstomo (doutor da Igreja). Ele fez uma profecia (embora alguns o contestem as datas de seu tempo), relativa ao século 20, que é marcante em sua previsão:
Após o ano de 1900, em direção ao meio do século 20, o povo presenciará um tempo que vai se tornar irreconhecível. Quando o tempo da vinda do anticristo se aproxima, nas mentes das pessoas irão crescer muito uma nuvem de paixões carnais, de degradação e o desregramento ficará cada vez mais forte. Então o mundo vai se tornar irreconhecível. Pessoas com aparências estranhas [...] vai mudar, e será impossível distinguir os homens das mulheres devido à sua falta de pudor em vestir e estilo de cabelo. [...] Naquela época a moral e as tradições dos cristãos e da Igreja mudarão. As pessoas vão abandonar a modéstia e reinará a dissipação. A mentira e a cobiça atingirão grandes proporções, e ai de quem acumular tesouros. Luxúria, adultério, homossexualidade, as ações secretas e a morte serão a regra da sociedade. [...] Naquela época, também voarão pelos ares como aves e descem até o fundo do mar como peixes. E quando eles conseguiram tudo isso, essas pessoas infelizes que passam a vida com conforto, sem saber, pobres almas, que são enganos do Anticristo …

2-  3ª Profecia Maia

A terceira profecia diz que uma onda de calor aumentará a temperatura do planeta provocando mudanças climáticas, geológicas e sociais de magnitudes sem precedentes e a uma velocidade assombrosa.
Os Maias disseram que esse aquecimento se dará por vários fatores. Alguns deles pelo ser humano que por sua falta de sincronismo com a Natureza só poderá produzir processos de autodestruição. Outros fatores serão gerados pelo sol, que ao acelerar sua atividade pelo aumento da sua vibração, produzindo mais irradiação aumentando a temperatura do planeta.
As variações climáticas, consequência das relações danosas do ser humano e das mudanças do comportamento do sol, produzem uma alteração das chuvas, diminuem sua intensidade, quantidade e regularidade. O aumento da temperatura produzirá fortes ventos, furacões e tufões.
Os Maias sabiam do Aquecimento Global e das consequentes catástrofes que aconteceriam - forçando o ser humano a se sintonizar com o Criador, consigo próprio e com a Natureza ou a ter que enfrentar o Caos, a destruição e a morte que se sucederiam.
Os Maias tinham uma cultura eminentemente astronômica. Conceberam o ser humano como uma projeção de energia. Eles nos deixaram seus estudos nos calendários mais precisos de todas as civilizações da Terra, os quais são a base de suas profecias.

3-   6° Profecia Maia

 A sexta profecia Maia fala que nos próximos anos aparecerá um cometa cuja trajetória colocará em perigo a própria existência do ser humano.
Os maias viam os cometas como agentes de mudanças que vinham para por em equilíbrio o movimento existente para que certas estruturas se transformem permitindo a evolução da consciência coletiva. Todas as coisas têm um lugar que lhes corresponde, todas as circunstancias, até mesmo as mais adversas, são perfeitas para gerar compreensão sobre a vida, para desenvolver a consciência sobre a criação. Por isso o ser humano está constantemente enfrentando situações inesperadas que geram sofrimento a ele, é um modo de conseguir que ele reflita sobre sua relação com o mundo e com os outros. Assim ao longo de muitas experiências em muitas vidas ele entenderá as leis naturais da razão e da criação.
Para os maias, Deus é a presença da vida em todas as formas e sua presença é infinita.
O cometa - Ajenjo como era chamado – de que fala a profecia foi também anunciado por varias religiões e culturas, por exemplo, na Bíblia, no livro das revelações (Apocalipse) onde recebe o nome de “Absinto”, se o cometa aparecer é possível que sua trajetória o leve a se chocar com a Terra . Cometas sempre fizeram parte do sistema solar, milhares de resíduos atravessam, cruzam, vão e voltam, periodicamente e inclusive se chocam com os planetas que se movem sempre tranquilos em suas órbitas regulares ao redor do sol.

4- Al Quiyamah ( dia do julgamento islâmico)

Chegado o tempo, no último dia deste Mundo, O Anjo Israfil receberá a ordem de Deus para fazer soar a trombeta cujo som será tão forte, destruidor e assustador, que causará a ruína de todo o Universo, pondo fim à vida de todos os seres, os edifícios e as estruturas reduzir-se-ão a fragmentos e pó.
As montanhas voarão no espaço, como flocos (pedaços) de algodão; as estrelas, o sol e a lua escurecerão, a terra e o céu serão destruídos. Como Deus diz no Alcorão: ‘’Tudo quanto existe na terra perecerá. E só subsistirá o Rosto do teu Senhor, o Majestoso, o Honorabilíssimo.’’ (Alcorão Sagrado 55:26 e 27) ‘’E não invoqueis, à semelhança de Deus, outra divindade, porque não há mais divindades além d’Ele! Tudo perecerá, exceto o Seu Rosto, Seu é o Juízo, e a Ele retornareis.’’ (Alcorão Sagrado 28:88).
No dia do Quiyamah, quando todos já estiverem ressuscitados e presentes, Deus interrogar-lhes-á: ‘’A quem pertencerá, nesse dia, o reino?’’ (Alcorão Sagrado 40:16). Ninguém responderá, então Deus dirá: ‘’A Deus, Único, Irresistibilíssimo.’’ (Alcorão Sagrado 40:16).

5-Mensagem de Nossa Senhora ao Padre Gobbi do Movimento Sacerdotal Mariano

"A hora da grande apostasia chegou. Está se realizando tudo quanto foi predito pela divina escritura, na segunda carta aos tessalonicenses. (...) Essa grande apostasia difunde-se cada vez mais, também no interior da igreja católica. (...) O papa não é mais escutado e sim publicamente criticado e escarnecido.  (...) Nestes tempos permanecerá na Igreja Católica um pequeno rebanho que será fiel a Cristo, ao Evangelho e à toda verdade". Suíça – 11/06/1988
- Nossa Senhora de Fátima (1917): Por fim, meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre me consagrará a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo um tempo de paz.
- Nossa Senhora de la Salette, França (1846): Então Jesus Cristo, por um ato de sua justiça e de sua misericórdia, ordenará a seus Anjos que todos os seus inimigos sejam executados. Prontamente, os perseguidores da Igreja de Jesus Cristo e todos os homens entregues ao pecado perecerão, e a terra será como um deserto. Então se fará a paz
- Nossa Senhora de Ákita, Japão (1973): o Pai mandará um terrível castigo à toda humanidade. Será um castigo mais grave que o dilúvio, como jamais houve outro... Fogo cairá do céu e eliminará uma grande parte da humanidade...
- Santa Brígida (século XIV): Quarenta anos antes do ano 2000, o demônio será deixado solto por um tempo para tentar aos homens. Quando tudo parecer perdido, Deus mesmo, de improviso, colocará fim à toda maldade.


6-  Profecias de Hildegard von Bingen

A Santa Hildegard era uma freira polímata do século 12 muito conhecida por suas contribuições incríveis para a música clássica e a literatura, no entanto pouco conhecida por suas profecias (que eram muitas) . Em uma previsão ela se refere à destruição de um país:
“Antes do Cometa chegar, muitas nações serão devastadas pela fome. A grande nação no oceano que é habitada por pessoas de diferentes tribos e será submetida a terremotos, tempestades e maremotos que irão devastá-la. Ela será dividida, e grande parte será submersa. Esta nação terá também muitas desgraças provindas do mar, e perderá suas colônias no leste (…) O Cometa pelo seu tremendo impacto, vai causar muitas inundações em muitos países, fazendo com que as pragas proliferem (…) Todas as cidades da costa do mar temeram e muitas delas serão destruídas por ondas gigantes e a maioria dos seres vivos serão mortos, e mesmo aqueles que escaparam morrerão de uma doença horrível.”


7 – Outras mensagens

 - Venerável Bartolomeu Holzhauzer (século XVII): O Onipotente, então, intervirá com um golpe admirável, que ninguém no mundo pode imaginar. Durante três dias, a terra será submersa na escuridão mais completa. Como antes, no Egito, o Anjo Exterminador abaterá todos aqueles que se levantaram com ódio satânico contra a Igreja e os sacerdotes.
- São Gaspar de Búfalo (século XIX): Aquele que sobreviva aos três dias de trevas e de espanto, crerá ter ficado sozinho na terra, porque ela estará coberta de cadáveres.
- Frei Bernardo Maria Clausi (século XIX): As coisas chegarão ao cume e, quando tudo parecer perdido,... Deus... transformará todas as coisas num abrir e fechar de olhos, como da manhã à tarde... virá um flagelo terrível e dirigido unicamente contra os ímpios. Será um flagelo inteiramente novo e como não se viu outro no mundo... grandes pecadores se converterão, porque então conhecerão a Deus. Este flagelo se fará sentir no mundo inteiro e será tão terrível que os sobreviventes se imaginarão ser os únicos que se livraram. Este açoite será instantâneo, mas terrível.

Assim destaquei algumas das mais importantes profecias, mas quero voltar ao ponto dos 3 dias de trevas mencionados acima. Retirando agora todo o aspecto místico e religioso, até por que mencionamos anteriormente, astronomicamente falando isto resultará da ação de forças físicas , de processos inteiramente cósmicos universais. Pode-se dizer que será um meio utilizado por Deus para limpar e purificar a Terra e seus habitantes. Vamos falar do Cinturão Fotônico.
O Cinturão Fotônico (de fóton – a partícula que propaga a luz) foi inicialmente descoberto pelo astrônomo britânico Edmund Halley que havia começado uma série de estudos sobre a constelação das Plêiades no começo do século XVIII. Halley é reconhecido por descobrir o cometa Halley, mas também fez outras importantes descobertas. Identificou que pelo menos 3 das estrelas do grupo das Plêiades não estavam nas mesmas posições registradas em tempos bíblicos por vários astrônomos gregos. Concluiu que as Plêiades tinham um deslocamento previsível. Um século depois se demonstrou a validade de suas observações, com as observações feitas por Frederich Wilhem Beseel, que descobriu que todas as estrelas das Plêiades têm um movimento próprio de aproximadamente 5.5 segundos de arco por século.
Paul Otto Hesse (Século XIX) também estudou as Plêiades e descobriu que em um perfeito ângulo reto (90 graus) com o movimento das Plêiades havia um cinturão de luz em forma de anel parecido, em sua formação, com os anéis de Saturno, com uma espessura de 2.000 anos solares ou 759.864 bilhões de milhas (isso é muito grande). O planeta Terra está completando um ciclo de 24.000 a 26.000 anos para encontrar-se com este cinturão. O nosso sistema planetário forma uma órbita entorno do sistema de sóis pertencentes às Plêiades. Depois de muitos anos de observação direta e fotográfica, chegou-se a descobrir que pelo menos as seis estrelas mais visíveis (sete incluindo à própria Alcione), formam um sistema físico, que obedecem um centro gravitacional e giram em torno deste centro.
Levando em consideração que o Sistema Solar e consequentemente a Terra entrará no cinturão fotônico, astrônomos, cientistas e historiadores acreditam e opinam que esse milênio marcará o começo de uma nova etapa para a humanidade. Para os “astrólogos” da Terra, esta nova etapa é a era de “Aquário”, uma época de vastas mudanças em sua ciência, sua tecnologia e sua consciência. Para os cientistas e historiadores, é uma época de grandes dificuldades que suas estruturas sociais e políticas poderiam não ser capazes de resistir. De qualquer maneira o evento parece ser o prelúdio de uma maravilha ou o momento da extinção da humanidade. Mas pela conclusão dos entendidos será um momento de limpeza espiritual, renovação da humanidade e não extinção total, porque alguns eleitos serão poupados para povoarem a Nova Terra.
Pois bem , continuando;  o cinturão pode dividir-se em três seções: primeiro entraremos no que denomina-se a Zona Nula. Isto demora aproximadamente 5 ou 6 dias, incluindo 72 horas, aproximadamente, de escuridão total (3 dias de escuridão); durante este processo de 3 dias todo o sistema solar será modificado, principalmente as propriedades da matéria física. Os elementos serão modificados , os átomos da qual somos formados, serão modificados para fótons e assim teremos uma constituição física diferente, mais leve e com capacidade psíquica mais elevada, como telepatia, telecinese, clarividência ( pouquíssimas pessoas possuem hoje estes dons que são utilizados para a cura e o bem de outras pessoas, uma graça divina) e outros dons que hoje não utilizamos pois usamos apenas 8% de nossa capacidade cerebral. A natureza e os animais também passarão por este processo de mudanças e segundo alguns , por termos um corpo convertido de átomos para fótons, não sentiremos a dor que sentimos hoje ao nos machucarmos, também doenças poderão não existir assim como a maldade desaparecerá, isto tudo segundo as profecias também. A luz emitida pelo sol também mudará já que suas propriedades serão transformadas e teremos um novo amanhecer. “Na natureza nada se perde, tudo se transforma”.
Logo em seguida, passaremos à parte principal do cinturão propriamente dito e se experimentará uma luz de dia permanente (24 horas ao dia). Esta viagem normalmente dura ao redor de 2.000 anos  e termina quando o Sistema Solar sai pelo outro lado do Cinturão, cruzando a outra Zona Nula por outro período de 5 ou 6 dias.Claro que este assunto dentro da área da astronomia é muito polêmico e impactante, há muito ainda por desvendar e existem muitos céticos quanto a isso. Nem todos os astrônomos apoiam esta ideia, mesmo que há indícios , há fatos. Isto depende de empenho e dedicação e muito estudo e averiguações para não se tornar algo obsoleto e cair no esquecimento. Quis tentar fazer uma relação astronomia/religião apontando para o fato de que Cristo falou que depois de sua 2ª vinda e de todos os processos purificadores o mundo se tornaria um lugar melhor governado espiritualmente por Ele com paz e harmonia.
“"E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe" Ap 2.


“Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos (os inconscientes e ignorantes), e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios* ( ignorantes e cegos quanto à verdade ), mas como sábios”  Efésios 5:14-15


                                                                Alcione e o conjunto das Plêiades

REFERÊNCIAS:

http://thoth3126.com.br/2012-o-cinturao-de-fotons-e-as-pleiades-parte1/
http://www.paideamor.com.br/artigos/art_96.htm
http://cienciasetecnologia.com/pleiades/
http://www.anjodeluz.com.br/profeciasmayas.htm